12/09/2025
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🐍 O Amigo Usurento
Você já conheceu alguém que se dizia seu amigo, mas, no fundo, só estava ali para sugar sua energia, seu tempo e até seus sonhos? Cuidado… porque manter esse tipo de pessoa por perto pode ser como carregar uma pedra amarrada ao pescoço: você até anda, mas sempre pesado, sempre cansado, e nunca chega longe.
No vilarejo de São Miguel, viviam dois rapazes que todos acreditavam ser grandes amigos: Caio e Roberto. Desde pequenos, estavam sempre juntos, mas quem olhava de fora não percebia a diferença que existia entre eles.
Caio era esforçado, acordava cedo, trabalhava na lavoura do pai e ainda ajudava vizinhos quando podia. Já Roberto… bem, Roberto tinha outra postura. Gostava de descansar enquanto os outros trabalhavam, de pedir favores, de reclamar que a vida era injusta, mas nunca se mexia para mudar nada.
Com o tempo, o comportamento dele foi f**ando cada vez mais pesado.
— “Caio, me empresta umas moedas? Prometo que devolvo semana que vem.”
— “Caio, você pode colher por mim hoje? Estou com dor nas costas.”
— “Caio, faz esse trabalho comigo, porque sozinho eu não consigo.”
E Caio, de coração generoso, ajudava. Afinal, não é isso que amigos fazem? Mas a verdade é que Caio começou a notar um padrão: Roberto nunca estava por perto quando era ele quem precisava.
No dia em que Caio ficou doente e precisou de alguém para buscar remédio na cidade, Roberto inventou uma desculpa e desapareceu. Quando o pai de Caio faleceu, todos da vila compareceram para prestar apoio, menos Roberto.
Foi então que a ficha começou a cair: aquela amizade estava desequilibrada. Era como uma balança sempre torta — Caio colocava tudo de um lado, e Roberto, nada do outro.
Certo dia, andando pelo campo para clarear a mente, Caio se deparou com uma cena curiosa: em uma árvore, uma cobra estava enrolada em volta de um ninho. A ave mãe, desesperada, gritava e tentava afugentar o invasor. Mas a cobra, sorrateira, sugava os ovos um a um, sem se importar com o sofrimento que causava.
Naquele instante, Caio sentiu um aperto no peito. Era como se a vida estivesse lhe mostrando uma metáfora perfeita. Ele pensou:
“Roberto é como essa cobra… sempre sugando, sempre levando o que é meu, sem nunca devolver nada. E eu, feito a ave, cansado de lutar, só perco e nunca ganho.”
Foi nesse dia que Caio tomou a decisão: iria se afastar. Não brigaria, não faria escândalo, apenas mudaria seu caminho.
E assim fez. Passou a não responder aos pedidos constantes, não se deixou manipular pelo discurso de vitimismo, e, pouco a pouco, Roberto foi f**ando distante. No começo, Caio sentiu culpa. Afinal, anos de amizade não se cortam da noite para o dia. Mas conforme os dias passavam, percebeu algo diferente: estava mais leve, mais tranquilo, e finalmente tinha energia para se dedicar às pessoas que realmente importavam.
Foi nesse espaço que novas amizades surgiram. Gente que oferecia apoio de verdade, que dividia tanto as alegrias quanto as tristezas. Gente que caminhava ao lado dele, em vez de se pendurar em suas costas.
🌟 Moral da História
Amigo de verdade não é aquele que só aparece para pedir, sugar e reclamar. Amigo de verdade é aquele que soma, que compartilha, que está presente nas horas boas e ruins.
Se alguém só te procura para se aproveitar, essa pessoa não é amigo: é um peso. E ter coragem de cortar laços com o “amigo usurento” é o primeiro passo para viver uma vida mais leve, cercada de pessoas que realmente querem te ver crescer.
Porque amizade não é prisão, é liberdade. Não é cobrança, é troca.
E quando você entende isso, nunca mais aceita ser sugado por quem não tem nada de verdadeiro a oferecer.
