Ricardo Castanheira

Ricardo Castanheira Este é um espaço de opinião e liberdade individuais que apenas a mim obriga e responsabiliza.

Há muito que as redes sociais deixaram de ser apenas espaços de convívio ou partilha de ideias para se tornarem verdadei...
27/10/2025

Há muito que as redes sociais deixaram de ser apenas espaços de convívio ou partilha de ideias para se tornarem verdadeiras arenas de combate político. O que deveria ser uma ágora moderna — um espaço para o confronto saudável de opiniões — transformou-se num campo minado de insultos, radicalismos e intolerância. As eleições autárquicas e o projeto legislativo em torno das “burcas” foram disso um exemplo claro.

Mas o problema não está nas redes em si, mas na forma como elas moldam o comportamento humano. Os algoritmos privilegiam o choque, o escândalo e o exagero. A lógica da atenção recompensa quem grita mais alto e quem ofende mais, não quem argumenta melhor. E assim, aos poucos, a razão vai perdendo espaço para a emoção; o diálogo cede lugar ao confronto.

Hoje, a moderação é vista como fraqueza. O equilíbrio, como covardia. A capacidade de ouvir o outro, como traição à própria “tribo” ideológica. Vivemos numa era em que a complexidade é sacrificada em troca de “slogans” e frases de efeito. E o resultado é um empobrecimento profundo do debate público, em que os extremos se alimentam mutuamente enquanto o centro se esvazia.

Esta degradação do discurso tem consequências reais. A polarização digital contamina a política real, endurece posições e mina a confiança nas instituições democráticas. Quando tudo é reduzido a “nós contra eles”, perde-se o espaço da construção comum — e é nesse vazio que o populismo prospera.

Mas há uma responsabilidade individual e coletiva que não pode ser ignorada. Cada partilha impensada, cada comentário inflamado, cada “like” dado à indignação contribui para este ciclo tóxico. Não se trata de silenciar a crítica, mas de recuperar a noção de que o outro não é um inimigo, mas um interlocutor.

O desafio, portanto, é reencontrar o valor da conversa civilizada. Devolver à política — e às redes sociais — o respeito pela diferença. Tolerar não é concordar: é reconhecer o direito do outro a existir e a pensar de forma distinta.

Enquanto persistirmos neste ruído ensurdecedor de certezas absolutas, continuaremos a destruir o que resta do diálogo público. E sem diálogo, a democracia deixa de respirar. Infelizmente é esse o objetivo de alguns!

AINDA SOBRE BURCAS...- em Portugal o número de mulheres que usam burca é insignificante, portanto isto não deveria seque...
18/10/2025

AINDA SOBRE BURCAS...
- em Portugal o número de mulheres que usam burca é insignificante, portanto isto não deveria sequer merecer nota de rodapé quanto mais uma iniciativa legislativa, demonstrando bem que se trata antes de uma medida populista e demagógica para alimentar a agenda anti-imigração da extrema-direita nacional. Uma vez mais (e sempre), o objetivo é criar uma atmosfera de exclusão e desconfiança;
- a medida não visa proteger as mulheres, ao invés, ao proibir o uso e ao sancionar empurra-as para a invisibilidade social. As visadas deixarão de frequentar espaços públicos — escolas, universidades, serviços de saúde — por medo de sanções. Discrimina as mulheres e marginaliza-as (ainda mais!);
- a direita que quer sempre menos Estado, neste caso justifica a proibição em nome da “proteção das mulheres”, partindo de uma visão paternalista. Nem todas as que usam burca são coagidas, muitas fazem-no por convicção pessoal, religiosa ou cultural. Proibi-las de usar é, paradoxalmente, substituir uma forma de opressão por outra: o Estado decide o que elas podem ou não vestir.
- o Estado português que eu saiba ainda é laico! E a laicidade significa neutralidade do Estado em relação à religião, não hostilidade contra manifestações religiosas. Esta é uma medida claramente inconstitucional;
- enfim, proteger e empoderar mulheres (seja de que religião, credo ou raça forem) faz-se com mais educação, mais oportunidades, direitos iguais e acesso à justiça e ao trabalho, não com leis sobre os respetivos corpos ou vestuários!

Tive o privilégio de assistir no Centro Cultural de Belém a “Adilson uma Ópera de Dino D’Santiago”. Sim, o privilégio, p...
15/09/2025

Tive o privilégio de assistir no Centro Cultural de Belém a “Adilson uma Ópera de Dino D’Santiago”. Sim, o privilégio, porque as artes ampliam a empatia, o senso crítico, o entendimento do mundo e a tolerância.

