25/07/2025
A morte nos parece ser quase sempre do outro, sempre alheia, nunca minha.
Mas a vida, com sua beleza frágil,
é atravessada por perdas.
Cada luto de entes, amigos e pets amados, nos ensina que amar é aprender a lidar com o fim. Quem sofre com a perda, é porque amou de verdade e só por isso, já valeu a pena.
A cultura veste a morte com véus,
finge eternidades, esconde o pó.
Mas em tempos de guerra ou mesmo sem esperarmos, ela bate à porta, sem cerimônia.
Talvez seja preciso encará-la,
não como inimiga,
mas como parte do compasso da vida.
Pois é na presença do limite
que a vida ganha contorno,
urgência, sentido.
Aceitar a finitude —
não como tragédia,
mas como verdade —
é também um gesto de amor pela urgência da vida.
A vida é agora. Não antes e nem depois.
E quando morre alguém público, nos comovemos TAMBÉM por isso, porque ela escancara a finitude da nossa própria vida. E escancara também, a urgência de vivê-la o melhor que pudermos.
Raquel Müller
Psicoterapeuta