Alfeu Figueredo Do Prado. Psicólogo e Psicanalista

Alfeu Figueredo Do Prado.    Psicólogo e Psicanalista Psicólogo Clínico e Psicanalista.

10/09/2025

Se eu conversasse com Deus, iria lhe perguntar: Por que é que sofremos tanto quando viemos para cá. Que dívida é essa que o homem tem que morrer para pagar?

Perguntaria também: Como é que ele é feito, que não dorme, que não come e assim vive satisfeito. Por que foi que ele não fez a gente do mesmo jeito?

Por que existem uns felizes e outros que sofrem tanto, nascidos do mesmo jeito, criados do mesmo canto?

Quem foi temperar o choro e acabou salgando o pranto?

09/09/2025

Parar de escolher o amor que machuca.

"Você está tentando reescrever melhor sua história de infância na vida adulta, mas está escolhendo pessoas que não são capazes de lhe dar o que você precisa."
Alfeu F. Do Prado

O coração ferido busca inconscientemente o que já conhece, mesmo que seja dor.

Quem sobreviveu a um trauma – seja abandono, crítica ou controle – vai se encontrar repetidamente atraído por parceiros que recriam essa mesma ferida original. Isso acontece porque nosso sistema nervoso é programado para buscar o que conhece e julga "seguro", interpretando-o como normal e, por mais paradoxal que seja, como familiar. É como a tentativa inconsciente de reescrever melhor uma história fracassada.

Esta não é uma escolha consciente do adulto, mas um impulso da criança interior ferida que ainda acredita em sua missão impossível: se conseguir fazer esta pessoa, que se parece tanto com a fonte original da dor, amá-lo "corretamente", então a ferida de outrora finalmente seria curada. É uma tentativa desesperada de reescrever o passado, um ato de amor à um personagem do passado.

O problema é que se está escolhendo justamente o tipo de pessoa incapaz de oferecer o amor seguro e saudável que se necessita. Está se entregando numa bandeja ao abuso como fez involuntariamente no passado.

Relacionamentos genuinamente equilibrados, por sua vez, podem parecer aversivos ou entediantes, porque não ecoam o caos que, erroneamente, foi aprendido como sinônimo de amor.

A cura, portanto, não está em repetir o passado, mas em romper com ele. Signif**a escolher com coragem parceiros que ofereçam não a disfunção familiar, mas o que verdadeiramente nos foi negado: respeito, atenção e, acima de tudo, segurança. A reparação começa quando trocamos a repetição pelo desafio de um amor que cuida, constrói junto, e não um que só que desencadeia, o nosso velho sofrer.

Drummond decifra onde está a resposta que você procura.“Se procurar bem, você acaba encontrando não a explicação (duvido...
08/09/2025

Drummond decifra onde está a resposta que você procura.

“Se procurar bem, você acaba encontrando não a explicação (duvidosa) da vida, mas a poesia (inexplicável) da vida.”
—Carlos Drummond de Andrade

Muitas vezes, a busca por respostas pode nos levar a um lugar perigoso. A resposta, ainda que acalme momentaneamente, quase sempre vem com um alto custo e carrega em si uma intenção oculta de exploração pelo outro. A curiosidade genuína pode ser manipulada por aqueles que se apresentam como solucionadores de todos os medos e dúvidas, criando ciclos de dependência, culpa e consequentemente controle.

Drummond, em sua sabedoria, oferece um antídoto: abandonar a busca pela explicação duvidosa e abraçar a poesia inexplicável da vida. Essa poesia se manifesta no amor — não aquele amor romântico e idealizado que promete preencher todas as carências, mas o amor que se revela num cenário concreto de amor-próprio apoiado em respeito e cuidado mútuo.

É o amor que nos protege de tudo que explora, engana, critica ou provoca culpa. Ele nos dá a coragem de romper, não por mágoa ou desejo de vingança, mas por uma honestidade profunda consigo e com o outro. Romper para que ambos sejam livres, pois ninguém deve ser mantido em uma relação sem afeto. É um ato de libertação dupla, que reconhece que um não é dependente do outro, e que ambos têm o direito de reconstruir suas vidas. No fim, encontrar a poesia é encontrar um tipo de amor que liberta os dois.

