01/08/2025                                                                            
                                    
                                                                            
                                            ANGOLANO (sobrevivente) 🇦🇴       
Somos sobreviventes… de lutas que parecem nunca ter fim, pelo contrário, lutas que vão se tornando cada vez mais difíceis, complexas, esmagadoras e em muitas casos suic  e noutros casos homic !                                 
Foi o que partilhei com esses jovens, que já estiveram muito perto da morte, ou porque cansaram de sobreviver em meio a tanto sofrimento ou porque a fome e a miséria quase os tirou a vida. 
Somos sobreviventes de um sistema que “tudo faz”, menos nos oferecer educação e saúde de qualidade, e por isso nem sabemos elaborar um discurso ou discernir ideias e conceitos, tão triste, que nos empolgamos ao ver uma psicóloga por perto, porque nem sequer nos sonhos mais elaborados existia essa opção (porque para maioria a saúde mental ainda é só um luxo e não um direito 💔). 
Vai se tornado cada vez mais difícil sobreviver nessa nossa Angola, mas de uma coisa eu tenho a certeza, somos um povo especial, literalmente especial, porque temos uma força que nenhum outro povo tem, que em meio aos caos, conseguimos nos reparar, levantar e muitas vezes mudar a nossa realidade para melhor, mesmo que as circunstâncias ditem o contrario, e esse grupo me deu uma excelente lição de FORÇA E RESILIÊNCIA. 
Sem romantizar o sofrimento e a miséria, mas eu acredito muito em nós, e me emociono ao entender que com o meu trabalho eu posso contribuir signif**ativamente para o desenvolvimento de pessoas que se sentiram frágeis em algum momento. 
Se pudesse escolher uma profissão, novamente escolheria a mais nobre de todas, porque através dela, f**a mais leve sobreviver no caos. 
Que em algum momento no ecoar das nossas vozes sejamos ouvidos, percebidos e acolhidos, tal como fizemos nesse grupo de apoio psicológico a pessoas vulneráveis e fortes ao mesmo tempo. 
Nós merecemos uma Angola melhor para todos. 
Psic. Alice Conga. 
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