Hélio Roxo - Psicólogo

Hélio Roxo - Psicólogo Psicólogo de orientação psicanalítica.

16/06/2023
Owen Renik defende uma maior liberdade na escolha quanto àquilo que a análise pode dizer de si mesma aos pacientes. Disc...
16/03/2023

Owen Renik defende uma maior liberdade na escolha quanto àquilo que a análise pode dizer de si mesma aos pacientes. Discorda que o trabalho psicanalítico é mais efetivo diante de uma posição marcada pelo anonimato. Quando o terapeuta se impõe inibições, ficando em silêncio, em vez de, empaticamente, realizar uma observação ou interpretação, acaba por reduzir o nível em que sua personalidade consegue sentir os efeitos desta relação. Independentemente da maneira como o profissional decide manejar suas respostas emocionais, haverá consequências, mesmo que a opção escolhida seja a rígida estratégia do silêncio. O que está em jogo em uma análise não é o questionamento de que se devem ocorrer desconstruções, mas o que fazer com o que, inevitavelmente, será desconstruído constantemente. Supor que um analista consiga minimizar os efeitos da comunicação da psicologia pessoal, as reações emocionais decorrentes, os seus valores pessoais, as construções de significado e suas consequências se configura, nada mais, do que manter uma ilusão ou uma posição de onipotência que privilegia o narcisismo do próprio profissional. O anonimato se trata apenas de uma ficção e forçar uma relação desta qualidade pode afetar o vínculo e distorcer os esforços clínicos. Mais do que se desprender do princípio do anonimato, o analista deve também contradizê-lo. É considerado positivo favorecer ao analisando a compreensão de como o terapeuta realiza a sua prática, sem esconder intenções ou suposições, mantendo uma postura de sinceridade. Ao ignorar como realiza suas construções da realidade na relação terapêutica o analista não contribui para que o paciente identifique e reflita sobre suas próprias construções. Ao comunicar o seu pensamento, o analista demonstra respeito ao seu paciente enquanto sujeito colaborador do processo analítico. Quando esconde e guarda para si suas elaborações, métodos ou hipóteses, o profissional está privilegiando o seu próprio ponto de vista como superior e contribui para a manutenção de uma imagem idealizada. Num impasse clínico, o analista não deve hesitar em buscar conselhos junto ao seu paciente, em reconhecer o estado e qualidade da relação e considerar que cada dupla analítica deve estabelecer sua própria maneira de trabalhar, contudo, ao analisando, precisa ser dada essa autorização de participação e de igualdade. Quando a relação é mútua, o trabalho progride e é facilitado (Mori & Rouan, 2018)².

¹ O movimento relacional identificou e recuperou uma “linhagem relacional” desde as origens da psicanálise de Freud e, sobretudo, de Sándor Ferenczi e da escola das Relações de Objeto e da Psicanálise Interpessoal, baseada na ideia de que é o contato emocional e a relação com o outro é a motivação essencial que inspira o desenvolvimento humano. [Recuperado de http://psirelacional.pt/o-que-sao-a-psicanalise-e-a-psicoterapia-relacionais

² Mori, S; Rouan, G. (2018). As terapias narrativas.

Para Ferenczi, um “saber excessivo” por parte do profissional que se apoia demasiadamente nos conhecimentos teóricos pod...
06/03/2023

Para Ferenczi, um “saber excessivo” por parte do profissional que se apoia demasiadamente nos conhecimentos teóricos pode acarretar erros técnicos no tratamento devido a um manejo excessivamente dogmático (Ferenczi, 1924).
A conduta de se guiar exclusivamente por um conhecimento teórico reduz a capacidade do analista em reconhecer a singularidade de seu paciente.
O encontro clínico e a prática clínica vão além do fato de um profissional estar em contato com os pacientes e analisar as informações relacionadas à sua patologia. O valor que se atribui nesta relação é o de um encontro com um sujeito único, com seus próprios processos psíquicos humanos que dão base a sua realidade e vida psíquica (Roussillon, 2019).
A utilização de um “suposto saber” clínico para tentar garantir o poder sobre o outro não passa de uma técnica de dominação que utiliza o álibi da psicologia ou da psicanálise para se mascarar (Roussillon, 2019).
A rigidez no uso de teorias e técnicas em uma relação humana pode se configurar como uma defesa contra a aceitação da singularidade do outro. Usar uma técnica que sustente uma hierarquia, uma relação vertical, e, até mesmo, uma posição de dominação, não é algo que possa ser ligado a um verdadeiro encontro empático que possibilita ao paciente as condições para movimentar e elaborar seu conteúdo psíquico e realizar construções mais adaptadas para lidar com a realidade.

