
24/08/2025
Não foi só o parto. Foi tudo antes que me tirou o chão.
Mudar de país é atravessar fronteiras.
Gestar fora de casa é atravessar abismos.
Quando deixei o Brasil, levei comigo malas cheias de sonhos, mas também dores que ninguém via. Dores que a maternidade só ampliaria.
Nenhum planejamento me preparou para gestar longe da minha mãe, da minha rede, dos meus afetos.
E o mais duro não foi só a distância geográfica, mas a solidão que não cabia em fotos bonitas.
Descobri que para ser cuidada, não basta ter pessoas por perto é preciso estar emocionalmente pronta para receber. E isso, ninguém tinha me ensinado.
O medo em silêncio. O puerpério solitário. O choro escondido.
E o pior: acreditar que eu precisava dar conta sozinha.
Foi só no grito do meu corpo que busquei ajuda. Mas percebi que até isso era difícil quando a escuta não compreendia o que é ser mãe imigrante.
Hoje, depois de três gestações, uma perda e muita cicatriz transformada, eu criei o espaço que não encontrei quando mais precisei:
O M.A.M.A. um acompanhamento emocional feito para mães brasileiras que gestam fora do Brasil.
Você não precisa atravessar tudo isso sozinha.
Nem devia.
Se você se viu em algum pedaço dessa história, comenta aqui ou me chama no direct com a palavra “apoio”.