Ylê Asé Onirê Adê Fadaká

Ylê Asé Onirê Adê Fadaká um ambiente aconchegante e muito interessante

Ritual do IpadêÉ bom esclarecer desde logo que o ritual do Ipadê, e o padê de Exu são duas coisas diferentes.O Ipadê é u...
30/08/2021

Ritual do Ipadê

É bom esclarecer desde logo que o ritual do Ipadê, e o padê de Exu são duas coisas diferentes.

O Ipadê é um fundamento da religião direcionado para saudar os ancestrais; e o padê é uma comida de Exu.

“Despachar Exu”, como se diz usualmente, também não se confunde com o Ipadê. O ato de despachar Exu, na verdade, atende ao princípio de que esta divindade deve ser a primeira a ser agradada. Assim, antes do início do xirê, ou mesmo antes dos demais Orixás serem reverenciados, Exu deve ser o primeiro a receber seus agrados. Caso contrário, os praticantes podem ser punidos com as artimanhas dele.

Feitas as distinções necessárias, vamos então falar diretamente sobre o Ipadê. Esse ritual é necessário em 3 situações: quando são sacrif**ados animais de 4 patas para Exu; nas Águas de Oxalá e no axexê.

No Ipadê, são reverenciados Exu (o mensageiro), os ancestrais masculinos (eguns), femininos (iyá mi), os esás (ancestrais importantes daquele Egbé) e alguns Orixás (conforme a tradição de cada Axé).
Os elementos necessários ao Ipadê, são: uma cuia feita de cabaça (representando a cabeça de todos), a acaçá (simbolizando o corpo da comunidade), a cachaça (oti), omi (a água, capaz de acalmar e fertilizar), a farinha de mesa crua (iyefún, signif**ando a fecundidade) e finalmente o dendê ou o limo da costa (conforme o caso).
Este ritual é essencialmente comandado pelas mulheres. No caso, a iyadagán e a iyámorô. A primeira prepara os ingredientes, sentada em frente ao Axé, enquanto a segunda dança em volta da cumeeira e despacha os elementos, acompanhada pelos Ogans.
Filho do vento

24/08/2021

Todo pai de santo passa por isso aquele que nunca passou jogue a primeira pedra que comece os comentários

Penso e faço da mesma forma !A MÃO que abençoa, não pode ser a mesma que amaldiçoa!As pessoas esquecem que chega uma hor...
22/08/2021

Penso e faço da mesma forma !

A MÃO que abençoa, não pode ser a mesma que amaldiçoa!
As pessoas esquecem que chega uma hora que a cobrança chega!
Pode passar o tempo que passar.
O sagrado não dorme, orisa é vivo!
Nós somos uma semente em cima desta terra. Fomos escolhidos para zelar pelo sagrado e não fazer do sagrado um templo de poder, e submissão.
Nuca seremos mais que o sagrado e sim, o sagrado sempre será, mais que todos nós ,hoje e sempre!
Minha forma de pensar!

Crédito
Babalorisa sidney oba izo

Sempre vai faltar alguma coisa.Vai faltar junto, adjuntó, vai faltar folha, vai faltar grão vai faltar Òrìsà, vai faltar...
21/08/2021

Sempre vai faltar alguma coisa.

Vai faltar junto, adjuntó, vai faltar folha, vai faltar grão vai faltar Òrìsà, vai faltar catiço assentado.
Tudo isso e mais um pouco sempre serão motivos e respostas prontas na boca das pessoas pelas frustrações e dificuldades que passam na vida.
Ninguém pensa em rever conduta, caráter, comportamento e atitude com os outros e consigo, o problema sempre será a falta de ejé no igba, falta de um Òrìsà na vida, falta de um fio de conta no pescoço.
A realidade é que muita gente mete o louco.
As pessoas brincam muito.
E de fato tem uma coisa que está faltando sim, rever caráter, modo de vida e arcar com o resultado das próprias escolhas.
Realmente falta alguma coisa sim, falta amor, respeito e discernimento para com o sagrado na vida de muita gente.
Falta bom senso, entendimento e compreensão nas pessoas em saber que o mal que você faz ou fala uma hora volta pra sua vida.
Não é falta de santo assentado nem de entidade que atrasa a vida de alguém, é a falta de postura e clareza em saber que existe uma força maior que move o mundo, uma força invisível que tudo vê, e os olhos desta mesma força não erram nunca.
Muita coisa não é falta de ejé, mas sim o resultado dos atos passados, presentes, o resultado do mau caráter que muitos não abandonam e que usam e arrastam ao longo do tempo como justif**ativa de não terem as coisas.
Falta coisa sim, e FÉ com certeza é uma delas.
Amor, devoção, mudança de hábitos e atitudes, também faltam.

Bora trabalhar?
Ótimo sábado! 😘

Oyanitiatiiná 🔥

Crédito Vento de Oyá

Conta um itan que Nanã, anciã sábia e muito respeitada entre os Orixás, guardava uma grande cesta de costura, com a qual...
21/08/2021

Conta um itan que Nanã, anciã sábia e muito respeitada entre os Orixás, guardava uma grande cesta de costura, com a qual fazia renda e roupas para bonecas.

Um dia Xangô procurou Nanã porque queria ir a uma festa importante, mas estava frustrado por não possuir uma vestimenta adequada. Nanã tinha feito as roupas de todos os Orixás e guardou as sobras dos panos em sua cesta.

Com os retalhos fez uma imponente roupa de festa para Xangô, que foi à cerimônia vestido com o seu saiote multicor.
Ele ficou tão bonito que encantou a todos. Foi aclamado e escolhido rei por sua estonteante presença.

