
11/05/2025
Um estudo recente propõe uma revisão crítica das convenções de contabilidade de gases de efeito estufa (GEE). As atuais podem subestimar o impacto de setores chave, como a agricultura. A investigação sugere avanços metodológicos cruciais:
1️⃣ Contabilidade Bruta de CO₂ (LULUCF): Contabilizar todo o carbono da desflorestação (e.g., para pastagens e ração animal).
2️⃣ Inclusão de emissões de arrefecimento (aerossóis): Integrar o efeito de arrefecimento dos aerossóis (e.g., SO₂, NOx).
3️⃣ Uso da Forçagem Radiativa Efetiva (ERF): Uma métrica mais direta do desequilíbrio energético que o GWP100.
Esta nova abordagem (dados 1750-2020) revela:
🌡️ Impacto no Aquecimento (GSAT – Temperatura Global Média à Superfície):
🚜 Agricultura: Causou +0.74°C (0.47-0.99°C).
🐄 Desta, a agricultura animal (incluindo desflorestação para pastagens, produção de ração e emissões diretas de metano/N₂O) é responsável por 86%, traduzindo-se em +0.64°C (0.42-0.85°C).
🏭 Combustíveis Fósseis: +0.21°C (-0.44-0.85°C), valor atenuado pelo forte arrefecimento dos seus aerossóis de SO₂ e NOx.
💨 Metano (sem co-emissões significativas de arrefecimento): Responsável por +0.60°C (0.41-0.78°C) do aquecimento.
📊 Setores (ERF desde 1750):
🌾 Agricultura: Emerge como o principal contribuinte histórico, com ~60% da alteração da ERF.
🛢️ Combustíveis Fósseis: Contribuição reavaliada para ~18% da ERF.
🌱 Potencial de Sequestro de CO₂:
A carga atmosférica atual de CO₂ é de ~1.100Gt CO₂ (oceanos ~690Gt).
🌲 Restaurar florestas em terras degradadas (excluindo áreas agrícolas e urbanas): potencial de remoção de 550–1.330Gt CO₂.
🐄 Terras usadas pela agricultura animal: potencial de ~540Gt CO₂ se reconvertidas. A transição para sistemas alimentares mais sustentáveis não só reduz emissões diretas (CH₄, N₂O), como liberta vastas áreas para o sequestro de carbono e restauro da biodiversidade.
🔍 Implicações:
Esta reanálise metodológica sublinha o papel preponderante da agricultura, e da agricultura animal em particular, no aquecimento global histórico.