
14/05/2025
Querido(a) Bebê
Hoje escrevo com o coração aberto, ferido, mas ainda cheio de amor.
Há 30 dias, precisei me despedir de um bebê que meu corpo acolheu com tanto carinho. E hoje acredito que essa despedida aconteceu.
Um ab**to retido. Um silêncio profundo dentro de mim, onde antes havia expectativa, planos, alegria.
Induzir essa despedida foi a coisa mais difícil que já vivi. Como se tira do corpo algo que o coração ainda quer segurar? Como se aceita uma ausência tão cheia de significado?
Ainda carrego comigo a presença sutil desse filho. Um amor que não teve tempo de florescer do lado de fora, mas que se eternizou aqui dentro.
Estou vivendo esse luto com coragem. Chorando quando preciso, respirando fundo quando dói, tentando me escutar. Sei que essa dor não vai embora de repente, mas sei também que ela pode se transformar. Em memória. Em amor. Em presença.
Essa carta é pra mim. Pra ele. Pra quem já viveu o mesmo. E pra quem me ama e talvez não saiba como estar perto.
Obrigada por respeitar meu tempo.
Obrigada por simplesmente estar.
Com amor,
Grazi