Nanã é uma sábia senhora, que molda a vida com as mãos. Em barro ou linha, vai, artesanalmente, tecendo os caminhos. Quando a gente pensa que não resta mais nada, pode ser o momento de ouvir os(as) nossos(as) mais velhos(as) e encontrar as respostas.

Saluba!

✓ Carolina Rocha,
"Dandara Suburbana - Ataré Palavra Terapia."

🎨 Carybé, "Nanã e Xangô" (Adaptado).

Ọbàtálá, Ọbà ÒrìşàÒrìşà N'lá atererekàíyé Bàbá OfúrufúBàbá ÈmíỌbàtálá, Ibìkejì  ÈdùmàrèỌbàtálá, ÁlábáláséỌbàtálá, Ata ta...
20/08/2021

Ọbàtálá, Ọbà Òrìşà
Òrìşà N'lá atererekàíyé
Bàbá Ofúrufú
Bàbá Èmí
Ọbàtálá, Ibìkejì Èdùmàrè
Ọbàtálá, Álábálásé
Ọbàtálá, Ata ta bí àkún
Olójukan Bàbá

Tradução:

Ọbàtálá, Rei dos Orixás!
Ọbàtálá, Grande Orixá que reina sobre todas as coisas da Terra.
Pai do ar atmosférico.
Senhor do firmamento.
Pai do Sopro Sagrado.
Ọbàtálá, a segunda pessoa de Òlòdumàrè.
Ọbàtálá, a maior autoridade abaixo de Deus.
Ọbàtálá, aquele que determina todas as coisas.
Ọbàtálá, o Todo- Poderoso.
Ọbàtálá, pai protetor dos que enxergam com um olho só.

O bom da vida é que no fim tudo passa:
só f**a o que pertence a você.
Talvez um dos grandes ensinamentos de Oxalá seja também esse: devagar se vai longe sem precisar chegar ao destino cansado.
Quem tem paciência constrói um Universo.
O tempo tudo leva e apesar disso, ele pode ser infinitamente generoso apesar do seu Rigor.

✓ Kleberson Ananias.

🎨André Hora.

*Obrigações*Obrigação de um ano(odú Kíní) É às obrigações muito importantes é considerada como fim do resguardo do Iyawo...
19/08/2021

*Obrigações*

Obrigação de um ano
(odú Kíní) É às obrigações muito importantes é considerada como fim do resguardo do Iyawo após sua iniciação. Somente esta obrigação dará ao iniciado à liberdade de viver materialmente sem restrições na sociedade e no seu convívio familiar e pessoal.
Até fazer um ano de feitura ou pagar sua obrigação de um ano (odú Kíní), ainda terá algumas restrições (ewo temporário. como cortar cabelo, tomar banho de mar e outros. Será feita na obrigação de um ano de feitura, uma nova festa para comemorar a data onde serão oferecidos comida ritual, frutas e flores.

Obrigação de três anos
(Oduetá) Esta obrigação é considerada a confirmação da continuidade do iniciado no Axé, e já está autorizado a conceber o seu ajuntó, e a começar ser liberado e graduado pelo seu babalorixá, a usar fios com Seguis e Bràjà dependendo do Orixá, e poderá deixar de usar Mòócan e Delègún. (conforme orientação do babalorixá)
Outra obrigação é feita aos três anos de feitura (odú kétà), algumas casas ou nações fazem também uma de cinco anos, mas no candomblé ketu considera-se um ano, três e sete anos. Ele ou ela permanecerá como Iaô até completar os sete anos de feitura e fazer a obrigação de sete anos (odu ejé).

Obrigação de sete anos
(Oduijé) ou Odu ejé (a pronúncia do acento é fechada) É uma das maiores obrigações de uma casa de Candomblé, que todos os iniciados serão obrigados a tomar sem exceção. Com essa obrigação o iniciado poderá receber posto, cargo, titulo e direitos de independência do seu babalorixá.
Só quando fizer a obrigação de sete anos Odu ejé é que será considerado um Egbomi.
A obrigação de sete anos é tão grande e importante quanto a feitura, nessa obrigação é que será definido se o Egbomi irá abrir uma casa ou não. A Iyalorixá entregará para o Egbomi no ato da festa seus pertences (jogo de búzios, pembas, favas, sementes, tesoura, navalha, tudo que vai precisar para iniciar Iaôs) no Ketu é chamdo Odu Ijê com Oyê, em outras nações é chamado de Deká, Peneira, Cuia, etc.
Caso o Orixá da pessoa não queira abrir uma casa e queira continuar na roça da Iyalorixá, o Orixá depositará os objetos recebidos nos pés da Iyalorixá e sua filha não abrirá uma casa, continuará na roça onde normalmente receberá um posto para ajudar a Iyalorixá.
Quando o Orixá aceita a Egbomi receberá todas as homenagens dos presentes pois está sendo consagrada como uma nova Iyalorixá se for homem Babalorixá. Nesse caso terá que providenciar uma casa para onde será levado seu Orixá e iniciar um novo Ile axé.

- OIYE - quer dizer titulo independência, são pessoas que já tomaram seus sete anos e necessitam de um TITULO dado pelo seu babalorixá, para ser independente e Zelador (a) de Orixás, sacerdócio. Esse Oiye pode ser também um cargo na casa do babalorixá onde fez a obrigação.