07/09/2025

Minha alma cativa?
Não mais...

Há um ponto de ruptura quando sua alma percebe que os pactos que a aprisionaram não foram feitos por você.

Assumo meus erros.
Um grito ... um desabafo.. não podem mais me prender com base em antigos pactos viciados !

Não sou perfeito, mas agora sou livre.

07/09/2025

A injustiça que todos vêem e se calam.

A cena é desconcertante: uma criança recebe um boné autografado de seu ídolo, e num instante, um adulto lhe arranca o presente das mãos. O agressor sai vitorioso, fotografando seu "troféu", enquanto a criança f**a para trás, imersa em uma frustração profunda e impotente. Para quem assiste, é uma indignação momentânea. Para quem vive, é uma ferida que pode marcar pra sempre.

Este episódio específico do tênis é um microcosmo de um fenômeno relacional muito mais amplo e antigo. Desde cedo, aprendemos que a vantagem obtida por meio da força, do oportunismo ou da desonestidade muitas vezes não só funciona como f**a impune. No âmbito profissional, conjugal ou social, testemunhamos e vivenciamos situações onde o opressor, aquele que não hesita em pisar no outro, leva a vantagem impune, enquanto o oprimido arca com todo prejuízo.

A grande questão, no entanto, não é a injustiça em si – um mal social inevitável –, mas como reagimos a ela. O objetivo crucial do agressor não é vencer aquela disputa específ**a, que já nasceu viciada, mas validar a lógica perversa que ele tenta implantar. *A verdadeira vitória reside em não permitir que esse evento defina nosso lugar no mundo*.

Superar tal fenômeno sem abalar a autoestima exige uma mudança de perspectiva. É entender que a "vitória" daquele homem com o boné é vazia; ele pode ter ganho um objeto, mas perdeu em caráter e humanidade. A criança, ainda que na posição de "vencida" naquela disputa, não é um perdedor na vida, ele não faz parte de uma fatia que perderá sempre. Isto é tentativa de alienação que infelizmente funciona em muitos casos.

O caminho é recusar o estigma de derrotado e canalizar a experiência para uma trajetória de independência e crescimento pautada por valores éticos. Signif**a construir um sucesso que não dependa de explorar os outros, mas da própria competência e integridade. Dessa forma, preserva-se a dignidade intacta, prova-se a própria força e, por fim, liberta-se da dinâmica tóxica que prega que os fins justif**am os meios. A maior revolução é prosperar mantendo a própria humanidade se recusando a se posicionar do lado que sempre perde.

O Respeito como Estratégia"Nunca ria de dragões vivos." J.R.R.TolkienMais do que um aviso fantástico, esta máxima de Tol...
05/09/2025

O Respeito como Estratégia

"Nunca ria de dragões vivos."
J.R.R.Tolkien

Mais do que um aviso fantástico, esta máxima de Tolkien é um pilar para uma estratégia de vida ética e ef**az. Ela nos ensina que subestimar qualquer força contrária – seja um oponente, um desafio complexo ou uma perspectiva diferente – é uma arrogância que semeia a própria derrota. Este princípio ecoa a sabedoria milenar que exige respeitar o inimigo mais que o amigo, e a constatação de Napoleão de que nenhuma conquista pela força é eterna. A verdadeira vitória, portanto, não se alimenta do menosprezo, mas sim do entendimento profundo.

Construir um propósito sobre a humilhação alheia é erguer uma casa na areia. A soberba não apenas cega, mas nos isola, impedindo a colaboração genuína e a inovação que surgem do respeito às diferenças. O caminho para uma jornada signif**ativa deve ser pavimentado com clareza ética, cooperação e a rejeição consciente de tudo o que é tóxico e prejudicial ao coletivo.

Triunfar de forma duradoura exige a inteligência para reconhecer o valor mesmo naquilo que nos desafia, e a sabedoria para enfrentar adversidades com integridade, nunca com desdém. Tentar destruir por competição abre um jogo de soma negativa, onde a destruição do outro corrói também o vencedor. A vitória que realmente importa é aquela que transcende a luta, promovendo um crescimento coletivo e cultivando valores éticos que elevam a todos. É a que transforma o campo de batalha em um terreno fértil para o progresso mútuo.

