28/03/2025
HOJE VAMOS FALAR UM POUCO SOBRE OS QUISTOS NO OVÁRIO.
Muitas vezes aparecem bilateralmente e têm um aspeto ecográfico habitualmente característico, podendo a Ressonância Magnética Nuclear auxiliar no diagnóstico. Podem ser diagnosticados num exame de rotina, mas por vezes aparecem no contexto de torção anexial.
Os quistos dermoides tratam-se por cirurgia laparoscópica, na maioria dos casos.
Quistos inflamatórios do ovário
Habitualmente associados com Doença Inflamatória Pélvica, estes quistos são abcessos ou coleções líquidas resultantes de inflamação e infeção das estruturas anexiais (trompa de Falópio e ovário). No ovário são habitualmente abcessos que devem ser tratados com antibióticos e, por vezes, drenagem, que pode ser cirúrgica. Podem apresentar-se no contexto de uma infeção sintomática ou serem descobertos depois, com sintomas crónicos, como dor pélvica ou infertilidade.
Outros quistos do ovário
Quistos da trompa de Falópio, para tubares ou cistos de Morgani podem ser confundidos com quistos do ovário. Tecomas apresentam-se frequentemente após a menopausa, e produzem estrogénios (hormonas femininas), pelo que podem causar cancro endometrial, apesar de eles próprios serem benignos.
A probabilidade de patologia maligna do ovário, rara em idades jovens, deve ser avaliada por um ginecologista quando a massa/quisto é grande, com crescimento, e sem outra justificação.
A endometriose pode originar massas e quistos anexiais e no ovário.
Saiba, aqui, tudo sobre endometriose.
Sintomas de quisto no ovário
Os sinais e sintomas de quistos do ovário podem variar de nenhuns (sendo encontrados em exames de rotina) a apresentações agudas graves que necessitem de cirurgia.
Quando um quisto é grande (o risco aumenta com o tamanho) o ovário pode torcer o seu pedículo vascular (as suas veias e artéria) ficando sem fluxo sanguíneo ou com este fluxo muito diminuído. A torção origina dores agudas muito fortes e é urgente, na suspeita deste diagnóstico, efetuar cirurgia para preservar o tecido ovárico, evitando a remoção de um ovário e uma possível infertilidade ou subfertilidade futura.
A dor pélvica (dor de barriga) é muito comum e presente numa variedade grande de doenças, muitas das quais nada têm a ver com os ovários e útero, mas está muitas vezes associada a massas ou quistos grandes ou associados a um processo inflamatório (inflamação dos ovários, trompas e/ou útero).
Quistos muito grandes e assintomáticos (sem dores) podem simular um aumento de peso (a mulher pensa que engorda na barriga). Isto acontece mais frequentemente em mulheres após a menopausa.
Um quisto funcional pode ainda alterar um ciclo menstrual, tornando o mesmo irregular um ou dois ciclos (ver Irregularidades do ciclo menstrual).
A doença inflamatória pélvica pode dar dores fortes, febre, corrimento purulento e com mau cheiro, mas por vezes os sintomas são muito ténues e difíceis de identificar, tornando este problema num problema crónico. Por este motivo, um corrimento estranho, abundante, branco/amarelo e muito espesso, eventualmente com mau cheiro, deve ser motivo de visita ao médico, especialmente se associado a febre e dor pélvica.
Saiba, aqui, tudo sobre corrimento va**nal.
Uma mulher após a menopausa com perda de sangue pela va**na deve ser sempre observada por um ginecologista, e uma das possíveis causas é um quisto do ovário que produz estrogénios (hormonas femininas que estimulam o endométrio).
Saiba, de seguida, como diagnosticar / estudar um quisto no ovário.
Diagnóstico de quisto no ovário
O diagnóstico de quisto, como explicado acima, tem a ver com as características e o seu tamanho. Vários exames podem ser usados, mas o mais frequente e habitualmente suficiente nesta caracterização é a ecografia pélvica por via va**nal.