- DEKA - é autorização (direitos) de conduzir a sua própria casa de Candomblé, atendimento de seus adeptos e consulentes, jogar búzios, tirar ebós e iniciar pessoas no Orixá, ou Vodum dependendo da nação etc.. Na nação Jeje receberá um Húnjèbé é o Titulo de sacerdócio exclusivo da nação Jeje e um amuleto do Egbònme, é o diploma dado pelo Voduno para dar continuidade do aprendizado dos fundamentos dos Voduns.

Obs: (Lembrando que certas regras nomes e etc variam de casa pra casa e de nação para nação.)

Òrìṣà Ògìyán é um Òrìṣà guerreiro e estratégico. Enquanto em vida, se chamava Elèjigbò Akínjolé Ògìyán, um dos guerreiro...
19/08/2021

Òrìṣà Ògìyán é um Òrìṣà guerreiro e estratégico. Enquanto em vida, se chamava Elèjigbò Akínjolé Ògìyán, um dos guerreiros mais temidos por toda região yoruba e fundador do reino de Èjigbò.
Ògìyán é um Ọbàtálá, mas um Ọbàtálá de guerra. Mancha suas vestes brancas com o vermelho do sangue. Comedor de inhame pilado, sua principal iguaria. Diversos Òrìṣà são chamados de "Ògìyán" por ser uma iguaria muito apreciada por toda terra yoruba. Mas foi Akínjolé quem recebeu a alcunha de Ògyián por gostar tanto desse prato. Seu gosto por esta iguaria é tamanha, que anda com um pilão amarrado nas costas, só para poder comer inhame pilado onde e quando quiser.
Ògyián é muito amigo de Ṣàngó. Akínjolé e Ọ̀rànmíyàn, pai de Tẹ̀là Òkò (reencarnação de Ṣàngó) conquistaram muitos territórios para os yorubas contra os reinos do antigo Dahomey e contra os fulanis. De tempos em tempos, adeptos de Ṣàngó caminham até a cidade de Éjigbò para receberem a bênção do Elèjigbò (rei de Èjigbò) e reforçar a grande amizade entre essas duas divindades e seus povos. Sobre sua ligação com Ògún, não há evidências dessa relação em terras yorubas segundo o Antropólogo Moisés Lino e Silva, adepto de Ògyián em Èjigbò, e o Ọlọ́dẹ Diego Ọdẹ Ògúnrogba, adepto de Ògún em Ọ̀yọ́.
Ọbàtálá da fúria, da luta e dos campos de batalha. Ògyián é, com certeza, um Òrìṣà poderoso e dono de um gênio muito forte.

Èèpàà Ògyián ò

Texto: Ọdẹlóbí Fáyèmi Cristian Ọ̀ṣọ́ọ̀sì
Imagem: Artista Celso Bonfim

Olùbàjẹ - Olubajé.Olubajé : Olú : Aquele Que; Ba : Aceita; Je : Comer. Ou seja: Aquele que come.É uma celebração feita e...
19/08/2021

Olùbàjẹ - Olubajé.

Olubajé : Olú : Aquele Que; Ba : Aceita; Je : Comer.
Ou seja: Aquele que come.

É uma celebração feita em homenagem a Ọbalúwáiyè, o rei e dono da terra, também conhecido como Ọmọlu, que signif**a o filho da terra.

Conta um itan, que um dia houve uma festa no Orun e todos os Orixás foram convidados, todos dançaram, porém quando Obaluayê foi dançar, todos se afastaram pois Ele dançava apontando suas feridas e de maneira que colocava medo e, vendo, todos se afastando dele. No final de sua dança, apontou para todos os Orixás e sobre eles professou sua fúria, conforme os dias foram passando, todos f**aram doentes e a terra se tornou improdutiva.

Foi quando os Orixás pediram para que juntos intercedessem a Obaluaê para que tudo voltasse ao normal, e então decidiram fazer um grande banquete em homenagem a Ele. Vendo-se agradado, retirou o que havia dito com raiva e disse que, a partir daquele momento, todos os anos deveria ser feito o Olubajé em sua homenagem e além disso que servisse como um ebó para todos os Orixás.

E assim é conhecido, como um ebó coletivo que trás Axé e leva tudo de ruim de todos que participaram.

O sentido da festa anual é de prolongar a vida e trazer saúde a todos os filhos e participantes do axé.
Onde as comidas são servidas na folha de mamona.

Atótóo,Ó dé!
Silêncio, ele chegou!

✓ Vicente Galvão Parizi,
"O livro dos Orixás África e Brasil."

Que Obaluaiê nos abençõe
e proteja com boa saúde.
Que as esperanças se renovem e que tenhamos paciência pra esperar que tudo se normalize.

🎨Carybé, "Olubajé".

Ouvi dizer que:Os  escravos tinham a liberdades a noite de cantar e dançar em volta de uma fogueira ou na mata em volta ...
18/08/2021

Ouvi dizer que:

Os escravos tinham a liberdades a noite de cantar e dançar em volta de uma fogueira ou na mata em volta de uma arvore pois alguns senhores davam essa liberdade p que não se revoltassem,pois depois de um dia todo de trabalho essa era a recompensa.Cantavam e dançavam louvando suas divindades usando o sincretismo em suas cantigas misturando as linguas e crenças fazendo assim pensar que louvavam santos Catolicos.
Depois iam p sensala onde dormiam, e disfarçadamente realizam a iniciação ,a raspagem que era feita só no Ori como no Omoloko e as escravas colocavam o torço na cabeça onde aparecia os cabelos pela volta,pois não poderiam aparecer raspadas na casa grande.
O bichos sacrif**ados eram roubados da fazenda e só bicho pequeno como a Angola,pombo,frangos,frangas etc..recolhimento praticamente não tinha pois depois disso vinha o dia de trabalho,então só descansavam em esteiras a noite na senzala onde rezavam para suas divindades antes de dormir,tomavam seus banhos de ervas etc...,Não tinha saida como nos candomblés de hoje,somente se manisfestava a Divindade.
Assentamentos eram feitos em cuias de Cabaça,e alguns na louças que também eram roubadas da cozinha da Sinha casa Grande porque elas achavam bonitas as louças e queriam enfeitar ''coisa de mulher vaidosa'' e eram escondidos também na Senzala. Esses assentamentos que se ve hoje de louça é devido a isso,pois em africa não existia e nem era feito assim, todo assentamento em África era feito em cabaças.
Bem, eu acho que seria mais ou menos por ai que me ensinaram hoje. Será?🤔

Crédito Iyawo Luiz do Ogun

Xangô é reconhecido como o Orixá da justiça. Xangô e seus homens lutavam com um inimigo implacável. Os guerreiros de Xan...
18/08/2021

Xangô é reconhecido como o Orixá da justiça.

Xangô e seus homens lutavam com um inimigo implacável.
Os guerreiros de Xangô, capturados pelo inimigo, eram mutilados e torturados até a morte, sem piedade ou compaixão.
As atrocidades já não tinham limites.
O inimigo mandava entregar a Xangô seus homens aos pedaços.
Xangô estava desesperado e enfurecido.
Xangô subiu ao alto de uma pedreira perto do acampamento e dali consultou Orunmilá sobre o que fazer.
Xangô pediu ajuda a Orunmilá.
Xangô estava irado e começou a bater
nas pedras com oxé, bater com seu machado duplo.
O machado arrancava das pedras faíscas, que acendiam no ar famintas línguas de fogo, que devoravam os soldados inimigos.
A guerra perdida foi se transformando em vitória.
Xangô ganhou a guerra.
Os chefes inimigos que haviam ordenado o massacre dos soldados de Xangô, foram dizimados por um raio que Xangô disparou no auge da fúria.
Mas os soldados que sobreviveram
foram poupados por Xangô.
A partir daí, o senso de justiça de Xangô foi admirado e cantado por todos.
Através dos séculos, os Orixás e os homens têm recorrido a Xangô para resolver todo tipo de pendências, julgar as discordâncias e administrar justiça.

Nunca houve candomblé em senzalas.Encontramos vários textos e menções na internet que afirmam,que os negros faziam o san...
18/08/2021

Nunca houve candomblé em senzalas.

Encontramos vários textos e menções na internet que afirmam,que os negros faziam o santo a noite e durante o dia,tinham que trabalhar na roça.
Outras postagens afirmam que as louças foram inseridas no culto,porque os brancos e senhoras de engenho descartavam,e o negro pegava para por nos ibás.
Em alguns momentos são questionados onde se encontrava comida para ariar,sendo que os escravos passavam privação de alimentos.
Essas afirmações não tem nenhuma base de verdade.
Nunca houve candomblé em senzalas,talvez em quilombos, sim.
O candomblé foi organizado por negros e negras livres,auforriados,com posses e até mesmo com escravos.
Registros históricos estão ai,basta estudar um pouco mais,buscar fontes idôneas,não precisa ser de axe para saber disso,basta estudar a história.
Candomblé nada tem haver com pobreza,miséria ou coisas do tipo.

IRÊKÊo caldo da cana de açúcar tem o simbolismos de trazer alegria, felicidade, domínio do mal humor, trazer o lado posi...
18/08/2021

IRÊKÊ

o caldo da cana de açúcar tem o simbolismos de trazer alegria, felicidade, domínio do mal humor, trazer o lado positivo da pessoa para a frente, diminuindo a incidência do lado negativo.
Usado também para limpeza, cura, sorte, prosperidade e equilíbrio para a vida da pessoa.
Também usado como oferenda para Ọṣun, Egbẹ́ Orun, dentre outros Òrìsàs.

Crédito
Equipe igbabo Yoruba

Apesar do asé de todas as folhas pertencer a Òsàyin, todos os Òrisàs possuem suas próprias folhas. Existem folhas mornas...
16/08/2021

Apesar do asé de todas as folhas pertencer a Òsàyin, todos os Òrisàs possuem suas próprias folhas. Existem folhas mornas, quentes e frias. Algumas folhas só são recomendadas para feitiços e cada tipo de folha pode pertencer a mais de um Òrisà.

As folhas são divididas por elementos:

Ewé Aféefé – folhas de ar

Ewé Inón – folhas de fogo

Ewé Omin – folhas de água

Ewé Ilé ou Igbó – folhas da terra

As ervas podem ser quentes, mornas ou frias.

Ervas Quentes ou Agressivas: – São ervas que tem a capacidade de dissolver as larvas astrais, miasmas e cascões energéticos.

A atuação dessas ervas é semelhante a de um ácido, que possui um alto poder de limpeza.
Servem para limpar, consumir, purif**ar, dissolver, descarregar.

Algumas ervas quentes:

erva de bicho, guiné, peregum verde, arruda, aroeira, jurema preta, pinhão roxo,quebra demanda, espada de São Jorge, fumo, casca de alho, casca de cebola, entre outras.

Ervas Mornas ou Equilibradoras: – Esse tipo de ervas tem a propriedade de equilibrar e restaurar nosso corpo energético quando da utilização de ervas quentes.

Esse tipo de ervas pode ser utilizado diariamente sem restrições.

