16/05/2025
Por que caminhamos para uma inversão na relação com o que (e quem) nos cerca?
Em Aparecida de Goiânia, uma casal briga na justiça pela guarda de um bebê reborn super realista no valor de 10 mil reais.
Por que essa disputa não é tratada como divisão de bens e sim como guarda?
As relações humanas caminham para a visão do outro como objeto de satisfação de desejos e por isso estão cada vez mais frágeis. Em paralelo um bebê realista se torna parte da família e considerado como um ser que necessita de guarda.
Isso expressa a dificuldade cada vez mais acentuada nas relações, tornando-se necessário a compra de um item que simboliza o ser humano que talvez seja realmente o desejo do casal, mas que demandaria muito mais atenção, cuidados e disposição.
Por que não estamos mais tão dispostos a cuidar das relações? A cuidar de outro ser humano?
A oferta de objetos que preenchem o nosso dia a dia aumentou exponencialmente e talvez estejamos permitindo que esses objetos tão atraentes, tecnológicos e com botão liga e desliga substituam a relação humana que não pode ser tão controlada assim.
Queremos as relações sob o nosso controle? Estamos também nos sujeitando a ser controlados por outras pessoas e por objetos tecnológicos?