Esta obra sublime do genial Dino é mais do que um acontecimento cultural de relevo. É, sobretudo, um gesto político, social e humano que desafia Portugal a olhar para si mesmo através do espelho da experiência migrante.

O espetáculo parte da biografia – infelizmente bem real de Adilson! - e da memória coletiva de comunidades africanas em Portugal para construir uma narrativa universal sobre pertença, exclusão e esperança. Ao transformar em ópera — ainda que moderna e “sui generis” - a história de um jovem negro nascido de pais imigrantes, Dino D’Santiago subverte convenções e reposiciona a cultura afro-lusófona no centro do palco nacional. Uma vez mais!

A obra chega num momento crucial. Portugal vive uma transformação demográfica intensa, com a imigração a desempenhar um papel determinante na economia, na vitalidade social e na diversidade cultural. Contudo, o discurso público continua marcado por estigmas, preconceitos e pela dificuldade em reconhecer os imigrantes não apenas como força de trabalho, mas como cidadãos de pleno direito, com voz e identidade próprias.

Adilson faz aquilo que o debate político tantas vezes evita: olhar para dentro e perceber entropias, erros e desumanidade. Adilson convoca-nos para celebrar a integração dos migrantes como elemento de reforço e valorização da identidade portuguesa.

Adilson é uma convocatória ao diálogo entre gerações e comunidades, uma oportunidade para que Portugal repense a sua narrativa histórica — da colonização à integração — e encontre, na arte, a coragem de assumir a imigração não como ameaça, mas como riqueza.

No CCB, o público não assiste apenas a uma ópera. É chamado a refletir sobre o país que somos e o país que queremos ser. Coisas realmente importantes, portanto! Obrigado, Dino!

O “Relatório Mundial da Felicidade” e o “Índice de Qualidade de Vida” - dois dos “benchmarks” mais respeitados globalmen...
01/09/2025

O “Relatório Mundial da Felicidade” e o “Índice de Qualidade de Vida” - dois dos “benchmarks” mais respeitados globalmente, produzidos pela Mercer — oferecem lições poderosas para os decisores políticos. Caso as desejem aprender… E ambos apontam para uma mesma conclusão: as pessoas prosperam quando as cidades priorizam o bem-estar, a inclusão e a habitabilidade, juntamente com o crescimento económico.

Na corrida para se tornarem mais competitivas, inovadoras e atraentes, as cidades costumam-se concentrar sobretudo em projetos de infraestrutura, transformação digital ou crescimento económico. No entanto, as estratégias urbanas mais visionárias lembram-nos uma verdade fundamental: uma cidade só é bem-sucedida na medida em que consegue fazer as pessoas felizes e melhorar a sua qualidade de vida. O segredo está assim na felicidade!

A pouco mais de um mês das eleições autárquicas, em Portugal, pouco o nada tenho escutado sobre como construir uma cidade feliz.

Mas regressemos àqueles índices. O “Relatório Mundial da Felicidade”, com base em pesquisas sobre satisfação com a vida, destaca seis pilares críticos: rendimento, expectativa de vida saudável, apoios sociais, liberdade, confiança no governo e solidariedade. Por sua vez, o “Índice de Qualidade de Vida” compara cidades em termos de segurança, educação, saúde, habitação, ambiente e lazer.

Quando analisamos as cidades que consistentemente estão nos primeiros lugares (Helsínquia, Copenhaga, Zurique e Viena), surge um padrão claro: estas não são as cidades mais ricas per capita, mas sim aquelas que investem sabiamente em políticas centradas nas pessoas.

O acesso a cuidados de saúde de alta qualidade, espaços verdes e opções de mobilidade ativa (ciclismo, caminhada, transportes públicos) aumenta diretamente a felicidade e a qualidade de vida.

O apoio social é um dos indicadores mais fortes de felicidade. Parques, centros comunitários, bibliotecas e praças promovem a interação, o sentimento de pertença e a confiança. A insegurança habitacional prejudica o bem-estar. As cidades que promovem o acesso à habitação (em Viena há 60% dos residentes em apartamentos subsidiados ou com renda controlada) reduzem as desigualdades.

Os índices mostram ainda que uma câmara municipal que ouve, comunica abertamente e envolve os munícipes nas tomadas de decisões cria a sensação de justiça e liberdade de que as pessoas precisam para prosperar.

