30/10/2022
Tema: FIBRILAÇÃO ATRIAL
Trata-se da taquiarritmia crônica mais comum,
com uma prevalência de 1-2% na população,
aumentando progressivamente com a idade,
atingindo 3-9% dos idosos (> 65 anos). É discretamente mais prevalente nos homens. A FA aumenta a mortalidade, as hospitalizações e os eventos tromboembólicos e reduz a qualidade de vida, a capacidade de exercício, podendo diminuir, também, a fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE).
CONCEITO
A fibrilação atrial (FA) caracteriza-se por ativação atrial desorganizada, rápida e irregular com perda de contração atrial e frequência ventricular irregular determinada pela condução nodal atrioventricular (AV).
MECANISMO ELECTROFISIOLÓGICO
Quando os miócitos atriais estão “doentes”,
importantes alterações de suas propriedades
eletrofisiológicas podem ocorrer, predispondo à formação de “novos caminhos” elétricos. Nessas condições, um estímulo proveniente de uma extrassístole atrial pode se fragmentar, fazendo surgir múltiplos pequenos circuitos de reentrada (movimentos circulares).
Existem três pré-requisitos para que ocorra o mecanismo de reentrada: (1) áreas adjacentes com períodos refratários diferentes; (2) áreas de condução lentificada; (3) um “gatilho” (extrassístole).
CAUSAS MAIS COMUNS
Hipertensão
Doença coronariana
Miocardiopatias
Distúrbios da válvula tricúspide ou mitral
Hipertireoidismo
Consumo abusivo de álcool (Síndrome do coração pós-feriado)
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Geralmente a fibrilação atrial é assintomática, mas muitos pacientes apresentam palpitação, desconforto torácico, dispneia, tontura e sudorese fria, B4, dissociação pulso-precórdio.
DIAGNÓSTICO
Ecocardiograma
Eletrocardiograma
Achados eletrocardiográficos:
1. Frequência cardíaca geralmente entre 90-170 bpm;
2. Irregularidade do intervalo R-R;
3. Ausência de onda P
4. QRS estreito.
CLASSIFICAÇÃO
FA paroxística (autolimitada): os episódios duram menos de sete dias, geralmente menos de 24h, e se resolvem espontaneamente.
FA persistente: a arritmia persiste por mais de sete dias, mantendo-se indefinidamente, caso o paciente não seja “cardiovertido” (não se resolve espontaneamente). Pode recidivar após a cardioversão (FA persistente recorrente).
FA permanente (tipo mais comum: 40-
50% dos casos): a arritmia se mantém por mais
de um ano ou é refratária à cardioversão. A FA
persistente pode evoluir para FA permanente.
TRATAMENTO
Os alvos do tratamento são a redução dos sintomas e prevenção de complicações e embasa-se em três pilares.
1. Controle da frequência (FC)
A meta é FC < 110 bpm em repouso.
Betabloqueador (Propanolol)
Bloqueadores dos canais de cálcio (Verapamil ou Diltiazen
Digitalicos (Digoxina)
Ablação
2. Anticoagulação
Antes devem ser avaliados riscos e benefícios
da anticoagulação usando os escores de CHADS2 e CHA-
2DS2VASc, para indicação de anticoagulação. A anticoagulação está indicada para pacientes com estenose mitral, miocardiopatia hipertrófica e para aqueles com história prévia de AVC.
Inibidor da trombina (Dabigatran)
Inibidores do fator X (Rivaroxaban, Apixaban)
Antagonista da vitamina K (Varfarina)
3. Controle do ritmo
O objetivo é manter o ritmo sinusal ou reduzir os episódios de FA
Antiarrítmicos (Amiodarona, Propafenona)
Cardioversão elétrica sincronizada
Ablação
COMPLICAÇÕES
Acidente Vascular Encefálico (AVE)
Embolias Sistêmicas (necrose de outros órgãos)
Insuficiência Cardíaca.
Siga-nos no Instagram!
👇🏾👇🏾👇🏾👇🏾
https://www.instagram.com/p/CkV8A3dAjOg/?igshid=YmMyMTA2M2Y