Renata Toledo Psi

16/08/2025

02/06/2025

Não Pise no Meu Vazio, Ana Suy

Iremos postar um trechinho por dia.

22/05/2025

“Quem vê demais, acaba não cabendo em lugar nenhum.”
— Friedrich Nietzsche

Essa frase não é apenas uma observação — é um sussurro do abismo.
Há um ponto sem retorno em nossa consciência: aquele instante exato em que acordamos para verdades que não podem mais ser des-vistas.
Verdades sobre o mundo. Sobre as pessoas. Sobre nós mesmos.

Nietzsche, mestre em atravessar o escuro, sabia que o conhecimento ilumina, mas também queima.
Ver demais é perder o privilégio da ignorância. É não poder mais se encaixar em narrativas confortáveis, é carregar um olhar que incomoda — até a si mesmo.

“Aquele que vê muito carrega uma solidão profunda” — porque passa a viver num território onde o senso comum não alcança.
Os laços antigos afrouxam. Os cenários familiares tornam-se irreconhecíveis. O que antes acolhia, agora sufoca.
É o preço da lucidez.

E não, não se trata de superioridade.
Mas de um tipo específico de exílio: aquele que acontece quando a alma cresce mais do que o espaço ao redor.

Mas há um paradoxo nesse desencaixe:
Essa solidão, se sustentada com verdade, pode se tornar um templo interno.
Um lugar fértil, autêntico, onde encontramos outros que também despertaram — e onde a conexão, embora rara, é profundamente real.

Ver demais é um fardo, sim.
Mas também é liberdade.
A liberdade de não mais viver adormecido.
E de encontrar beleza, mesmo na margem.

Se você se sente deslocado, talvez seja porque você enxerga o que os outros ainda não suportam ver.
E isso, embora doloroso, é o primeiro passo para viver com os olhos — e o coração — totalmente abertos.


Créditos

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15/11/2024

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30/11/2023

Uma parte, de um post do Dr Paulo

21/10/2023

Eterno Percurso
CURSO: Com Dra. Inês Catão

12/10/2023

FELIZ DIA DAS CRIANÇAS, para todas!

20/09/2023

Sempre um homem, porém nem todo homem.

O inferno somos nós

Tenho duas filhas meigas e carinhosas. Uma delas já adolescente. Esses dias, a mais velha foi comprar pão e percebeu um senhor a encarando na padaria. Saiu de perto do senhor, que a seguiu e permanecia sempre perto demais. Foi a primeira vez que minha filha se sentiu assediada.

Existem muitos caminhos que podemos tomar a partir daqui. Dizer para que ela se arrume menos, que saia de casa sempre feia e mal vestida. Mas acho que essa seria outro tipo de violência com minha filha. Posso me resignar, aceitar que isso acontecerá para o resto da vida dela. Posso mandar minha filha se defender, ser agressiva, xingar o cidadão. Ou posso, como já ouvi de tantos homens, eu mesmo tomar providências, encontrar o senhor na rua e dar-lhe uma surra.

Mas em quem eu estaria batendo? Em meus amigos, que já fizeram o mesmo com outras meninas, em padarias e no meio da rua. Estaria batendo em mim mesmo que, inseguro e para fazer parte da turma, compactuei com isso. Ao espancar aquele homem, com toda a raiva que sinto de homens assediadores, estaria trazendo mais violência para a vida da minha filha. As mulheres nunca pedem que os homens resolvam as coisas na porrada. Elas só pedem que os homens por favor parem de as assediar.

Por trás da maioria dos acidentes de trânsito, dos homicídios, da maioria dos crimes, da maioria dos estupros, da maioria dos assédios se***is, da maioria da violência doméstica, da maioria das agressões de crianças. Sempre um homem. Mas nem todo homem. Nem todo homem é mau. Somos homens bons por natureza, meninos meigos que aprendemos a amar ainda no colo de nossas mães. No caminho natural, cresceríamos fortes e respeitosos, realizadores e moderados, entenderíamos que ser homem é ser cuidador de quem está ao nosso redor e de nós mesmos.

A solução para a violência que as mulheres sofrem está na mudança dos homens. Todos nós. Nossas conversas, piadas, comentários. Precisamos ser melhores, meus irmãos. Precisamos entender que mulheres merecem, pela violência que sofrem desde sempre, o dobro do respeito, o triplo do que achamos ser educado. Mude hoje. Mude um amigo amanhã. O mundo muda quando a gente muda.