O acesso à natureza afeta diretamente a saúde e a satisfação com a vida. Mais parques verdes é sinónimo de mais atividade física e de mais sustentabilidade urbana. As cidades são redes de relações humanas, por isso importa incentivar o envolvimento cívico, o voluntariado, mais vida cultural como condições de pertença e inclusão no tecido social.

A felicidade e a qualidade de vida não são luxos são imperativos estratégicos. As cidades que priorizam o bem-estar atraem talentos, estimulam a inovação e retêm cidadãos que se sentem orgulhosos de a elas pertencerem.

Já estamos em período pré-eleitoral para as autárquicas e os candidatos apressam-se a querer apresentar muitas ideias. C...
07/07/2025

Já estamos em período pré-eleitoral para as autárquicas e os candidatos apressam-se a querer apresentar muitas ideias. Como raramente os programas são escrutinados e avaliados ao longo do tempo (menos ainda a final), talvez valesse a pena seguir a velha máxima do “menos é mais”! Ou seja, bastaria um ou dois projetos verdadeiramente disruptivos e catalisadores de mudança, com elevado impacto económico e social.

Coimbra, apesar da paulatina evolução ao longo dos últimos (muitos) anos, continua a viver divorciada do rio Mondego.

Elemento inquestionável da história, da cultura e da vivência desta cidade. É verdade que houve alguma reabilitação de margens, o Parque Verde e a Praça da Canção, não esquecendo a praia fluvial do Rebolim, mas ainda assim o potencial é tamanho, que nos leva a crer que ainda haverá tanto por fazer.

Em Coimbra, como em muitas outras cidades banhadas por rio com dimensão significativa, este elemento natural desempenha uma multifuncionalidade, ou seja, combina usos ambientais, sociais, recreativos e culturais. Não esquecendo o valor económico de cada um deles.

O Mondego, em Coimbra, tem as condições para ser o principal elemento urbano aglutinador da comunidade, promotor de participação cívica e de fomento desportivo. Imaginem - como em Roterdão ou Munique - um canal com onda surfável; campos públicos de ténis e de padel ao longo das margens.

Por falar em margens, as do Mondego (e não apenas a Praça da Canção ou o Parque Verde) deveriam ser anfiteatros culturais por excelência. Galerias de arte abertas à criatividade de forma contínua no tempo. E não apenas palcos episódicos de eventos… como a Queima das Fitas ou a Feira Popular.

A relação entre o Mondego e o Choupal não existe. Um anacronismo injustificável. Aproximar o pulmão da cidade e o Rio é um imperativo para fazer de Coimbra um modelo de qualidade de vida e de sustentabilidade. Elementos que, hoje em dia, ajudam a fixar pessoas e a atrair riqueza.

A roda está inventada. Observem-se os bons exemplos de Paris, onde esta semana se voltou a mergulhar no Rio Sena; num projeto de décadas que passou por despoluir e criar uma piscina natural, além de festivais culturais nas margens do Sena e de largos quilómetros de ciclovia nas margens. Do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro, o maior espaço cultural urbano e museológico da cidade. Ou, ainda, o Plano do Rio Isar, em Munique, para a criação de zonas recreativas.

Uma nova vida ao Mondego é possível! Haja vontade!

Em tempos de ameaça nuclear, crises climáticas e desafios globais, insistir em soluções militares é não apenas imoral, m...
23/06/2025

Em tempos de ameaça nuclear, crises climáticas e desafios globais, insistir em soluções militares é não apenas imoral, mas suicida. A irracionalidade das guerras e a cegueira do poder são sintomas de um sistema que precisa ser urgentemente repensado. A paz não é uma utopia: é uma urgência!

Ao longo da História, as guerras têm sido apresentadas como instrumentos de conquista, defesa ou redenção. No entanto, uma análise mais profunda revela a irracionalidade que as sustenta e a cegueira de poder que as alimenta. Em pleno século XXI, num mundo que se diz globalizado, civilizado e interconectado, a persistência dos conflitos armados levanta uma questão essencial: por que razão continuamos a recorrer à violência organizada como forma de resolver disputas?

A irracionalidade das guerras está patente, antes de mais, no seu custo humano. Milhões de vidas são ceifadas, não apenas entre soldados, mas sobretudo entre civis inocentes: crianças, mulheres, idosos. Populações inteiras são deslocadas, culturas são destruídas, traumas coletivos são perpetuados por gerações. Não há argumento racional que justifique tais perdas. Nenhuma fronteira, nenhuma ideologia, nenhum recurso natural vale o sofrimento provocado por uma guerra. Mesmo os supostos “vencedores” terminam feridos – no corpo, na alma ou na economia.

