25/01/2021
Observando diariamente a polêmica da volta as aulas, f**a aqui uma dúvida minha e de várias outras mães de crianças/adolescentes com deficiência que nos procuram diariamente.
Quais serão as medidas de segurança para esse público na volta às aulas?
Como f**am os alunos de inclusão?
Porque além de muitos deles nem fazerem idéia do que está acontecendo, a maioria tem muita resistência ao uso da máscara, por exemplo.
Colocam muito as mãos na boca, passam a mão por todos os locais, levam muitos objetos a boca, muitos não tem noção de higiene, e tem bastante dificuldade em entender regras sociais.
Durante a quarentena e o isolamento nesse período, com a implantação das aulas remotas, sentimos na pele o quanto foi complicado manter nossos filhos atentos a tela do computador com foco, quase que impossível, principalmente para aquelas com autismo, TDAH e D.I. em alguns casos com os 3 diagnósticos associados... Precisamos traçar urgente uma solução, caso se mantenham on LINE novamente esse ano.
Aliás, foram os mais prejudicados nessa Pandemia toda. Além da falta das aulas, não frequentaram também as terapias, prejudicando consideravelmente os comportamentos e o desenvolvimento, além da quebra de rotina que é essencial para eles. Todos tiveram prejuízos, mas nesse caso foi ainda maior.
Gostaria muito de tê-los visto citados nos debates de volta às aulas, não vi ou ouvi alguém lembrar dos alunos de inclusão.
Não é só uma preocupação minha, como também de muitas outras mães de crianças e adolescentes autistas e de outras deficiências. Está sendo um verdadeiro pesadelo toda essa fase para todas nós pensar em aulas nesse momento, realmente, nos deixa muito angustiadas.
Demorei pra me posicionar a respeito, justamente porque via o debate incerto sobre a volta às aulas, mas também percebi que mesmo agora com a possibilidade de retorno, não foram citados.
Respeito muito quem levanta a bandeira de volta às aulas, creio que cada um sabe o que é melhor para o seu filho (a) e acredito que a cada um também cabe o bom senso do voltar ou não voltar? Claro que também gostaria muito que elas voltassem para o meu filho, mas nesse caso em particular, precisa ainda ser revisto com critérios, seguros realmente, senão todos teremos muitos problemas....
Sem vacina e sem planejamento, f**a realmente difícil.
Se uma criança/adolescente com deficiência intelectual, autista, adoece e necessita de internação sem poder ter acompanhante, como se estabelecerá a comunicação já que nos hospitais raramente se conhece sobre as suas condições? Teremos profissionais especializados para cuidar deles, que os entendam e conheçam suas especifidades? Como se comunicar com um autista sobre o que sente, principalmente se não for verbal? como saber se na maioria dos casos não se comunicam de forma adequada, mesmos os que falam, alguns não compreendem o que é perguntado?
Entendem a dimensão do problema?
Vai além da sala de aula.
Vai além de perderem ou não o ano letivo, vai além do "aprendizado".
Gostaria de pedir atenção para que revejam esses casos.
F**a o meu, o nosso apelo como mães e pais e pedimos que nos comuniquem caso haja um planejamento para que possamos, de alguma forma, juntos, encontrar uma solução mais adequada e segura para os nossos filhos.
Karina Maia
Mãe do Arthur
Pres. Ampara