30/05/2023
Eritroblastose fetal e hidropisia fetal
Como algumas células sanguíneas fetais escapam pela barreira placentária, existe um potencial para que essas células induzam uma resposta de formação de anticorpos pelo sistema imunológico da mãe.
A base dessa resposta se encontra no facto de que já foram identificados mais de 400 antígenos eritrócitários e, embora a maioria não cause problemas durante a gravidez, algumas podem estimular uma resposta imunológica materna contra as células sanguíneas fetais. Esse processo é um exemplo de isoimunização e, se a resposta materna for suficiente, os anticorpos atacarão levando à lise dos eritrócitos fetais, resultando na doença hemolítica do feto e do recém-nascido.
Terminologia correta:
Anteriormente, a doença era chamada de “eritroblastose fetal” porque em alguns casos a hemólise grave estimula o aumento da produção de células sanguíneas fetais denominadas “eritroblastose”. Entretanto, essa anemia grave ocorre apenas em alguns casos, de modo que a doença “hemolítica do feto e recém-nascido” e uma terminologia mais adequada.
Hidropisia fetal
Em casos raros, a anemia é tão grave que ocorre hidropisia fetal, isto é, edema e efusões nas cavidades corporais, levando à morte fetal.
Sistema Rhesus:
Os casos mais graves são causados por antígenos do sistema sanguíneo CDE (Rhesus). O antígeno D ou Rh é o mais perigoso, porque a imunização pode resultar de uma única exposição e tornar-se mais intensa a cada gravidez sucessiva.
A resposta imunológica materna ocorre em casos em que casos em que o feto é D (Rh) positivo e a mãe é D (Rh) negativo, e é provocada quando os eritrócitos do feto entram em contato com o sistema materno por causa de pequenas áreas de sangramento na superfície das vilosidades placentárias ou durante o nascimento.
Precauções para evitar esse quadro:
Esse quadro pode ser evitado pela tipagem sanguínea materna do fator Rh em sua primeira visita pré-natal e pela pesquisa de anticorpos anti-D para determinar se ela já foi sensibilizada previamente.
Em mulheres Rh-negativas sem anticorpos anti-D, as recomendações incluem tratamento com imunoglobulina Rh na 28• na semana de gestação; após eventos em que possa ter ocorrido mistura entre o sangue fetal e materno (p. ex., após a amniocentese ou um ab**to), bem como após o nascimento, se o recém-nascido for Rh-positivo.
Sistema ABO:
Os antígenos do grupo sanguíneo ABO também podem provocar resposta de formação de anticorpos, mas os efeitos são muito mais moderados que os produzidos pelo grupo CDE. Cerca de 20% de todos os recém-nascidos têm incompatibilidade materna ABO, mas apenas 5% serão afetados clinicamente. Eles podem ser tratados efetivamente no período pós-natal.
Responda as perguntas:
1. Conhece outras forma de isoimunização além da supracitada?
2. Já conhece seu grupo sanguíneo?
📑: JUNQUEIRA. L.C; CARNEIRO. J. Histologia básica, 2012.
📸: https://lnkd.in/dWFWvs6S