Para além da destruição física, há a ruína moral e ética que as guerras trazem. Quando a violência se institucionaliza, quando matar passa a ser legitimado por bandeiras e discursos patrióticos, os alicerces da humanidade vacilam. A guerra desumaniza, transforma o “outro” num inimigo, apaga a empatia. E tudo isto muitas vezes é conduzido por líderes distantes dos campos de batalha, confortavelmente instalados nos corredores do poder, cegos pela ambição, pelo orgulho ou pela sede de domínio.

É precisamente essa cegueira do poder que perpetua os conflitos. Governantes embriagados de autoridade, incapazes de escutar ou reconhecer erros, preferem arrastar nações inteiras para confrontos evitáveis a ceder ou dialogar. A história recente está cheia de exemplos: guerras iniciadas com pretextos falsos, intervenções militares disfarçadas de “missões de paz”, escaladas bélicas motivadas por cálculos eleitorais ou interesses económicos ocultos. A política, quando contaminada pelo ego e pela ganância, torna-se um terreno fértil para decisões irracionais e irresponsáveis. É este o Mundo Cão em que vivemos!

A “The Economist”, por estes dias, relatava que as cidades e municípios europeus são mais resilientes face à vaga de pop...
28/05/2025

A “The Economist”, por estes dias, relatava que as cidades e municípios europeus são mais resilientes face à vaga de populismo e de extremismo que tem assolado diversos governos e parlamentos nacionais, incluindo o português. Este é um exercício interessante para ser feito, quando estamos a poucos meses de eleições autárquicas em Portugal.

O “Chega” será, assim, posto à prova. Desta vez não será apenas Ventura, nem sobretudo Ventura. São precisos muitos mais!.. Ver-se-á a respetiva capacidade organizativa e de captação de quadros. É que nas autarquias as pessoas contam.

Sendo certo que também há voto de protesto nas autarquias, a verdade é que os cidadãos conhecem muitas vezes pessoalmente os seus representantes, o que cria uma relação de maior confiança e de responsabilização direta. O espaço para discursos vagos, promessas populistas e irrealistas é bastante menor. O grau de sindicância e exigência popular é maior.

Nos municípios o foco deve estar na resolução dos problemas reais. Não há espaço para narrativas ideológicas ou para discursos polarizadores. A necessidade de cooperação entre partidos e movimentos cívicos dilui radicalismos. Por tudo isto o “Chega” tem menos tração!

Por outro lado, o nível de literacia cívica a nível local tende a ser maior, porquanto os cidadãos muitas vezes conhecem melhor os desafios e decisões locais do que as dinâmicas nacionais ou globais, tornando-os menos vulneráveis à desinformação simplista. A presença de movimentos associativos fortes também dá maiores garantias de respeito por valores fundamentais.

Finalmente, e como ficou confirmado recentemente, o populismo alimenta-se do mau jornalismo e do espetáculo mediático. Ora, em regra – pelo que temos conhecido! - nos municípios, o debate está menos mediatizado, menos sujeito a influencias algorítmicas, fazendo-se o debate ainda muito pelos canais tradicionais e comunitários.

Evidentemente, ninguém está imune e não há localidades absolutamente protegidas do caldo extremista e radical. Por isso mesmo, o melhor remédio preventivo é escolher candidatos com conhecimento das necessidades reais das pessoas; com elevado nível de proximidade e responsabilização.

Dizem-me que o país está em campanha eleitoral. Estou longe, mas enviarei o voto por correio. Nunca deixei de o fazer. A...
12/05/2025

Dizem-me que o país está em campanha eleitoral. Estou longe, mas enviarei o voto por correio. Nunca deixei de o fazer. Aliás, é o pouco que resta aos emigrantes fazer. Esquecidos que somos…

Cruzei-me com esta frase do Jean Cocteau (cineasta francês), "as minorias têm razão mais vezes do que as maiorias, porque são obrigadas a pensar. As maiorias apenas seguem”. E olho para trás. Concluo, que, curiosamente, quase sempre as minhas ideias e opiniões não foram vencedoras. Não sei se é bom ou mau, mas foi assim e sinto-me confortável com isso.

Aliás, na política como no futebol – ainda que uma nada tenha a ver com o outro – também sofro por quem raramente vence: a Académica de Coimbra, em Portugal, e o Vasco da Gama, no Brasil. Interessa-me o que representam ambos na história dos dois países, os respetivos valores e singularidades. Primeiro a paixão, a bola na rede vem depois.

