Chiara Ferreira Psi

Chiara Ferreira Psi Psicóloga Clinica em Apucarana
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Ontem em uma conversa com meu filho, ele levantou o seguinte questionamento:-Mãe, como o João de Barro sabia como ele de...
24/12/2023

Ontem em uma conversa com meu filho, ele levantou o seguinte questionamento:
-Mãe, como o João de Barro sabia como ele deveria fazer sua casa?
Eu disse a ele, que o passarinho tinha seu próprio instinto para saber como fazer.
Ele continuou me questionando:
-Será que antes dele ser chamado de João de Barro, ele era apenas João?

Isso, me fez pensar em algumas coisas, que me levou a responder a ele, que as coisas só existem quando damos nome a elas. Dar nome a uma emoção, sentimento, acontecimento é o que permite ao ser humano inserir tal evento na cadeia simbólica, o que implica que se possa fazer algo com aquilo que foi nomeado.

É justamente no momento que podemos dar nomes aquilo que está em nós, que ganhamos a possibilidade de lidar com isso, inseri-lo em uma representação colabora com a possibilidade de planos para manejar o impossível do irrepresentável e com isso encontrar saídas menos sofridas que traga alguma satisfação/prazer.

Como se faz um adulto? Do que são feitos os adultos? Responsabilidade, comprometimento e seriedade?Me recordo que ao me ...
06/12/2023

Como se faz um adulto?
Do que são feitos os adultos? Responsabilidade, comprometimento e seriedade?
Me recordo que ao me formar, pensei que era chegada a hora de ser adulta, fui aos poucos me formatando para ser alguém admirável (sabe-se lá por quem) por ser alguém muito séria e comprometida. Consegui com isso algumas rugas e matar um pouco a criança que havia em mim. Recentemente, diante de uma situação em que era preciso que eu escolhesse entre o desejo que movimenta e a paralisação frente ao no, diferentemente das apostas que eu fazia até então, optei por caminhar pelo caminho do desejo, isso teve um efeito adverso, precisei colher alguns desgostos, porém nada tão desagradável que superasse a descoberta que fiz acerca de mim mesma, retomei a criança que fui, sem com isso perder as boas escolhas que fiz durante esse caminhar. Descobri em mim prazer por coisas simples, apaixonada pela vida, pela música, por atividades físicas e pela poesia, mas especialmente por escrever. Aprendi com isso, que adultos modificam suas maneiras de brincar e obter prazer, e que é uma brincadeira muito divertida essa de jogar com as palavras, de configurá-las em uma frase, para se surpreender com o resultado que sairá depois da frase formada.
O novo assusta, é sempre muito reconfortante estar em um lugar conhecido, mesmo que não seja tão gostoso assim, e o medo se apresenta frente a possibilidade de escolher o desconhecido. O que sei é que não há garantias de que o novo vai trazer prazer ou felicidade, mas confesso que é divertido e apaixonante se deparar com uma nova versão de si mesmo. Aprender sobre algo que é tão particular de si mesmo que não há quem ensine, não há livros que recomendem uma receita, um medicamento que salve ou uma análise que possa dar um caminho para ser quem se é. O que uma análise pode é sempre apontar para o desejo, colaborar com as desidealizações e permitir que o sujeito construa caminhos e faça escolhas que lhe tragam menos sofrimento e mais prazer na vida.

Eidelsztein em seu livro “Outro Lacan”, argumenta que o que faz órgão é a linguagem, disso resulta a questão: somos um s...
06/12/2023

Eidelsztein em seu livro “Outro Lacan”, argumenta que o que faz órgão é a linguagem, disso resulta a questão: somos um ser por termos um corpo?
Há um engano quando afirma-se que somos feitos pela materialidade do corpo. Lacan postula que uma pessoa tem seu corpo, mas não o é em grau nenhum, apesar de ser capturado por essa imagem.
A psicanálise esclarece que para se constituir um ser, é preciso ser atravessado pela linguagem, pelo discurso do Outro, ou seja, o ser se faz por meio dos significantes dados àquele amontoado orgânico que nasce e disso se constitui um corpo, por isso, o corpo é da ordem do imaginário.

