10/09/2025
Da Dor ao Propósito: O Verdadeiro Sentido da Constelação Familiar.
Olá!
Hoje quero compartilhar algo muito íntimo, que aprendi ao longo de anos trabalhando com Constelação Familiar, com histórias reais e com minha própria jornada.
O verdadeiro sentido da Constelação Familiar vai muito além de “cuidarmos das nossas dores”.
Esse cuidado, que parece nobre, muitas vezes se transforma no centro da vida — e passamos a girar em torno da dor. De forma inconsciente, colocamos a doença no lugar do propósito.
É sério dizer que o amor cura.
Mas este trabalho não é apenas para que o amor cure.
É para que o amor possa dar certo.
Para que ele cumpra seu papel em nossas vidas: como força criadora, organizadora e geradora de paz.
Isso vai muito além de concordar ou discordar, aceitar ou rejeitar de forma mental.
É uma experiência encarnada, vivida no corpo, nas relações, no cotidiano.
A verdadeira liberdade só é possível quando nos permitimos amar —
não o amor idealizado, nem o amor que se submete.
Mas o amor profundo, respeitoso, sem exigências, com limites claros e auto respeito.
Esse é o amor que nos dá uma visão justa da vida — porque não tenta mudar o outro, mas acolhe o que é, com lucidez e compaixão.
Quem ainda acha que a percepção é pura pseudociência podemos apoiar o trabalho de Bert Hellinger no do biólogo e filósofo Humberto Maturana, "o amor é a emoção que constitui o domínio de ações em que as interações de convivência de um ser vivo com outro, na recursão, levam à mútua validação" (MATURANA; VERDEN-ZÖLLER, 2004, p. 74).
Ele também afirma que "o amor é a emoção que permite a existência do outro como legítimo outro na convivência" (MATURANA; VERDEN-ZÖLLER, 2004, p. 119).
E o trabalho, nesse caminho, não é o de forçar o amor… mas o de limpar a lente pela qual olhamos para nós mesmos, os outros e a vida.
Tirar, gentilmente, as vendas dos olhos.
Soltar os julgamentos, os controles, os mandatos invisíveis.
Pode parecer absurdo…
Mas essa é a coisa mais verdadeira que encontrei até hoje:
O amor é simples. A vida é simples.
Somos nós, com nossas dores não acolhidas, que complicamos o que deveria fluir.
Que esse texto encontre em você um lugar de escuta e de respiro.
Não para concordar ou discordar, mas talvez… para lembrar.
Um abraço,
Rosana Jotta
Professora de Inteligência Sistêmica
Referências:
MATURANA, Humberto; VERDEN-ZÖLLER, Gerda. Amar e brincar: fundamentos esquecidos do humano. São Paulo: Palas Athena, 2004.