Mas voltemos à política e à campanha eleitoral. Aliás, não admira que muita gente não vá votar. Que as sondagens confirmem o distanciamento crescente dos cidadãos da coisa pública e da política. Estas eleições não eram para existir. São um equívoco que resultou da incapacidade de diálogo entre os dois principais líderes partidários, o Luís e o Pedro.

E uma vez mais, cá estou eu a expressar uma opinião provavelmente minoritária, mas é a minha e a que creio seria necessária nesta hora de incerteza global e crescimento dos extremismos: Portugal precisa de crescer economicamente, de fazer reformas estruturais e de ter estabilidade. Isso só se alcança se os dois pilares do regime se entenderem. Nesse dia – ao contrário do que alguns dizem – “os Venturas da vida” não crescem, desaparecem, porque os problemas das pessoas passam a ser resolvidos na saúde, na educação e no emprego.

Um entendimento entre PS e PSD – veja-se a solução atual na Alemanha! - facilitaria a aplicação de políticas de longo prazo e poderia contribuir para desarmar a retórica extremista e desincentivar a ascensão de forças populistas. Esse entendimento sinalizaria um compromisso com a estabilidade o que pode gerar confiança dos investidores, das instituições europeias e dos parceiros internacionais.

Mas isso sou eu, uma vez mais, a pensar diferente…O Luís e o Pedro nem sequer se falam!...

As últimas semanas foram um turbilhão de provas, experiências e sensações. Fica o resumo, a quem possa aproveitar.1.A Am...
28/04/2025

As últimas semanas foram um turbilhão de provas, experiências e sensações. Fica o resumo, a quem possa aproveitar.

1.A Amizade cultiva-se com verdade e tempo.

A verdadeira amizade não surge do nada nem se mantém por conveniência; cresce na partilha sincera, na aceitação dos defeitos e na presença constante, mesmo quando o mundo “lá fora” parece apresentar outras prioridades. Aprendemos que amigos de verdade não são muitos, mas os suficientes!

2. A Solidariedade consiste em pequenos gestos, que trazem grandes mudanças.

A solidariedade ensina que, muitas vezes, não são precisos gestos grandiosos para causar impacto. Uma palavra amiga, um ouvido atento ou uma ajuda simples num momento difícil pode transformar o dia — ou a vida — de alguém. Ser solidário é entender que todos enfrentamos batalhas invisíveis e que o apoio mútuo nos torna mais humanos.

3. A Generosidade: dar é multiplicar.

A verdadeira generosidade não espera retorno. Quando damos — seja tempo, atenção, ajuda ou amor — estamos, na verdade, a tornar a nossa própria vida mais rica. A lição, neste caso, é que tudo o que semeamos, um dia receberemos em dobro. Podem parecer coincidências, mas não são!

4. A Frontalidade é libertadora, quando a verdade é dita com respeito.

Ser frontal não é ser rude; é ser claro, honesto e respeitoso. A frontalidade alimenta relações sem máscaras e contribui para a confiança. É preferível enfrentar uma verdade difícil a viver em dúvida ou ilusão. A maturidade está em aprender a dizer o que precisa ser dito, desde que com empatia, respeito e consideração pelo outro.

5. A Honestidade é a condição de tudo o resto.

A honestidade é o alicerce invisível que sustenta uma vida saudável. Seja na relação com os outros, seja connosco. Viver de forma honesta exige coragem: coragem para se ser quem é, para agir de acordo com os próprios valores e com os próprios erros. Em suma, evitar ceder à tentação da mentira ou da omissão. Não é fácil, mas vale a pena!

Coimbra está um autêntico estaleiro. Há obras por todo o lado. Ruas esventradas e um trânsito apocalíptico para acomodar...
31/03/2025

Coimbra está um autêntico estaleiro. Há obras por todo o lado. Ruas esventradas e um trânsito apocalíptico para acomodar, entre outros, o metro urbano de superfície. É sabido que mudanças profundas exigem sempre sacrifícios. O problema sério surge quando, a final, fica quase tudo na mesma: os cidadãos não sentem melhorias. Veremos…

Há poucos dias, os parisienses aprovaram através de um referendo um projeto tão ambicioso quanto disruptivo. A criação de espaços verdes em 500 ruas da cidade que passarão a ser totalmente dedicadas a peões. Uma mudança radical na capital francesa onde o trânsito é um inferno, apesar de uma rede de transportes públicos muito aceitável.