Eu sempre fui fascinada por olhos e olhares, desde muito pequena, ao olhar os olhos das pessoas sempre me questionava da...
05/12/2023

Eu sempre fui fascinada por olhos e olhares, desde muito pequena, ao olhar os olhos das pessoas sempre me questionava das emoções que tais olhos carregavam, eu brincava de decifrar. Mas, como o desejo e o medo moram lado a lado, eu também sentia medo dos olhos e olhares, lembro que minha mãe precisou, certa vez, dar um quadro que ela conservava na sala de uma mulher que olhava, junto com a pantera que ela segurava, um olhar muito profundo e penetrante. Além disso, nunca soube desenhar muito bem, mas hora ou outra me vejo desenhando olhos como uma distração.
Lacan amplia as pulsões apresentadas por Freud, incluindo a pulsão escópica, o prazer de olhar e ser olhado, o prazer/ desprazer que há em se ver sendo visto. Penso que os olhos, bem como, ser olhado e olhar é tão fascinante por trazer em si, o mistério da falta que causa desejo por sua ausência de significação, afinal nunca sabemos ao certo o que o outro vê sobre nós, e especialmente, por nos colocar face ao enigma do "ser" do outro, o que amplia a capacidade de idealizações narcísicas.
Quantas vezes nós iludimos que podemos transmitir uma mensagem por um olhar, que o outro sabe, sem qualquer palavra, o que queremos por um olhar, ou ainda, o quanto acreditamos entender o que o olhar do outro nos diz, esse talvez, seja mais um dos enganos que criamos para negar a castração, para não nos depararmos com a incompletude das relações, do impossível de se fazer um.

Os arranjos do desejar.Nunca sabemos  exatamente o que representamos para o outro, então, por vezes, criamos, no imaginá...
16/11/2023

Os arranjos do desejar.

Nunca sabemos exatamente o que representamos para o outro, então, por vezes, criamos, no imaginário, a ilusão de saber, contamos para essa construção com nossas referências subjetivas, tomando como verdade o que experimentamos com nosso próprio corpo, a título de exemplo, a alegria de estarmos na presença desse outro, o modo como nos sentimos sendo olhados, falados, e investidos. Essa, uma análise nada real das mensagens ditas/não ditas, penso que seja uma saída para sustentar o nosso narcisismo, e se acreditar minimamente importante e parte do desejo do outro, mas ali o que se apresenta, é o próprio desejo, afinal, não temos garantias, especialmente sobre o outro.

Créditos da Imagem: Maria Martins, O Impossível (1945) Bronze
Coleção Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro

Freud em seu texto “Psicologia das massas e análise do Eu”, caracteriza o conceito de massa destacando que, para a união...
08/11/2023

Freud em seu texto “Psicologia das massas e análise do Eu”, caracteriza o conceito de massa destacando que, para a união de pessoas é preciso que haja algo em comum, que se tenha um interessa partilhado em um objeto. Há, porém, na formação da massa efeitos nos sujeitos que a compõe. Freud destaca entre eles, o rebaixamento da capacidade intelectual, a paralisia da capacidade crítica e a profunda mudança na atividade psíquica dos seus componentes, resultando em uma perda parcial de sua subjetividade, isso em busca de prestígio, poder e autopreservação.
Quando Freud se questiona sobre qual a explicação para a transformação psíquica do indivíduo na massa, ele destaca, a princípio, dois fatores, a saber: a mútua sugestão e o prestígio que o líder da massa usufrui. No que diz respeito a sugestão, Freud a reduz como um fenômeno primordial irredutível, e a partir desse conceito, discorre sobre a violência imposta ao sujeitar, quem quer que seja, por meio de sugestões. Tema de extrema importância para pensar a clínica psicanalítica e sua prática.
Esses são apenas alguns pontos que estamos trabalhando, com o referido texto no grupo de leitura em Freud. Há, ainda, muitos conceitos valiosos a serem apresentados com esse manuscrito.
O grupo de leitura acontece uma vez ao mês, aos sábados das 9:30 as 11:00. Venha participar!!!