03/09/2025

A autoestima depende de tratar os medos e provocações.

"Um gato que quer ser um leão tem que deixar de perseguir os ratos e deixar de ter medo dos cães."
Ditado Popular

Este ditado vai muito além de uma simples metáfora sobre ambição. Ela ilustra profeticamente a relação entre o ambiente que habitamos, as provocações que enfrentamos e a construção da nossa autoestima. O “rato” simboliza as distrações mesquinhas, as brigas irrelevantes e as tentações de nos rebaixarmos a conflitos que não merecem nossa energia. Já o “cão” representa os medos, as intimidações e as vozes – internas ou externas – que tentam nos fazer recuar.

Um ambiente tóxico, seja ele físico ou emocional, é aquele que constantemente nos coloca na posição de gato: nos provoca com “ratos” para nos distrair e usa “cães” para nos amedrontar. Essas provocações minam a motivação e corroem a autoestima, nos mantendo presos em um ciclo de reatividade e medo, longe de nossa verdadeira força.

A jornada para se tornar um “leão”, portanto, não é sobre dominar os outros, mas sobre dominar a si mesmo. É uma decisão interior de elevar o foco, ignorando as provocações insignif**antes (os ratos) e enfrentando os medos que nos paralisam (os cães). É uma mudança de postura que nasce da convicção, não da agressão. Ao nos recusarmos a entrar nos esgotos alheios e ao encararmos nossos temores, conquistamos a tranquilidade que é a verdadeira marca do leão. Essa serenidade, por sua vez, alimenta a autoestima, criando um ciclo virtuoso onde o ambiente externo perde o poder de nos definir. O leão não precisa provar nada; ele simplesmente é. E essa é a maior conquista de todas.

02/09/2025

Escuta empática: A essência do processo terapêutico.

John Cena não caiu na armadilha do culto ao ego. Em vez de citar um nome famoso para sua conversa ideal, ele inverteu os papéis. Sua pergunta simples — “por que você faz o que faz?” — foi uma poderosa demonstração de escuta empática.

Ao colocar o repórter no centro da narrativa, Cena praticou o que a terapia pratica: a escuta ativa que valida o outro.

Ele não buscou impressionar, mas conectar. Não quis ser o protagonista da entrevista, mas conceder protagonismo. Essa atitude transformou um momento banal em algo signif**ativo, onde a paixão do repórter pelo cinema pôde brilhar.

A lição é clara: a verdadeira grandeza não está em falar de si, mas em criar espaço para que os outros se revelem. É uma convocação ao protagonismo valorizado e compartilhado, onde a conexão genuína, baseada no interesse autêntico pelo outro, se torna a resposta mais brilhante possível guardando nela um enorme valor terapêutico.

01/09/2025

O Peso da Verdade

A maneira mais ef**az de se desapegar não é através do ódio, mas sim de uma clara e crua visão da verdade. É permitir-se enxergar, sem filtros, as ações que te causaram mal-estar, o que invariavelmente gera um certo "ranço".

Enquanto você idealiza alguém que, na realidade, mentiu, manipulou e se fez de vítima, a prisão emocional se mantém. Você está apegado a uma fantasia, uma versão que nunca existiu.

O momento da verdadeira virada é quando a dor da ruptura é substituída pela decepção. Essa decepção, por mais amarga que seja, é libertadora. Ela te acorda para o fato de que aquilo já não era amor há muito tempo – era apego, medo da solidão ou pura rotina.

Chega então o dia em que ouvir o nome da pessoa não traz mais sofrimento, mas uma pontada de vergonha por ter acreditado naquela farsa. A partir daí, pensar em voltar é como acordar de um sonho: é impossível voltar a dormir para revivê-lo. A fantasia perde seu encanto e ganha seu lugar definitivo no passado. É nesse despertar, temperado por uma vergonha misturada com nojo, que reside a libertação verdadeira. A educação para lidar com a outra pessoa se torna, então, mera etiqueta.

