
12/04/2022
Emergência hipertensiva (EH) consiste na elevação aguda e marcante de PA, geralmente > 220/120 mmHg, associada a sinais e sintomas que indiquem lesão progressiva de órgão alvo (principalmente cérebro, coração e rim – Tabela 1), com risco de evolução para evento fatal. Dados do estudo de Framingham mostraram que o monitoramento apropriado da hipertensão pode diminuir a incidência de emergências hipertensivas.
Infelizmente, o reconhecimento e o tratamento corretos da hipertensão na população geral estão longe de serem adequados, e a maioria dos médicos é complacente sobre a necessidade do controle agressivo da PA elevada.
🔴São fatores predisponentes ao desenvolvimento de EH:
Controle inadequado da PA; má adesão; hipertensão secundária; alcoolismo; tabagismo; uso de dr**as ilícitas; raça negra.
🔴Diagnóstico:
Inicialmente, deve-se proceder a anamnese e exame físico sucintos, além de alguns exames complementares, priorizando-se a pronta intervenção terapêutica.
🔴Anamnese:
1. Estimar a gravidade da hipertensão: algum sinal ou sintoma de lesão de órgão-alvo?
2. Dor torácica anginosa típica?
3. Dor torácica sugestiva de dissecção de aorta?
4. Sintomas que sugerem insuficiência cardíaca descompensada?
5. Sintomas neurológicos agudos?
6. Quanto tempo de evolução da hipertensão?
Avaliar o uso de medicamentos anti-hipertensivos;
Avaliar os valores pressóricos prévios.
7.Grau de adesão ao tratamento medicamentoso.
8.Uso de substâncias simpaticomiméticas.
🔴Exame Físico:
Deve-se priorizar o sistema cardiovascular e o sistema nervoso central:
Aferir a PA em posição supina e em ortostase para avaliar depleção volêmica, disfunção autonômica e hipotensão ortostática;
Verif**ar presença e simetria de pulsos para avaliar condição hemodinâmica, possibilidade de hipertensão secundária e de dissecção de aorta;
Sinais de IC descompensada/avaliação da condição hemodinâmica: perfusão periférica, crepitações pulmonares, B3; taquipnéia, taquicardia, estase jugular, sopros cardíacos;
Exame abdominal: sopro abdominal e/ou massas palpáveis;
Avaliação neurológica: nível de consciência, orientação, sinais neurológicos focais;
Fundoscopia.
Fundoscopia é obrigatória em todos os pacientes com suspeita de lesão de órgão-alvo. No pronto-socorro, não usar colírios midriáticos, pelo risco de crise de glaucoma agudo ou mesmo pela dificuldade de utilização do diâmetro pupilar na avaliação neurológica subsequente. As alterações de retinopatia aguda (hemorragias, exsudatos algodonosos e edema de papila) são facilmente visualizáveis sem necessidade de dilatação e sem a necessidade de especialistas específicos, bastando ter ambiente com menos luminosidade.
🔴Principais Emergências Hipertensivas:
1° Edema agudo de pulmão/disfunção ventricular (36,8%);
2° Infarto agudo do miocárdio/angina instável (24,5%/12%);
3° Encefalopatia hipertensiva (16,3%);
4° Hemorragia subaracnóide (4,5%);
5° Eclâmpsia (4,5%);
6° Dissecção aguda de aorta (2%);
7° Feocromocitoma;
8°Uso de co***na.
🔴Tratamento:
Pacientes com indícios clínicos de Emergência hipertensiva devem ser encaminhados à sala de emergência. Em geral, o objetivo inicial do tratamento é reduzir a PA média em torno de 25% nas duas primeiras horas, sob monitoração contínua. Devem ser utilizados anti-hipertensivos intravenosos (Tabela 2), visando estabilização da lesão orgânica, prevenindo-se a lesão permanente ao órgão-alvo e o risco iminente de morte.
Na abordagem inicial das emergências hipertensivas, em geral, estão indicadas as seguintes medidas, concomitantes com a terapêutica farmacológica imediata:
Oximetria de pulso/oxigenoterapia adequada; coleta imediata de exames laboratoriais; monitoração eletrocardiográf**a contínua; monitoração invasiva da pressão arterial; eletrocardiograma de 12 derivações; radiografia de tórax no leito; monitoração de débito urinário; internação em unidade de cuidados intensivos.
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