Quem sou! Psicanalista em formação, graduada e mestre em Psicologia. Realizo atendimento clínico há 17 anos em adolescen...
24/10/2023

Quem sou!
Psicanalista em formação, graduada e mestre em Psicologia. Realizo atendimento clínico há 17 anos em adolescente e adultos, supervisora clínica, coordenadora de grupos de estudos em Freud e Lacan.
Além do profissional, sou também, mãe, esposa, filha, irmã e amiga. Amante de livros, músicas, esportes, uma boa comida acompanhada de um bom vinho e de piada ruim. ☺️❤️

10/08/2023
Freud no texto Luto e Melancolia propôs pensar metapsicologicamente como se dá a reação a perda nos dois casos que levam...
24/07/2023

Freud no texto Luto e Melancolia propôs pensar metapsicologicamente como se dá a reação a perda nos dois casos que levam o título de sua obra, trabalhando em prol de um diagnóstico diferencial. Tomando de exemplo a morte ou a separação de uma pessoa amada, sabe-se que a dor não advém apenas da perda na realidade, mas especialmente da perda de um ideal, daquilo que se pensava ser para tal pessoa. No luto uma perda como essa, após passar por seu trabalho de luto, libera o sujeito para novos investimentos amorosos. Na melancolia o que se dá é uma paralisação no ideal, fazendo com que o sujeito se encha de auto recriminações e exacerbada autocrítica, destacando que a perda se deu em decorrência de sua ineficiência e insuficiência, o que Freud condensou na célebre frase “a sombra do objeto recai sobre o eu”. Há, portanto, duas possibilidades de reagir a perda: no luto, desinvestindo gradativamente do objeto de amor perdido, dispondo assim novas possibilidades de investimento ou na melancolia ficando paralisado em um ideal, em um objeto obturador do desejo.

Esse recorte é do texto Luto e Melancolia que finalizamos em julho no grupo de leitura: “Conceitos na letra de Freud”. Em agosto iniciaremos o estudo do texto “Psicologia de massas e análise do Eu”, venha participar!
Informações via direct ou pelo WhatsApp (44) 99976 8923

Esse é um trabalho que visa estudar conceitos psicanalíticos Freudianos. Concluímos no mês de julho o texto Luto e Melan...
14/07/2023

Esse é um trabalho que visa estudar conceitos psicanalíticos Freudianos. Concluímos no mês de julho o texto Luto e Melancolia.
Em agosto, iniciaremos o estudo do texto “Psicologia de massas e análise do Eu”. As vagas estão abertas para inscrições.

Hoje pela manhã, tomando café, meu filho de 11 anos me questiona;- Mãe, é só comigo, ou todo mundo demora para confiar e...
07/07/2023

Hoje pela manhã, tomando café, meu filho de 11 anos me questiona;
- Mãe, é só comigo, ou todo mundo demora para confiar em sua psicóloga? Porque eu só confio agora na minha.
Eu o questiono:
- Filho, qual era seu medo?
Ele diz:
- Eu não sei, porque o medo é inconsciente e eu não consigo pegar ele, só sei que somente agora eu consigo falar com ela facilmente.
Depois disso fiquei pensando, o quanto a escuta sessão após sessão sem julgamentos ou adaptações, faz com que o analisante construa a liberdade de falar em nome próprio, ser escutado em sua singularidade oferta a voz um valor. E isso, não acontece por maturação, ou por fases do desenvolvimento, acontece no tempo singular de cada um, que persiste na fala.

Voltar a base nos dá sempre a chance de reconstruir o caminho.Ler Freud alicerça os estudos psicanalítico, faz questiona...
13/05/2023

Voltar a base nos dá sempre a chance de reconstruir o caminho.
Ler Freud alicerça os estudos psicanalítico, faz questionar o que já conhecemos dos conceitos da psicanálise e abre a possibilidade para edificar cada vez mais o próprio saber!

Hoje iniciamos o grupo “ Vinhetas clínicas” esse tem como proposta que os mediadores  e , levem casos teóricos onde irão...
19/04/2023

Hoje iniciamos o grupo “ Vinhetas clínicas” esse tem como proposta que os mediadores e , levem casos teóricos onde irão apontar articulações com a teoria e a prática que tecem a clínica psicanalítica, indicando a construções feitas em cada casos, para tanto, os participantes podem ficar livres para questões e apontamentos.
Inscrições comigo ou com a !

