
20/07/2025
O Solo Firme do Amor Maduro
> *"Para que tenhamos um relacionamento maduro precisamos ser capazes de dizer: ‘Ninguém pode me dar o que eu quero ou preciso mais profundamente. Somente eu posso fazer isso. Mas eu posso festejar e investir no relacionamento pelo que ele tem a oferecer’. O que ele geralmente oferece é companheirismo, respeito e apoio mútuo, e a dialética dos opostos."*
> **— James Hollis, "A Passagem do Meio"**
A citação de Hollis ilumina o cerne da maturidade afetiva: **a renúncia à fantasia de que o outro nos completará. ** Relações maduras não vem da obediência cega, mas da compreensão do que chamo de "divergência construtiva" - um processo que **exige aceitar*" que só nós mesmos podemos preencher nossas carências essenciais, **liberando assim** o parceiro do fardo impossível de ser nossa única fonte de felicidade.
Aqui reside a beleza da "dialética dos opostos". Como observado, uma relação madura não é um mar de consenso. **Frustrações e antagonismos são inevitáveis e até saudáveis**, pois nascem das diferenças naturais entre duas pessoas inteiras. Um não existe para agradar incondicionalmente ao outro.
Porém, essa tensão criativa só floresce num solo bem temperado. As divergências precisam ser permeadas pelo **respeito mútuo**, pela noção de que cada um está **apoiando** genuinamente mesmo nos desacordos, pela **compreensão** ativa das perspectivas diferentes e pelo **companheirismo** que mantém a conexão apesar dos conflito naturais.
É crucial a **crença na boa intenção** do outro, a **confiança** de que não há exploração ou manipulação, mas sim o desejo sincero de caminhar juntos, cada um em sua integralidade. É nesse equilíbrio entre autonomia individual e compromisso generoso, entre o confronto de ideias e o abraço do apoio, que o amor verdadeiramente amadurece e frutifica.