O grande desafio do analista pode ser estabelecer uma relação de igualdade na dupla analítica. A tentativa compulsiva do profissional em enquadrar o analisando e seu caso em uma teoria específica pode refletir sua inexperiência, insegurança, falta de tato ou que talvez precise investir mais em sua própria análise.

Hélio Roxo
Psicólogo Clínico

10/02/2023

O trabalho analítico visa o questionamento das certezas, a quebra de padrões, estruturas. Implica um olhar para si e para a relação com o outro. Um processo de encontros e desencontros, mortes e (re)nascimentos. Consiste em reconhecer o estranho em si, se desfazer das expectativas implantadas (pelos cuidadores e pela cultura), aceitar as diferenças, elaborar os lutos esquecidos, reativar afetos adormecidos. Diante da coragem de se olhar abre-se caminho para a essência da alma, que antes retraída, pode viver a potência que lhe foi negada.

"[...] A dissolução da estrutura cristalizada de um caráter é apenas, a bem dizer, uma transição para um nova estrutura certamente mais adequada [...] É impossível descrever em detalhe o aspecto dessa nova vestimenta, com a única excessão, talvez, de que será com certeza mais bem ajustada [...]¹"

¹ S. Ferenczi. O problema do fim da análise, 1928.

06/08/2022

A (o) analista insensível e o reforço do superego rígido.

É de se esperar que, em algum momento da análise, o paciente projete seu superego, pulsões e medos na figura representada pelo analista. Com grande esperança, ele entrega um material de extrema importância para o profissional ao qual depositou sua confiança, mesmo que isso implique passar por períodos persecutórios na relação intersubjetiva. Espera-se, que um profissional qualificado e, principalmente empático, maneje esse conteúdo, a fim de diminuir a tensão desnecessária ao qual o paciente, essencialmente os de caráter obsessivo, se sujeitam. Isso demanda uma presença emocional e humana do analista, incluindo interpretações que soem como suposições, possibilitando sempre o contraditório. Além disso, por mais que a interpretação pareça correta, o único conhecedor da própria verdade é, notoriamente, o paciente, uma vez que é típico ao analisando induzir o terapeuta ao erro, justamente para ter a oportunidade de questionar conteúdos de experiências antigas com as figuras de cuidado. Isso não quer dizer que o silêncio ou falta de gratificações não sejam importantes, já que a frustração é um importante elemento para o desenvolvimento do aparelho de pensar, como já dizia Bion. De qualquer forma, a postura de abstinência não deixa de ser uma importante premissa da psicanálise, mas, em minha opinião, jamais absoluta. Nada pode suplantar o bom senso e a empatia numa relação terapêutica. Como já dizia Jung: "conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana". Caso contrário, o material projetado pode ser reintrojetado e identificado, porém com um toque do sadismo do próprio profissional, que, em tese, estava ali para ajudar.

Como se fosse dito por Wilhelm Reich. Genial!
31/07/2022

Como se fosse dito por Wilhelm Reich. Genial!

Orgasmo para todos

Assim como o Dia das Mães e o dos Pais, comemora-se hoje o Dia Internacional do Orgasmo, instituido não se sabe bem por quem nem onde, mas muito bem vindo. Para reeducar os homens sobre o prazer feminino, a anatomia da mulher, desconstruir o machismo, falar de ejaculação precoce, impotência, e da importancia do orgasmo na vida das pessoas. Sem tesão não há solução, dizia Roberto Freire, g***r, e fazer g***r, é fundamental.

Homens e mulheres sexualmente satisfeitos estão menos propensos à violencia e ao conflito do que os frustrados e ressentidos. Estão mais tranquilos e seguros, mais alimentados de prazer, mais aptos a uma vida familiar e social mais harmoniosa.

Orgasmo é bom, todo mundo gosta, é coisa de Deus. E de graça.

Diz-me como gozas e te direi quem és. Orgasmo é qualidade e intensidade, não quantidade e desempenho. Se às vezes não acontece, paciência, não é ciência.

Claro, s**o não é tudo, alguem feliz na cama pode não ser um anjo amoroso, familiar, social, e sexy. Torturadores e assassinos podem ser e estar muito bem de s**o, é nosso lado instintivo, primitivo e animal.

Quanta infelicidade, brigas, nervosismo, doenças e estresses são provocados pela frustração sexual ? Quanta raiva, inveja e ressentimento seriam poupados cada vez que alguem, homem ou mulher, pobre ou rico, branco ou preto, de qualquer idade, tivesse um, vários or****os bem gostosos, melhor ainda com a pessoa amada ? O orgasmo é bom para a democracia.

Endereço

Araraquara, SP
14802-020

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