Hoje tivemos o seminário com Julieta Jerusalinky, sua transmissão inspira direciona o ofício do Psicanalista. Obrigada a...
12/03/2023

Hoje tivemos o seminário com Julieta Jerusalinky, sua transmissão inspira direciona o ofício do Psicanalista. Obrigada a todos os membros do pela impecável organização do evento. ❤️

Hoje tivemos o seminário com Julieta Jerusalinky, sua transmissão inspira e direciona o ofício do Psicanalista. Obrigada...
12/03/2023

Hoje tivemos o seminário com Julieta Jerusalinky, sua transmissão inspira e direciona o ofício do Psicanalista. Obrigada a todos os membros do pela organização impecável do evento. ❤️

Esse trabalho tem como objetivo desenvolver de maneira ativa o pensamento clínica e a práxis psicanalítica, colaborando ...
09/03/2023

Esse trabalho tem como objetivo desenvolver de maneira ativa o pensamento clínica e a práxis psicanalítica, colaborando com a formação do analista. O método que buscamos adotar é o pensar da clínica psicanalítica por meio de vinhetas clínicas, de modo que o participante atue na construção desse trabalho. Para dar início a essa jornada, convidamos estudantes do último ano de psicologia, recém-formados e desejantes pela prática psicanalítica a participarem de uma aula aberta, para que se possa verificar como acontecerá o trabalho. A aula aberta acontecerá no dia 22/03/2023 as 19:00, aos que desejarem se inscrever para essa aula exclusivamente gratuita, entrem em contato com ou .

Desenvolvemos esse curso com o objetivo de colaborar com a escuta clínica e os impasses do pratica.O curso é destinado p...
02/03/2023

Desenvolvemos esse curso com o objetivo de colaborar com a escuta clínica e os impasses do pratica.
O curso é destinado para recém formados, que desejam por meio de estudo de casos e vinhetas clínicas, pensar a prática e o manejo psicanalítico.
Diante da procura de algumas pessoas que desejavam participar da supervisão clínica, apenas como ouvinte, vimos a necessidade de articular casos clínicos com a práxis psicanalítica, e desenvolvemos tal curso com esse propósito. Os interessados devem entrar em contato comigo ou com a

Recebi de minha bisavó, ainda criança, uma herança, uma colcha que foi durante anos guardada por minha mãe em um s**o pl...
27/02/2023

Recebi de minha bisavó, ainda criança, uma herança, uma colcha que foi durante anos guardada por minha mãe em um s**o plástico até que eu tivesse idade, para usufruir dela. Essa colcha foi feita com um ponto que consiste em ligar partes da colcha com pequenos nós. Durante anos não usei a colcha, mesmo com idade para fazê-lo, eu não queria me atrever a usar algo tão especial, utilizar uma colcha feita por minha bisa que já havia há muito tempo falecido. Um certo dia, essa colcha foi retirada do s**o plástico e estendida em minha cama, quando me deitei em minha cama fui olhando a colcha, havia ali, em alguns nozinhos, fios de cabelos branco que foram despropositamente amarrados a eles. Ao que me parece, foram cabelos que minha bisa perdia enquanto construía aquela linda colcha e que foram ficando presos aos nós. Isso me ensinou uma lição, é preciso que algo se perca para que haja construções, foi necessário que ela deixasse seus cabelos naquela colcha para que, se eu, me deixasse perder o ideal de ter a colcha perfeita, assim como, me deixasse perder o medo de não ter tal relíquia, pudéssemos nos reencontrar após tantos anos de alguma maneira. Isso me colocou a pensar que hoje meu ofício se faz com um funcionamento semelhante. No que tece a prática, é preciso que cada um que escuto deixe perder um pouco de si, através de sua fala e da comunicação de seus significantes, que vão sendo soltos, desprendidos em cada relato seu, sendo que minha função é ouvir, reconhecer e demarcar esses pontos, para se construir, tal qual a colcha, uma bela parte da história de cada um. No que tece a formação, essa construção infindável, como a história de cada sujeito, requer também, que a medida do possível, vá se construindo uma forma muito particular de tecer a minha colcha de estilo e conhecimento da Psicanálise.
E por fim.... Continua nos comentarios.

Hoje tivemos a jornada do  , foi um grande momento para nossa associação, belíssimos textos e um bom encontro! Para mim,...
19/11/2022

Hoje tivemos a jornada do , foi um grande momento para nossa associação, belíssimos textos e um bom encontro! Para mim, um momento de grande prazer!

