07/04/2019
DENGUE
DESCRIÇÃO
Doença febril aguda, que pode apresentar um amplo espectro clínico: enquanto a maioria dos pacientes se recupera após evolução clínica leve e autolimitada, uma pequena parte progride para doença grave. É a mais importante arbovirose que afeta o homem, constituindo-se em sério problema de saúde pública no mundo. Ocorre e é disseminada especialmente nos países tropicais e subtropicais, onde as condições do meio ambiente favorecem o desenvolvimento e a proliferação do Aedes aegypti e do Aedes albopictus.
AGENTE ETIOLÓGICO
Um vírus RNA, arbovírus do gênero Flavivirus, pertencente à família Flaviviridae. Até o ano de 2013, são conhecidos 4 sorotipos: DENV1, DENV2, DENV3 e DENV4.
VETORES
Mosquitos do gênero Aedes. A espécie A. aegypti é a mais importante na transmissão da doença e também pode ser transmissora do vírus da febre amarela urbana e do vírus chikungunya. O A. albopictus é o vetor de manutenção da dengue na Ásia. Embora já esteja presente nas Américas, até o momento, não foi associado à transmissão da dengue nesta região.
MODO DE TRANSMISSÃO
A transmissão se faz pela picada dos mosquitos A. aegypti, no ciclo homem – A. aegypti – homem.
Foram registrados casos de transmissão vertical (gestante – bebê) e por transfusão sanguínea.
PERÍODO DE INCUBAÇÃO
Varia de 4 a 10 dias, sendo em média de 5 a 6 dias.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
A infecção por dengue pode ser assintomática ou causar doença cujo espectro inclui desde formas oligossintomáticas até quadros graves com choque, com ou sem hemorragia, podendo evoluir para o óbito.
Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (39 a 40°C) de início abrupto que geralmente dura de 2 a 7 dias, acompanhada de cefaleia, mialgia, artralgia, prostração, astenia, dor retro-orbital, exantema, prurido cutâneo. Anorexia, náuseas e vômitos são comuns
TRATAMENTO
Baseia-se principalmente em hidratação adequada, levando em consideração o estadiamento da doença (grupos A, B, C e D), segundo os sinais e sintomas apresentados pelo paciente, para decidir condutas, bem como o reconhecimento precoce dos sinais de alarme. É importante reconhecer precocemente os sinais de extravasamento plasmático para correção rápida com infusão de fluidos. Quanto ao tipo de unidade de saúde para o atendimento dos pacientes de dengue, deve-se levar em consideração o estadiamento da doença,
EDUCAÇÃO EM SAÚDE, COMUNICAÇÃO E MOBILIZAÇÃO SOCIAL
As ações de comunicação e mobilização são de responsabilidade das três esferas de gestão, devendo ser conduzidas de forma intersetorial, com apoio de entidades da sociedade civil.
Devem ser utilizados meios de comunicação de massa (por seu grande alcance e eficácia), além de se produzir e distribuir material que contemple as especificidades regionais. Recomenda-se a definição de um porta-voz para:
• transmitir informações atualizadas;
• divulgar sinais e sintomas da complicação da doença, para evitar óbitos;
• alertar sobre os perigos da automedicação, como o uso de analgésicos e antitérmicos, em especial o ácido acetilsalicílico (AAS) e seus derivados;
• orientar a população a procurar a unidade básica de saúde ao surgirem os primeiros sintomas;
• prestar esclarecimentos sobre medidas de autocuidado (vigorosa hidratação oral e repouso) e reforçar as ações realizadas no período não epidêmico.
PROTEÇÃO INDIVIDUAL
• Roupas que minimizem a exposição da pele durante o dia, quando os mosquitos são mais ativos, proporcionam alguma proteção às picadas dos vetores da dengue e podem ser incentivadas principalmente durante surtos.
• Repelentes compostos por DEET, IR3535 ou Icaridin podem ser aplicados na pele exposta ou nas roupas. O uso dos repelentes deve estar em estrita conformidade com as instruções do rótulo.
• A utilização de mosquiteiro proporciona boa proteção para aqueles que dormem durante o dia (por exemplo: bebês, pessoas acamadas e trabalhadores noturnos).
• Para redução das picadas por mosquitos em ambientes fechados, recomenda-se o uso de inseticidas domésticos em aerossol, espiral ou vaporizador.
• Instalação de estruturas de proteção no domicílio, como telas em janelas e portas, também pode reduzir as picadas.