Servem para equilibrar, manter, adequar, fluir, restaurar, energizar.

Algumas ervas mornas:

sálvia, alfavaca, alfazema, cana do brejo, erva de Santa Maria, manjericão, verbena, alecrim, manjerona, hortelã, calêndula (flor), camomila (flor), cipó de caboclo, umbaúba, angico.

Ervas Frias ou Específ**as: – Ervas frias são as ervas de uso específico, são usadas para mediunidade, para atrair bons fluidos, para prosperidade, para fitoterapia, etc.

Algumas ervas frias:

macela (flor), algodoeiro, anis estrelado, jasmim, louro, noz moscada, losna, angélica, sândalo, erva de Santa Luzia, mil folhas, imburana (semente).

As ervas quente, morna ou fria,podem ser utilizadas em conjunto, pois elas nunca se anulam e sim se completam, carregam mais de um fator realizador.

Ervas mais conhecidas e usadas para banhos e outras finalidades.

Osalá – Boldo ou Tapete de Osalá; Saião ou Folha da Costa ; Manjericão ou Alfavaca Branca ; Sândalo; Patchuli; Colônia; Alfazema; Algodoeiro; Capim Limão; Girassol; Maracujá; Jasmim; Erva Cidreira, Oripepê, Lágrima de Nossa Senhora, Alecrim, Beti cheiroso, Fruta pão, Sálvia, Erva doce, Lírio branco, Maria sem vergonha branca, Malva branca, etc.

Sàngó – Levante ou Elevante; Quebra-Pedra; Fortuna ; Erva Lírio; Pata de Vaca; Pára-Raio; Gervão Roxo; Manjericão Branco; Erva de Santa Maria; Malva Branca; Sucupira; Limoeiro; Café; Alecrim do Mato, Xanan (aipim ou carurú sem espinho – para Barú), Erva Tostão, Gerânio cheiroso, Capim fino, Orobô, Urucum, Castanha do Pará, Manjerona, Negra-mina, Lírio vermelho, Kitoko, Cipó milomi, Panacéia, etc.

Ògún – Espada de São Jorge; Peregum Folhas Amarelas e Verdes; São Gonçalinho; Aroeira; Vence-Demanda ou Vence tudo; Comigo-Ninguém-Pode; Romã; Jurubeba; Mangueira (principalmente espada); Pinheiro; Goiabeira; Abacateiro; Canela, Akokô, Milho, Abre caminho, Dendezeiro ou mariwô, Folhas de inhame cará, Dandá da costa (capim e raiz), Peregum Verde, Cordão de frade, Eucalipto, Losna, etc.

Òbaluwàié e Omulu – Hera; Canela de Velho; Assa-Peixe; Erva-de-Passarinho; Levante ou Elevante; Jurubeba; Manjericão Roxo; Camomila; Babosa; Mamona Branca; Aroeira; Jamelão; Carnaúba, Pata de vaca branca, Erva passarinho, Sete sangrias, Melão de São Caetano, Quebra pedra, Barba de velho, Vassourinha, Erva de bicho, Erva de Santa Maria, Crisântemo, Cana do brejo, Cipó cabeludo, Confrei, etc.

Iyèmònjá – Manjericão; Colônia; Saião; Levante; Jasmim; Malva Rosa; Lágrimas de Nossa Senhora; Pata de Vaca; Parreira; Camomila ou Macela; Poejo; Trevo; Violeta; Boldo; Alaga Marinha; Gerânio, Lírio do brejo, Malva branca, Árvore da felicidade, Agrião d’água, Rosa branca, Vassourinha, Araçá da praia, Papiroba, Mostarda, Erva da jurema, Beti branco, Beti cheiroso, Maricotinha, Melão d’água, Melancia, uva, Umbaúba branca, algas, etc.

Òsòsi – Alecrim do Campo; Peregun Verde; Mangueira; Chapéu de Coro; Abre Caminho; Vence-Demandas; Jureminha; Erva Doce; Pitangueira; Romã; Sabugueiro; Malva Rosa; Levante; Capim Limão; Violeta, Folhas de milho, Folhas de coqueiro, Pinhão branco, Guiné, Guiné pipiu, Guapo, Alfavaca, Jurubeba, Carqueja, etc.

Nanã – Erva Quaresma; Manjericão; Agoniada; Mostarda; Agrião; Bertalha; Espinafre; Hortênsia; Cedinho; Erva-Cidreira; Camomila; Berinjela; Erva-Mate; Avenca; Jaqueira; Cavalinha, Para de vaca branca, rosa ou lilás, Taioba, Arnica do campo, Viuvinha, Cana do brejo, Cipó milomi, Avenca, Broto de feijão, Mãe boa, Erva passarinho, Manacá, Quaresmeira, Azedinha do brejo, etc.

Òsún– Jasmim; Erva -Cidreira; Colônia; Agoniada; Camomila; Lágrimas de Nossa Senhora; Erva Doce; Lírio Amarelo; Mamão; Boldo; Bem me quer, Cana de jardim, Vitória-régia;Gengibre;Melancia;Agrião; Melão; Coentro; Celidônia, Erva doce, Erva de Santa luzia, Erva vintém, Girassol (pétalas), Macacá ou Catinga de Mulata, Flor de laranjeira, Malva branca, Dinheiro em penca, Trevo de quatro folhas, Alface, Flor de ouro, Poejo, Dólar, Melissa, Oriri, Jambeiro rosa, etc.