17/09/2022
Estou terminando a leitura desse livro, fruto do seminário  realizado pelo  em 2021, que teve como objetivo, dedicar-se ...
27/06/2022

Estou terminando a leitura desse livro, fruto do seminário realizado pelo em 2021, que teve como objetivo, dedicar-se ao seminário 11 de Lacan. Trabalhar conceitos fundamentais é um grande desafio, assim como transmiti-los de modo tão descomplicado. Posso dizer que Marcus e Valeria fazem isso com muita competência e talento, evidenciados nessa obra.
Indico sua leitura a todos aqueles que desejam ter esclarecidos os conceitos de Inconsciente, pulsão, transferência e repetição.

24/05/2022

Obrigada Michele por palavras tão sensível!

Hoje é o dia que se comemora o aniversário de Sigmund Freud, essa data especial me fez recordar da primeira vez que ouvi...
06/05/2022

Hoje é o dia que se comemora o aniversário de Sigmund Freud, essa data especial me fez recordar da primeira vez que ouvi seu nome, o primeiro ano do curso de psicologia, na boca dos alunos que estavam intrigados e curiosos com tamanha genialidade. Certamente eu não entrei para o campo psicanalítico pelo saber acadêmico que sua obra ofertava, mas sem dúvida suas concepções, e explicações, como no jargão: “Freud explica”, dizem do meu próprio saber e das minhas motivações para ingressar nesse lugar.
Há 20 anos me debruço em sua obra e me emociono com seu modo poético de tocar as questões da subjetividade. Cada passo, dia após dia, fui podendo, atravessando seus textos, entender um pouco de mim e quiçá do meu entorno.
Com Freud, mediado por grandes mestres, assim como, com a solidão rotineira e efetivamente com minha própria análise, aprendi o ofício que amo e que me motiva a vida. Então hoje, em comemoração a seu aniversário, oferto minha gratidão ao percurso de vida desse grande homem.
Parabéns Freudão!


Colette Soler em seu livro “O Em-corpo do sujeito”, retoma a frase de Lacan: “O corpo faz o leito do Outro”, para esclar...
18/04/2022

Colette Soler em seu livro “O Em-corpo do sujeito”, retoma a frase de Lacan: “O corpo faz o leito do Outro”, para esclarecer sobre o que é o corpo, que se constitui não na ordem do biológico, instintivo; mas que o corpo se dá pelo atravessamento da linguagem, esta que o desnaturaliza e o insere na cadeia significante. Após alguns meses do nascimento, o bebê, como nos informa Lacan, despreparado para o mundo, pode reconhecer a si na imagem refletida no espelho, mas ele apenas constituirá um corpo através dos significantes dado pelo Outro.
“é para dizer que o sujeito não se vê na sua forma e não se ama na sua forma senão pela mediação do Outro na linguagem” (pág.36)


Freud no texto “A pulsão e seus destinos”, enfatiza a relevância do narcisismo para o desenvolvimento do amor. A primeir...
08/04/2022

Freud no texto “A pulsão e seus destinos”, enfatiza a relevância do narcisismo para o desenvolvimento do amor. A primeira fonte de amor, é no próprio eu, para depois deslizar para os objetos externos, o outro, para isso é preciso que se identifique nesse objeto fontes de prazer e satisfação.
A escolha do objeto a que se direciona o amor tem relação com aquilo que o sujeito identifica ou interpreta como fonte de prazer, sem nenhuma promessa ou garantia desse outro, o amor então se relaciona muito mais com a expectativa/fantasia criada pelo próprio sujeito do que, aquilo que objeto possa lhe ofertar.
Assim, o amor tem mais a ver com as projeções que são feitas acerca do outro, do que, efetivamente, com o que o outro pode oferecer. O mecanismo que se instala é a tentativa de fazer o outro ocupar esse lugar projetado pelo próprio sujeito, como se a tentativa de reduzir ao máximo as diferenças que existem entre um e outro, trouxesse a utópica completude.
* Preparação para o grupo de amanhã - grupo de leitura em Metapsicologia Freudiana- ❤️❤️

Nesse ano estamos ofertando, eu e a Natália Mantovani, grupo de supervisão. Maiores informações, entre em contato.
08/02/2022

Nesse ano estamos ofertando, eu e a Natália Mantovani, grupo de supervisão.
Maiores informações, entre em contato.

