11/10/2024
Nos últimos anos, temos visto um aumento da incidência de doenças neurodegenerativas, fenômeno em parte associado ao aumento do tempo de vida. Alzheimer, Parkinson, esclerose lateral amiotrófica (ELA) e esclerose múltipla estão entre as mais comuns. Elas se originam da deterioração progressiva das células neuronais em diferentes partes do cérebro e, devido à falta de capacidade regenerativa dessas células, o dano acaba levando à perda de funções motoras e cognitivas.
Embora estas doenças tenham manifestações clínicas diferentes, elas compartilham mecanismos moleculares comuns, como acúmulo anormal de proteínas defeituosas, excitotoxicidade (excesso de estimulação neuronal), disfunção mitocondrial, estresse oxidativo, resistência insulínica e inflamação. Apesar de décadas de pesquisas, o tratamento medicamentoso em processos neurodegenerativos é limitado, muitas vezes oferece apenas alívio sintomático transitório e não consegue modificar o curso da doença. Devido à etiologia multifatorial na neurodegeneração, os ativos naturais, graças à sua atividade pleiotrópica (múltiplos efeitos), têm atraído o interesse da ciência.
Compostos polifenólicos são basicamente flavonoides (flavonóis, flavonas, flavanonas, isoflavonas, antocianinas) e não flavonoides (ácidos fenólicos, lignanas, estilbenos, taninos). Eles são reconhecidos por possuir diferentes bioatividades, incluindo efeitos antioxidantes, anti-inflamatórios e antiapoptóticos (apoptose = morte celular programada). Ao contrário de medicamentos alopáticos, moléculas naturais são quase isentas de efeitos adversos, pela baixa toxicidade e alta tolerabilidade. Exemplos: curcumina, quercetina, luteolina, urolitina A, berberina, beta-cariofileno, resveratrol, cogumelo, juba de leão, ômega-3 marinho (DHA).
*Neurochem Research 2024. Flavonoids as Potential Therapeutics Against Neurodegenerative Disorders: Unlocking Prospects.