Iyànsán – Pára-Raio; Dormideira; Erva Santa Bárbara; Cana do Brejo; Erva Prata; Gervão Roxo; Anil.; Violeta; Losna; Arruda; Orquídea; Mal-me-quer; Alfazema; Anil; Cipó Azougue; Alfazema de Caboclo, Mutamba, Espada de Santa Bárbara, Para-raio, Cinco chagas, Erva santa, Malva rosa, Negra-mina, Canela de macaco, Parietária, Gerânio cheiroso, Bambú (folhas), Aroeira, Peregum rajado, Amora, Taioba branca, Língua de vaca, Parietária, Mutamba, Maracujá, etc.

Ibeji – Amoreira; Anil; Alfazema; Abre-Caminhos; Parreira; Colônia; Erva-Cidreira; Pitangueira; Camomila; Erva Doce; Cajá; Morango; Capim Limão; Lírio; Benjoim; Tangerina; Fruta de Conde; Hortelão, Sapoti, Flamboyant, Quiabo, Maracujá, Araruta, Poejo, Maracujá, Uva.

Èsú – Vassourinha; Fumo; Babosa; Tiririca; Bananeira; Pinhão Roxo; Picão, Erva do diabo, Vence-Demandas; Comigo-Ninguém-Pode; Jurubeba; Urtiga; Amendoeira; Mastruz, Bredo com espinho, Arrebenta cavalo, Cambará, Aroeira vermelha, Figueira do inferno, Tiririca, Carrapicho, Arruda, Olho de gato, Folha de fogo, Erva grossa, Cacto, Barba de diabo, Garra de esú, Unha de pombo gira, Jamelão, Hortelã pimenta, Corredeira, Coroa de cristo, Mamona vermelha, Dormideira, Mandacaru, Pau d’alho, Bico de papagaio, Mastruz, Palmatória de esú, etc.

Òsàyin – Apesar de todas as folhas pertencerem a esse Òrisà, as folhas de fundamento de uso mais comum são: Baunilha de nicuri ou nicurizeiro, Tira teima, Umbaúba branca, Aroeira, Akokô, Cipó Milomi ou Jarrinha, Balainho de velho, Aridan (folhas e favas), Pimenta da costa, Cipó chumbo, Bejerecum (folhas e favas), Erva pombinho, Erva vintém, Hibisco vermelho, Pitangueira, Peregum (verde ou rajado), Erva pita, Jureminha, Cacau, Café, Losna, Olho de boi, Erva andorinha, Beldroega, Louro, Alecrim, Folhas de fumo, Alfavaquinha, Folhas de fixos, Barba de São Pedro, etc.

Osumarê – Erva passarinho, Folha da riqueza (fortuna ou dólar ou dinheiro em penca), Jibóia, Folhas de batata doce, Maria preta, Vitória-régia, Melão de São Caetano, Mutamba, Coqueiro de Vênus, Tomateiro, Trancinha de Oxumarê, Samambaia de poço ou pente de cobra, Folhas trepadeiras, etc.

Iroko – Gameleira branca ou Iroko, Abiu, Barba de velho, Cajueiro, Jaqueira, Graviola, Folhas de fruta pão, Árvores centenárias de grande porte, Castanha do Pará, Cipó, Erva pita, etc.

Lògún Òdé – Pega uma combinação das folhas de Òdé e Òsún (verif**ar os caminhos para haver o equilíbrio) - Coqueiro de Vênus, Chifre de v***o, Peregum rajado, etc.

Ewá – Maravilha, Batata de purga, Cana de jardim ou Bananeira de jardim, Osibatá lilás, Tomateiro, Dormideira, etc.

Obá – Vitória-régia, Osibatá vermelho, Tangerina, Rosa vermelha.

Obá,pega também algumas folhas de Sàngó e de Iyànsán.
Filho do vento

OS ESCOLHIDOS DO ORIXÁ: O OGAN                                 Ogan é escolhido pelo Orixá do zelador de uma Casa de Can...
16/08/2021

OS ESCOLHIDOS DO ORIXÁ: O OGAN

Ogan é escolhido pelo Orixá do zelador de uma Casa de Candomblé para diversas funções dentro do Àse, primeiramente é suspenso, para depois ser confirmado. Ogan não incorpora, não entra em transe, ele é escolhido justamente por estar sempre lúcido e cumprir diversas funções que são importantíssimas dentro de toda liturgia.

O Ogan não é apenas um tocador de atabaque (ilús), a função do Ogan em uma casa de Àse abrange muito mais que somente as cantigas nos terreiros. Os Ogans promovem a segurança da Casa, contribuindo com o zelo dos Òrìsàs, eles também zelam pelo Ilé Àse. O Ogan, ao chegar à Casa de Candomblé, após se purif**ar com o banho de agbò, se vestirem adequadamente e, saudar seu Àse, seu zelador e todos da Casa, buscar realizar suas funções e se colocar à disposição.

Mas afinal, quais são essas funções? Além do cuidado com os atabaques (manutenção/afinação/osé) os agògòs, àtòrìs, também é papel do Ogá contribuir para que tudo caminhe bem no Terreiro, pois o Ogan busca defender sua comunidade, o seu Àse de forma ef**az, fazendo de tudo para que o mesmo seja preservado, é sua responsabilidade, preservar as edif**ações de sua Casa, estando sempre atento para qualquer e eventual dano, como, por exemplo, a necessidade da troca de uma telha, ou um degrau danif**ado em uma escada, etc.

O Ogan se dedica em diversos âmbitos do Candomblé, como aprender os toques e ritmos, as cantigas, os animais, as folhas, adúràs e sàsányìn, copar, etc.