Grupo de leitura em Freud.Maiores informações, entre em contato!
08/02/2022

Grupo de leitura em Freud.
Maiores informações, entre em contato!

Hoje a vontade de escrever me bateu, fiz planos para isso: seria escrever em um determinado caderno, utilizando métodos ...
29/11/2021

Hoje a vontade de escrever me bateu, fiz planos para isso: seria escrever em um determinado caderno, utilizando métodos tradicionais, sou aquela que requer papel e caneta, procurei o caderno e não o encontrei, meus planos foram por água a baixo, no meio dos planos organizados e esquematizados a vida acontece. Diante do impasse do caderno perdido, me vi parada, sem recursos para minha escrita: Como ousa um caderno sumir assim, e atrapalhar meus planos e paralisar meu desejo?
Com isso, decidi adiar a escrita, aquietar o desejo, me calar, algo tão comum e familiar a minhas atitudes. Me sentei em minha poltrona e esperei passar, mas o desejo, esse atormentador, me apontou diversas outras possibilidades, como utilizar o celular, por exemplo, o que recebeu, logo de cara uma crítica daquelas bem bobas e sem fundamento : “escrever no celular nem é escrever de verdade”, quanta bobagem!!!!
A caneta a minha frente anunciava que haviam diversos outros papéis disponíveis à escrita, mesmo assim, meu limitador de satisfação me avisou que esses não serviam, papéis soltos, prontos para serem perdidos, esquecidos, e se alguém os encontrassem e lessem os meus escritos? Zombariam de mim? O jeito era esquecer, deixar para depois, mas, e daí, eu permitiria que meu desejo se perdesse?
Há sempre uma perda envolvida, dessa vez, decidi correr o risco de ter meu papel perdido e ceder ao desejo de escrever. Quem sabe perdendo meu papel, meu lugar familiar, eu não acabo por criar um novo lugar, um novo papel, onde meu desejo encontre lugar para se expressar e se satisfazer, de modo menos rígido e delimitado. E assim, a vida acontece bem no lugar que os impedimentos são quebrados, nessa situação, representado por um caderno perdido, onde a paralisia da morte cede lugar ao movimento possível da vida.

II Jornada de Psicanálise:A clínica e seus fundamentos.Após um percurso de estudos entre os pares membros da associação,...
07/10/2021

II Jornada de Psicanálise:
A clínica e seus fundamentos.

Após um percurso de estudos entre os pares membros da associação, em torno dos 4 conceitos fundamentais da psicanálise, nos vemos convocados a compartilhá-lo.

Sustentado pelo desejo e pela ética que nos une a transferência de trabalho, ao mesmo tempo em que nos separa na singularidade e no estilo de cada analista em formação, eriquecemos as trocas.

E convidamos vocês a partilhar conosco nesse movimento entre a teoria-método e prática da psicanálise, na busca da verdade não-toda, que nos faz produzir.

Teremos a honra da participação da Letícia Patriota da Fonseca - Psicanalista do Espaço Moebius e da ALI (Association Lacanienne Internacionale).

Dias 4 e 5/11 (a noite) e 6/11 (manhã).
Local: Plataforma online
Investimento: 100 profissionais e 80 estudantes.

Inscrições abertas e vagas limitadas:
📱WhatsApp 44 99866-4311
📧 evento@associacaoatoanalitico.com.br

Inscreva-se e garanta o seu lugar!!

Anne Peres.

* Imagem da obra de Maurits Cornelis Escher.

Quantas vezes ouvimos o amor ser medido por aquilo que se recebe de manifestação do ser amado em detrimento do que o que...
05/10/2021

Quantas vezes ouvimos o amor ser medido por aquilo que se recebe de manifestação do ser amado em detrimento do que o que o amor causa de movimento naquele que ama. Porém, quando encantados pelo amor, passamos a conduzir nossas ações, nosso modo de ser e nossa aparência criando uma imagem que nós mesmos julgamos ser digno de amor. Assim, O amor é mais sobre o que causa movimento naquele que ama, do que o que se recebe do ser amado. Nesse sentido, o amor é mais causa do que efeito.

Endereço

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Apucarana, PR
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