30/09/2018
Psicólogos Angola A PSICOLOGIA EM ANGOLA, TEM MERCADO? . É comum referirmo-nos à Psicologia como uma área “apaixonante” e que, muitas são as pessoas que pagariam por ter conhecimentos mínimos dessa ciência tão admirada e outras vezes pouco compreendida, principalmente pelas pessoas que nela “deambulam” . . A máxima segundo a qual “de louco e sábios, todos temos um pouco” pode ser replicada na mesma proporção e transformar-se em outra como por exemplo: “de Psicólogos, todos temos um pouco”. Aliás, basta apresentar-se como sendo adepto da área para encontrar colegas ocasionais nascidos da ala ficcional e sensacionalista dessa moderna ciência que consideramos ser a “do comportamento e dos processos mentais”. . Contudo, ao deixarmos essas questões poéticas, quando batemos de frente com o “vazio intestinal”, percebemos que em nenhuma parte deste vastíssimo universo, o romantismo alimentou pessoas. É a partir dali onde parámos para analisar a aplicabilidade prática da Psicologia e procuramos saber como as pessoas formadas nesta área sobreviveriam dela. . Dito de outro modo, questões como: . 1ª – Vale a pena estudar Psicologia em Angola? . 2ª – Que área prática da Psicologia seria a mais rentável em Angola? Psicologia Clínica, Psicologia Criminal, Psicologia do Trabalho/Organizações, Psicologia Social, Psicologia Escolar ou todas elas? . 3ª – Como está o mercado Angolano no que concerne à aceitação da Psicologia? . Acabam sempre por permanecer sem respostas palpáveis e “servíveis” para o tão desesperado grupo de pessoas que acodem às instituições do ensino superior, quer nacionais e estrangeiras, a fim de obterem uma certif**ação na área. . . Apesar de ser uma quase certeza de que, a maior parte dos estudantes de Psicologia, particularmente em Angola adere inicialmente por razões terapêuticas – ou seja, primeiro entram como pacientes – as questões acima permanecem sem respostas porque também ninguém, ou quase ninguém, deu-se ao trabalho de efectuar uma análise profunda do mercado da “Psicologia em Angola”. . Em termos práticos perguntaríamos: A Psicologia em Angola, possui clientes?! . Ao contrário das primeiras questões, esta sobre se há ou não clientes para a Psicologia em Angola é a mais fácil de responder até porque, “onde existirem pessoas, a Psicologia terá sempre utilidade prática” – dizia uma voz autorizada. . No entanto, coloca-se a outra questão, a da COMPETÊNCIA. Até que ponto, os formados em Psicologia em Angola estão preparados para responder profissionalmente às exigências dos eventuais clientes? . Mas, se existem correntes a dizerem que a questão da competência já está resolvida e que, há os BONS PSICÓLOGOS e os MAUS PSICÓLOGOS também são partes inerentes dessa seara, então, ao avançarmos na discussão, encontramos o aspecto ACEITAÇÃO INSTITUCIONAL da Psicologia em Angola. . Dados históricos demonstram que, o surgimento da Psicologia em Angola, tem como data provável, o ano de 1976, momento em que chega a Luanda “o primeiro grupo de Psicólogos formados na República Democrática do Congo, principalmente na Universidade Protestante de Kissangani cujos elementos, foram, após dois anos, enquadrados no então Ministério da Indústria e Energia, precisamente na Direcção Nacional de Recursos Humanos”. Nesta época, a Psicologia aparece no âmbito de um projecto de “orientação vocacional que depois estendeu-se ao Centro de Emprego de Luanda que funcionava no prédio da TAAG, centro este tutelado pelo Ministério do Trabalho cuja direcção era assumida pelo senhor Bens Chimole”. . Se a partir desse acontecimento é possível afirmar que a Psicologia em Angola desde os primórdios foi aceite institucionalmente, por outro lado, f**a-se com a dificuldade em perceber, por que razão, passados mais de 40 anos, não exista um diploma legal que regula a profissão de Psicólogo uma vez que a utilidade foi há muito tempo reconhecida. . Ao buscar-se explicações sobre esta ilegalidade da Profissão de Psicólogo em Angola, saltam à vista vários factores e, mais uma vez, pelas razões históricas, o “factor político” tem sido o que mais peso coloca nessa balança da “Legitimidade Versus Legalidade”. “A Psicologia em Angola é legítima, mas o exercício da profissão de Psicólogo, continua ilegal”. . Assim sendo, a manter-se essa ilegalidade e, enquanto o estado não reconheça formalmente a Profissão de Psicólogo, as instituições continuarão a contratar pessoas formadas na área como “técnicos quaisqueres” sem o mínimo de respeito e dignidade que se pretende. . Logo, todas as áreas de aplicação da Psicologia, particularmente as mais ensinadas entre as universidades Angolanas (Psicologia Clínica, Psicologia Criminal, Psicologia do Trabalho/Organizações, Psicologia Social, Psicologia Escolar), apesar de terem mercado, serão sempre nulas. Ou seja, NINGUÉM EM ANGOLA É CONTRATADO COMO PSICÓLOGO NAS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS. E SE É, NÃO HÁ A PROFISSÃO DE PSICÓLOGO NO QUALIFICADOR OCUPACIONAL. . Mas a utilidade está mais do que comprovada: . 1ª As esquadras, os serviços de investigação criminais, as procuradorias, os tribunais, as penitenciárias, o julgado de menores, os centros de tratamento da toxicodependência PRECISAM DE PSICÓLOGOS CRIMINAIS, FORENSES, CLÍNICOS E SOCIAIS; . 2ª As escolas, as creches, os colégios, PRECISAM DE PSICÓLOGOS ESCOLARES; . 3ª Todas as organizações públicas e privadas, PRECISAM DE PSICÓLOGOS DO TRABALHO E DAS ORGANIZAÇÕES; . 4ª As famílias e todas as pessoas que experimentam algum tipo de sofrimento psíquico insuportável, PRECISAM DE PSICÓLOGOS CLÍNICOS. . E, enquanto não chega esse reconhecimento institucional que passa pela PUBLICAÇÃO DE UM DECRETO QUE REGULE A PROFISSÃO AO MAIS ALTO NÍVEL, ACONSELHA-SE ÀS PESSOAS QUE QUEIRAM FORMAR-SE EM PSICOLOGIA OU QUE TENHAM SE FORMADO NA ÁREA EM ANGOLA, A ENVEREDAREM PELO EMPREENDEDORISMO. . Repetindo: optem pelo empreendedorismo e esqueçam as instituições do ESTADO. NINGUÉM ESTÁ A SER CONTRATADO COMO PSICÓLOGO EM ANGOLA! . Abram os vossos consultórios, mas antes, SEJAM COMPETENTES, NÃO IMPORTA EM QUE ÁREA DA PSICOLOGIA! . BOA NOITE! Por: LUKAMBA JOAQUIM