Ogan com o tempo pode se tornar um conhecedor de folhas (Èwé), que aprenderam desde como colher e cantar as folhas específ**as de cada Òrìsàs.

Cabe ao Ogan o cuidado especial e indispensável com os animais que serão ofertados aos Òrìsàs, de modo que a oferta seja aceita de forma plena dentro dos rituais sagrados. É primário Ogan saber como entregar, levar e até passar um ebó conforme a necessidade específ**a de cada situação, sempre em sintonia com seu zelador. Todo esse conhecimento demora anos, cabendo ao Ogan estar sempre atento às palavras, conselhos, doutrinas e ensinamentos do seu zelador.

O Ogan ocupa um papel importante também durante o Candomblé, são eles que com sua forma de tocar e cantar contagiante contribuem para invocar os Òrìsàs a terra.

Os Ogans confirmados servem de exemplo para os Ogans apontados ou suspensos, com postura, moral ilibada, jamais ingerir bebida alcoólica e se impor coercitivamente para o bom andamento da Casa.

A união entre os Ogans ajudam a formar a base de uma Casa de Candomblé, eles formam uma família em que todos se entendem se confraternizam, sem qualquer tipo de disputa, briga ou ego.

Ogans toca e canta para os Òrìsàs e não para as pessoas que estão na festa e sempre consulta o seu zelador, para saber como será o andamento da festividade, para qual Òrìsà poderá prolongar-se um pouco mais nos cânticos, ou não. O Ogan procura permanecer o maior tempo possível no salão, evitando sair, principalmente quando o Òrìsà está no barracão. Ele está sempre atento aos visitantes que chegam, comunicando ao zelador, muitas vezes, os recepcionando.Ogan respeita incondicionalmente os Òrìsàs, ele sabe a hora que deve parar de cantar, também procura aprender os cânticos do seu Àse, da sua raiz, evitando cantar algo que somente ele conhece, afinal, para ele o importante é ver o Òrìsà feliz com o conjunto e não com o solo. Hoje é fundamental que os Ogans procurem se unir e comungar com o Òrìsà, que respeite os seus mais velhos e a liderança do seu Terreiro.

Ogan pode ganhar seu Oyè com o decorrer do tempo e merecimento, conquistando o respeito de todos e que carinhosamente pode ser também chamado de Pai Ogan. Os principais Oyès são: Asògún (homens de Ògún específico para os sacrifícios primordiais ), Alabe, Pèjìgán e Ònilú.

Lenda:

Num tempo muito distante, o orun (céu) era lugar de grandes festas. Os orixás (protetores de cabeças) lá se reuniam para celebrar a vida. Exu era o grande animador daquelas festas porque era ele quem tocava os tambores e que entoava as mais belas e alegres cantigas. E ele f**ava todo prosa por exercer tal função. Certo dia, entendendo que estava difícil conversar ao mesmo tempo em que o som dos tambores ecoavam, os orixás pediram para Exu que parasse com aquela cantoria e toques. E assim se deu: Exu deixou de tocar e cantar nas festas.

Sem muita demora, os orixás perceberam que festa sem tambores e sem cantoria, não era festa. Eles se reuniram novamente e decidiram pedir para que Exu voltasse com toda a animação. Mas ele não aceitou: estava profundamente magoado com o pedido do grupo, uma vez que ele desempenhava tais atividades com tanto fervor e o impediram de continuar. Os orixás insistiram bastante até que Exu disse: “Perdi totalmente a vontade de cantar e tocar para vocês, mas vou passar a tarefa para a primeira pessoa que se colocar na minha frente”.

E assim aconteceu. Ogan, um jovem rapaz caminhou na direção de Exu. Exu olhou para ele e o escolheu para inicia-lo na arte dos cânticos e toques em louvor aos orixás. Ogan, prontamente aceitou o convite de Exu, era rapaz esforçado e que queria aprender.

Tão bem Exu o ensinou Ogan e Ogan tão bem aprendeu a animar as festas dos orixás que em sua homenagem, Exu estabeleceu que todo o homem responsável por animar as festas dos orixás deveria receber o cargo de Ogan.

MEUS SINCEROS RESPEITOS AOS OGANS!!!

O Culto Egúngún x O Matriarcado do Candomblé e a Ignorância dos que não estudam o Culto aos Deuses AfricanosApós o renas...
16/08/2021