Esta iniciativa do município parisiense, que contou com o apoio popular – apesar de uma baixíssima participação referendária! – prevê ainda a eliminação de 10 mil lugares de estacionamento. O objetivo a longo prazo é ambicioso: reduzir em cerca de 60% o espaço destinado ao estacionamento de automóveis, que atualmente ocupam 95% da via pública. É uma mudança radical numa cidade tomada pelo automóvel, mas que, desde 2020, já eliminou 10 mil lugares de estacionamento e criou centenas de ciclovias. Uma cidade com rosto novo, portanto!

Os municípios de todo o mundo estão em constante evolução para enfrentar desafios como a urbanização, a sustentabilidade, o desenvolvimento económico e a equidade social. No fundo, em Coimbra seria importante aproveitar este momento, em que “a cidade está em obras”, para introduzir mudanças estruturantes.

Por exemplo, até que ponto nas obras em curso se está a integrar tecnologia digital, análise de dados e inteligência artificial para melhorar a gestão e tráfego urbanos, melhorar os serviços públicos e otimizar as infraestruturas?

Há um conceito estratégico por detrás do que está a acontecer em Paris: “a cidade dos 15 minutos”. Isto significa que os residentes podem aceder ao trabalho, lojas, cuidados de saúde, escolas e lazer num raio de 15 minutos a pé ou de bicicleta. Já imaginou esta ideia implementada em Coimbra? Já que está o estaleiro montado imagine-se implementar aquele conceito: reduzindo o congestionamento de tráfego, a dependência de automóveis, impulsionando o comércio local e, acima de tudo, melhorar a qualidade de vida.

Haja ambição! E o sonho comanda a vida!

Imaginemos que o presidente da Assembleia da República era, na passada semana, António Almeida Santos ou António Barbosa...
17/03/2025

Imaginemos que o presidente da Assembleia da República era, na passada semana, António Almeida Santos ou António Barbosa de Melo. Dois nomes históricos do PS e PSD a quem a nossa democracia muito deve. Imaginemos, ainda, que na primeira fila da bancada do PSD estavam sentados Calvão da Silva e Miguel Macedo e que na do PS estariam Jorge Coelho e Fausto Correia. Alguém imagina o triste desfecho de há dias? Alguém pensa que o país mergulharia nesta crise política desnecessária? Nem pensar! O facto da última moção de confiança ter sido chumbada 47 anos (sim 47 anos!) após a primeira diz muito sobre a excecionalidade e atipicidade do caso.

Para se perceber onde quero chegar, olhemos para os Estados Unidos onde Trump desgoverna. E muito! Ainda assim, o senador Chuck Schumer, líder democrata no Senado, apelou esta semana para a aprovação do Orçamento de Trump, sob pena de paralisar o país e tal servir apenas os interesses de Presidente, Musk e companhia.

Ou seja, os tempos atuais e o Mundo estão diferentes, mas, sobretudo, os protagonistas e atores políticos mudaram muito.

É que antes havia canais de comunicação e mensageiros especiais entre os partidos. Os telefones que estão nas bancadas - e que tantas vezes pela televisão vemos ser usados - não são apenas para pedidos de palavra à mesa. São, em muitas ocasiões, para que os diferentes grupos comuniquem entre si. O parlamento é, por definição, um espaço de confronto, de debate e de negociação. Deve ser vivo e tenso, mas igualmente leal e transparente. Não foi!..

O problema é que os canais de comunicação entre os partidos foram desaparecendo. Entre todos e, em especial, entre os dois maiores do regime. Tudo tresanda a polarização e animosidade. O resultado está à vista: quatro eleições legislativas em cinco anos; a extrema-direita cresceu exponencialmente e as próximas eleições presidenciais estão decididas com um ano de antecedência e entregues numa bandeja a um militar que desconfia do sistema.

A política é uma atividade nobre, quando aqueles que a exercem respeitam regras de urbanidade, dotados de caráter e têm abertura para acolher as diferenças em nome de valores e interesses superiores, que não são os partidários, mas os da República e da comunidade.

Ninguém sabe qual será o resultado das eleições em maio próximo, mas há algo que podemos dar por garantido: o partido mais votado não terá maioria parlamentar. E, salvo se a extrema-direita tiver acesso ao poder executivo, a instabilidade governativa volta a estar na mesa. A menos que haja quem saiba dialogar e construir pontes! Para evitar o pior!

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