
25/06/2025
Hoje sinto que me encontro em um útero escuro onde o novo está sendo gestado. Tudo aquilo que antes se voltava pra fora: reconhecimento, metas, performace, agora começa a se recolher pra dentro.
Tentar forçar flores a desabrochar em pleno inverno é um erro que gera mais dor. É tempo de recolhimento e escuta profunda. Em uma cultura patriarcal que idolatra a velocidade, o fazer constante, o barulho, o silêncio é visto como fraqueza. Pausa confundida com paralisia. Recolhimento vira desculpa pra julgamento. E esse julgamento nos sufoca.
O que é real, o que ainda me habita, o que está pulsando em mim? O que me move agora não exige que eu seja mais do que sou. Não exige que eu tenha certezas, respostas, planos de 5 ano. Exige ap***s que eu esteja presente, que eu seja fiel ao que eu sinto, que eu me permita guiar pra algo mais profundo do que a mente pode entender. E que me conduz mesmo que eu não veja. Um desejo de viver uma vida que seja reverência, não resistência. Que seja real, não perfeita.
A força que eu preciso nunca veio de fora. Ela sempre esteve em mim. Só precisava que eu silenciasse pra escutar. E aprendesse a dançar com os ciclos ao invés de lutar contra eles. Mesmo nos dias mais difíceis, mesmo no caos, algo em mim permanece inteiro. Como uma raiz que não rompe. Porque já me encontrei com o vazio e não fui destruída. Já caminhei sem rumo e não me perdi. Já me senti sem motivação e mesmo assim continuei. Essa força vêm do ser Mulher. Quando você acha que é o fim, a força do feminino Selvagem te puxa e te sustenta. Cada lágrima que cai na verdade é a alma limpando o caminho. Pra que quando ela fale, você possa ouvir.
Esse texto é um óde a força do feminino Selvagem que habita em nós.
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