17/06/2025
Apesar de o sector bancário angolano estar no centro da digitalização e das exigências regulatórias globais, a qualificação académica dos seus quadros continua a ser um desafio estrutural. Dos 17.460 funcionários analisados em 17 dos 21 bancos comerciais do País, apenas 40,56% possui certificação de ensino superior, como licenciatura, pós-graduação ou mestrado.
O cenário é particularmente preocupante em bancos como o BPC, onde 66,8% dos seus 3.441 funcionários possuem apenas o ensino médio ou de base, reflectindo a fragilidade formativa do maior banco estatal angolano.
Também no Banco de Fomento Angola (BFA), apenas 40% dos 2.554 colaboradores possui curso superior. Isso significa que mais da metade dos seus quadros exerce funções com formação básica ou média, num banco que opera numa das maiores redes do País.
No extremo oposto, o Banco Angolano de Investimentos (BAI) apresenta o melhor desempenho, com 68% dos seus 1.948 trabalhadores detentores de formação superior. Já o Banco BIC revela um índice mais preocupante, com apenas 27% dos seus 2.141 funcionários com alguma certificação universitária.
Os dados foram recolhidos dos relatórios de gestão e contas das referidas instituições até 31 de Dezembro passado, e demonstram um desafio urgente: a necessidade de alinhar o capital humano às exigências modernas do sector bancário nacional.
Texto: Soque Soque
Imagem: DR