09/02/2022
Pode acontecer muitas vezes que nós não nos questionemos o porquê de fazermos algo, seja em nossas profissões, seja em nossos estudos… e podemos acabar, na pior das hipóteses vivendo uma vida sem propósitos, como que “...deixa a vida me levar”. No entanto, pensar as razões pelas quais fazemos as coisas nos desafia muito. Perguntaria: podemos explicar tudo pela razão? Embora nos questionemos, até onde podemos chegar se até “o coração tem razões que a própria razão desconhece”? (Blaise Pascal). Pois bem, partimos de alguns princípios que para nós são orientadores e fazem muito sentido, refletirei acerca dos meus porquês.
Quanto à profissão por mim escolhida, tive comigo desde os primeiros anos do curso o propósito de ajudar os outros, portanto, uma missão. Missão esta que tenho a oportunidade de exercer e servir e que posso ser remunerado, “pois o operário é digno do seu salário”. Sirvo aquele que precisa de mim, ora na escuta, ora nas intervenções. Logo, meus dons, ouvidos e palavras, são instrumentos. Meditando sobre aquilo que fazemos, pode até ser que não nos vejamos como os melhores, mas é consolador saber que se pode ter a certeza que fazer bem algo só se vem com o exercício, uma vez “que você só faz aquilo que você treina” como diz uma pessoa querida. Então, à medida que me aperfeiçoo, serei melhor capacitado para ajudar os outros quanto ao alívio de seus sintomas e também a promover o melhor de si.
Creio ser evidente que o dom de si, o encarar o que se faz como missão, também pode ser encontrado em outras ocupações, e podemos até considerar mais importantes, como os bombeiros, médicos, sacerdotes, missionários ou policiais. Não obstante, é algo grandioso corresponder às necessidades dos outros fazendo o que se faz como vocação e com generosidade. Então, ser psicólogo não pode ser diferente do que aqui foi exposto. Pois, ser escutado é uma necessidade de todos, como isso acontece dependerá de um bom ouvinte profissional que saberá, de modo satisfatório, fazer o que lhe cabe.
Concluamos dizendo que à medida que se descobre na profissão sua real dignidade, outrora desconhecida pela ignorância de um inicial momento, ela deve ser feita por amor. É a inteligência que diz à vontade: “toma amor, decida-se pelo que é bom e fazes bem, coloque tua afeição e vida, e fará a diferença na vida de muitos”. São outras palavras para a busca de um real profissionalismo prometido no juramento da colação de grau.
Da série "biografia"