O Culto Egúngún x O Matriarcado do Candomblé e a Ignorância dos que não estudam o Culto aos Deuses Africanos
Após o renascimento da minha irmã, a Ìyálòrìsà Gabriela de Obaluwaye, refleti bastante sobre a rejeição de alguns membros do Candomblé acerca da manifestação de Egúngún nas cerimônias mortuárias. Mas, se na África Yorùbá, berço do Culto aos Òrìsà essa prática é comum, por que no Brasil fora instituída essa segregação em grande parte dos Terreiros? Para compreender esse fenômeno contra-intuitivo é preciso analisar de forma histórica a formação do Candomblé da Bahia, que fora fundamentada em uma estrutura matriarcal, não herdada do continente africano.
Quando da fundação das mais tradicionais Casas de Candomblé da Bahia, todas sem exceção, tiveram o apoio religioso de homens. Basta recordar nomes como Gbongbose Obitiko, Okarinde, Asesu Beregede, Oje Lade, Oba Sanya, dentre outros. Entretanto, após a fundação dessas casas, para que não houvesse a concorrência masculina no sacerdócio, as Ìyálòrìsà começaram a não iniciar homens, entabulando assim um movimento histórico à busca da manutenção da hegemonia da mulher nos cargos de liderança nas comunidades Nágò – algo que reitero, não existia e ainda não existe em terras Yorùbá. Nessa busca contumaz, as mulheres do Candomblé da Bahia cercearam da religião, por muito tempo, a figura masculina em grau de sacerdócio.
Sobre isso, é preciso destacar que existem cultos em que pode haver a coexistência do sacerdócio entre mulheres e homens. Mas, existem outros que são liderados somente por mulheres e alguns cuja supremacia sacerdotal inquestionável pertence ao homem – como ocorre com o culto a Egúngún. A despeito da importância feminina da Ìyá Agán, a regência do culto pertence aos homens, nas figuras do Alapini Ipekun Ojé, Alagba, Ojé, etc.
Isto posto, na formação do Candomblé, foram aglutinados cultos em que o sacerdócio poderia ser realizado tanto por mulheres como por homens, cultos em que o sacerdócio só pode ser realizado por mulheres e foram extirpados cultos em que o sacerdócio cabe única e exclusivamente aos homens – no caso o culto a Egúngún. Com isso, nasce também alguns tabus equivocados passados de geração em geração – isso ocorreu na grande maioria dos Terreiros da Bahia.
É interessante observar, no entanto, que essa regra não se aplicou a alguns Terreiros em que a figura masculina não fora deixada de lado ou inteiramente subjugada pelo poder feminino das Ìyálòrìsà da Bahia. O Terreiro do Opo Afonjá, fundado pela célebre Mãe Aninha com fundamental papel de Martiniano Eliseu do Bonfim não criou em seu DNA religioso, a repulsa ao culto aos Egúngún. Martiniano Eliseu do Bonfim, responsável pela formação do corpo dos Obá de Sàngó, fazia parte da Sociedade Egúngún Adébáyò em Lagos – Nigéria. Seu nome, popularmente conhecido e difundido era “Oje Lade”. Também do Afonjá, filho carnal da Ìyálòrìsà Mãe Senhora de Òsun, saiu aquele que tornar-se-ia o mais expoente sacerdote do culto a Egúngún do Brasil, o venerável Mestre Didi – Alapini Ipekun Oje.
Nas terras de Afonjá em São Gonçalo e de alguns dos seus descendentes não é incomum a manifestação de Egúngún – como aconteceu no Àsèsè de Mãe Stella. Provavelmente isso ocorre por dois fatores. A saber:
1) não houve no Opo Afonjá a total segregação da figura masculina como em outros Terreiros chamados de “Matriz”;
2) Desde a fundação havia sacerdotes altamente qualif**ados para a realização do culto a Egúngún;
3) existiu a perpetuação do culto a Egúngún, patrocinado inclusive por Ìyálòrìsàs da casa, como no caso de Mãe Senhora que permitiu a iniciação do seu filho, mestre Didi, como Oje Korikowe Olukotun com somente oito anos de idade. Além de presença naquela casa da maior família de cultuadores de Egúngún do Brasil (os Daniel de Paula).
Mas qual a razão de não existir essa manifestação na maioria dos Terreiros? Como afirmado acima, à exceção do Opo Afonjá, a maioria das fundadoras do Candomblé da Bahia, atuavam incessantemente para a retirada da figura masculina do Candomblé e, com isso, essas casas – em sua maioria, não possuem pessoas qualif**adas para a prática do culto a Egúngún (os homens sacerdotes foram privados dessas casas). Mas existem casas que foram fundadas por homens e que nelas também não existe a prática do culto a Egúngún. Nesse aspecto, é importante salientar que não basta ser homem, tem que ser sacerdote de Egúngún, tem que ser iniciado para Egúngún, tem que conhecer o culto a Egúngún.
Aliada a formação matriarcal do Candomblé há a ignorância daqueles que f**am em grupos de whatsapp discorrendo sobre a prática religiosa da casa dos outros e que jamais estudaram a religião que praticam, seja a formação do Candomblé da Bahia, seja o entendimento da cultura dos Òrìsà onde o culto verdadeiramente nasceu – A África! Em relação a ignorância que prevalece seria necessário um seminário, um conjunto de seminários. As pessoas, em sua grande maioria, precisam ao menos compreender a diferença entre Egúngún e Oku Orun.
As pessoas que acreditam que f**am doentes por terem sido tocadas por Egúngún, em verdade são doentes e desinformadas! Um dos papeis da nossa ancestralidade é apontar o caminho que devemos seguir, devem aprender com nossos ancestrais, ser abençoados por eles. A maldade não está no Egúngún – está na pessoa que o vê. Pessoas que imitam a voz de Egúngún não podem ser vistas como religiosas – são tolos, infantis e desconhecem os dogmas do culto aos Deuses Africanos. As pessoas que acham bonito f**ar fazendo as evocações de Egúngún fora de ritual são imbecis e incrédulos – não são religiosos! Verdadeiramente não são religiosos!
O Candomblé está cheio de “sábios” que se escondem no whatsapp, sábios nas rodinhas/reuniões, mas que de verdade, em uma sabatina f**ariam calados na primeira pergunta. No final, a única resposta que dariam é que não poderiam discorrer sobre a questão, em razão do segredo que cerca a religião. Sei....sei.....
Quem sabe quando o estudo for mais importante que os grupos de WhatsApp e que as rodas de fofoca a segregação criada no passado dê lugar a coexistência do culto, desde que, obviamente existam sacerdotes aptos para tal...

Sem mais,
Opotun Vinicius

Endereço

Rua Do Granjao
Amelia Rodrigues, BA
44230000

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