12/05/2025
Ao longo da vida, somos inevitavelmente confrontados com perdas — algumas intensas e visíveis, outras discretas e silenciosas. Elas não acontecem apenas em momentos de dor extrema, como a morte de alguém querido ou o fim de um relacionamento. Estão também nas pequenas despedidas: amizades que se desfazem, expectativas que não se concretizam, ideais que deixamos para trás com o passar do tempo. Muitas vezes, o que nos parecia estável vai se transformando até que se torna irreconhecível.
Essas perdas não são desvios no caminho, mas parte essencial dele. A cada fase da vida, somos chamados a renunciar a algo: a ilusão de controle, a imagem idealizada de nós mesmo e que nem tudo ou na maioria das vezes é da forma como gostaríamos ou até merecêssemos. Perder, nesse sentido, não é apenas um ato de despedida, mas uma condição necessária para criar espaço para o novo.
É difícil aceitar que não temos domínio sobre tudo. Doenças, mudanças inesperadas e afastamentos não planejados nos lembram dessa limitação. Ainda assim, é justamente nesse enfrentamento que reside a possibilidade de amadurecer. As perdas nos ensinam sobre resiliência, sobre o valor do que permanece e sobre a capacidade de reconstruir sentidos.
Viver plenamente não é evitar perdas, mas aprender a atravessá-las. É reconhecer que, mesmo na ausência, pode haver transformação. Que o fim de uma coisa pode ser o começo de outra, talvez mais verdadeira, talvez mais nossa.
Psicóloga e Psicanalista Hellen Canton
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