
04/08/2022
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO PREOCUPADO COM PROFESSORES QUE ABANDONAM A PROFISSÃO (DOCÊNCIA) PARA ABRAÇAREM OUTRAS OPORTUNIDADES
O ensino público regista, anualmente, mais de sete mil lacunas (deixados pelos professores) por serem preenchidos. Os dados foram avançados à RNA pela Direcção Nacional de Recursos Humanos do Ministério da Educação, que considera alto o número de professores requisitados, e que decidem abandonar a docência e abraçar outros desafios, na Função Pública.
"Só este ano já são mais de 1.200 professores que foram destacados para outros departamentos ministeriais. Chegamos a registar a cada ano 7 a 8 mil professores que abandonam a docência e abraçam outros desafios, abandonando as salas de aulas", lamentou a Directora dos Recursos Humanos do Ministério da Educação, Laudimilo de Sousa.
Novas escolas, demissão, mortes, reformas e abandono da profissão são causas que fazem com que haja sempre concursos públicos em todos os anos.
"É um sector que anualmente tem concursos, mas ainda assim tem défice de docentes, primeiro porque temos um número muito grande de escolas novas com projecto do PIIM e essas escolas carecem de professores, segundo porque também é um órgão com maior mobilidades", esclareceu.
Basta o governo valorizar o professor, para além da formação contínua, dar-lhe também um salário justo, com isso, esse professor não vai abandonar a sala de aula. Dar subsídio de 60% do salário aos outros sectores (Saúde, Ensino Superior e outros), no âmbito do ajuste salarial e subsídios que houve, mas dar apenas 25% ao professor é um sinal de desvalorização da classe, é a classe que menos beneficiou, ou seja, o professor vale menos por isso ao invés de merecer igualmente 60% como os outros mereceram, foi contemplado com 25% apenas. Para o governo o professor vale menos que os outros profissionais porque não produz dinheiro (receitas). Por isso muitos professores têm migrado para outros departamentos quando têm oportunidade.