31/08/2025

A Liberdade de Ser

A entrevista de Maria Homem expõe um conflito fundamental nas relações humanas: a tensão entre a expectativa do outro e a fidelidade a si mesmo. Ela questiona a obsessão por controlar o desejo alheio, propondo que a verdadeira paz reside na segurança interior. Quando sabemos quem somos e o que queremos, a escolha do outro perde o poder de nos definir ou destruir.

Isso contrasta radicalmente com a cultura do controle, onde compromissos são vistos como prisões perpétuas e mudanças são interpretadas como traição. Como apontado, essa dinâmica ignora a natureza orgânica da vida: pessoas evoluem, caminhos podem divergir. Insistir num "pacto de partida" imutável é, muitas vezes, uma colonização do outro, uma negação de sua autonomia.

O sacrifício entra como o tempero que perpetua essa ilusão. As pessoas se anulam em nome de uma narrativa de relacionamento que já não existe, confundindo lealdade com auto-negação. A verdadeira traição, então, não está em seguir um novo caminho, mas em trair a si mesmo para manter uma fachada. A liberdade, portanto, está em aceitar que crescer pode signif**ar se separar, e que a maior lealdade é para com a própria verdade.

30/08/2025

Reescolhendo "instintivamente " o amor que machuca.

"Você está tentando reescrever melhor sua história de infância na vida adulta, mas está escolhendo pessoas que não são capazes de lhe dar o que você precisa."

O coração ferido busca inconscientemente o que já conhece, mesmo que seja dor.

Quem sobreviveu a um trauma – seja abandono, crítica ou controle – vai se encontrar repetidamente atraído por parceiros que recriam essa mesma ferida original. Isso acontece porque nosso sistema nervoso é programado para buscar o que conhece e julga "seguro", interpretando-o como normal e, por mais paradoxal que seja, como familiar.

Esta não é uma escolha consciente do adulto, mas um impulso da criança interior ferida que ainda acredita em sua missão impossível: se conseguir fazer esta pessoa, que se parece tanto com a fonte original da dor, amá-lo "corretamente", então a ferida de outrora finalmente seria curada. É uma tentativa desesperada de reescrever o passado, um ato de amor à um personagem do passado.

O problema é que se está escolhendo justamente o tipo de pessoa incapaz de oferecer o amor seguro e saudável que se necessita. Está se entregando numa bandeja ao abuso como fez involuntariamente no passado.

Relacionamentos genuinamente equilibrados, por sua vez, podem parecer aversivos ou entediantes, porque não ecoam o caos que, erroneamente, foi aprendido como sinônimo de amor.

A cura, portanto, não está em repetir o passado, mas em romper com ele. Signif**a escolher com coragem parceiros que ofereçam não a disfunção familiar, mas o que verdadeiramente nos foi negado: respeito, atenção e, acima de tudo, segurança. A reparação começa quando trocamos a repetição pelo desafio de um amor que cuida, constrói junto, e não um que só que desencadeia, o nosso velho sofrer.

Endereço

Centro Empresarial América. R. Padre Duarte, 151/Sala 46 Jardim Nova America, Araraquara/
Araraquara, SP
14800-360

Horário de Funcionamento

Segunda-feira 16:30 - 21:00
Terça-feira 16:30 - 21:00
Quarta-feira 16:30 - 21:00
Quinta-feira 16:30 - 21:00
Sexta-feira 16:30 - 21:00
Sábado 09:00 - 12:00

Telefone

+5516997994044

Notificações

Seja o primeiro recebendo as novidades e nos deixe lhe enviar um e-mail quando Alfeu Figueredo Do Prado. Psicólogo e Psicanalista posta notícias e promoções. Seu endereço de e-mail não será usado com qualquer outro objetivo, e pode cancelar a inscrição em qualquer momento.

Entre Em Contato Com A Prática

Envie uma mensagem para Alfeu Figueredo Do Prado. Psicólogo e Psicanalista:

Compartilhar

Share on Facebook Share on Twitter Share on LinkedIn
Share on Pinterest Share on Reddit Share via Email
Share on WhatsApp Share on Instagram Share on Telegram

Categoria