27/02/2024
No ano de 1964 a pedagoga Beatriz Padovan descobre que alguns de seus alunos possuem um transtorno de aprendizagem chamado dislexia (doença essa desconhecida na época, sobretudo por professores). Em busca de informações para poder ajudá-los, ela se inscreve no curso de Fonoaudiologia da Escola Paulista de Medicina, onde não encontrou as respostas que procurava. Assim, resolveu continuar a sua procura.
Estudando melhor os ensinamentos de Rudolf Steiner (criador da Pedagogia Waldorf) descobre uma conferência intitulada “Andar, Falar e Pensar”, na qual encontra um raciocínio que lhe pareceu muito óbvio e coerente de acordo com as dificuldades que observava em seus alunos.
Seguindo sua busca pelo processo de desenvolvimento ou reorganização das capacidades neurológicas do ser humano, ela foi estudar de perto os ensinamentos de Temple Fay (criador de uma abordagem de reabilitação do sistema nervoso chamado Reorganização Neurológica), na Filadélfia, o qual descrevia muito bem as fases do desenvolvimento neuropsicomotor do homem.
Em 1970 aceitou o convite do Dr. Sebastião Interlandi de lecionar na Universidade de São Paulo – USP – no curso de Odontologia, o qual ele estava organizando. Tinha ela a tarefa de ajudá-lo a desenvolver um curso de Mioterapia Funcional que ele havia conhecido nos Estados Unidos e gostaria de incluir na grade curricular. Para aumentar seus conhecimentos na área, além de lecionar, ela passou a frequentar as aulas dos outros professores tornando-se, assim, aluna e professora do curso.
Com a ajuda do Dr. Alael de Paiva Lino, aprofundou-se nos assuntos de respiração bucal e desenvolveu um método para correção e reeducação das funções reflexo-vegetativas orais, que naquela época recebeu o nome de Mioterapia Funcional Integrativa.
Trabalhou mais seis anos no curso de Pós-Graduação em Ortodontia da USP. Além de trabalhar nesse projeto, ela continuou a trabalhar em uma Instituição que atendia crianças com problemas neurológicos graves onde, em 1973, atendeu o primeiro paciente com os exercícios orofaciais do Método Padovan de reeducação Mioterápica das Funções Orais. Este trabalho continuou até 1975 quando Beatriz abriu seu primeiro consultório.
A partir deste momento ela passou a aplicar todos os exercícios corporais na sequência da Reorganização Neurofucional (e não do Método de Doman e Delacatto, os quais também tem como origem o trabalho do Dr. Temple Fay, mas uma filosofia de aplicação e exercícios diferentes) em seguida, os orais, do Método Padovan de Reeducação Mioterápica das Funções Orais. Nascia ali o Método Padovan de Reorganização Neurofuncional.
Desde então, uma eficiente propaganda vem levando o Método Padovan aos quatro cantos do mundo. Com os resultados alcançados os pais dos pacientes começaram a indicar a terapia a conhecidos e desconhecidos em várias partes do mundo. Os médicos se surpreenderam com a evolução de seus pacientes e passaram a indicar o Método Padovan como auxílio de seus tratamentos (que conste a resistência de muito médicos, mesmo diante de melhoras significativas, durante esses 45 anos de Método Padovan).
Em 1978 o Dr. Otto Wolf (médico alemão), assistiu a uma palestra sobre problemas orais na escola, ministrado pela Dra. Beatriz e, convidou-a para apresentar a mesma palestra em Stuttgart na Alemanha. Neste mesmo ano foram feitas duas palestras e um workshop e, no ano seguinte, foi dado o primeiro curso de formação do Método Padovan na Europa.
Desde então, o mesmo “boca a boca” vem espalhando os cursos e a terapia por todo o mundo. Já foram e continuam sendo dados, cursos de formação em aproximadamente 12 países (Alemanha, Suíça, Áustria, França, Espanha, Itália, Inglaterra, Grécia, Índia, Marrocos, Tunísia e Canadá).
No ano 1986 a filha da Dra. Beatriz, Dra. Sônia Padovan, se forma em Medicina na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC e, em 1993, começou a estudar a fundo o sistema nervoso e os processos de desenvolvimento do Andar, Falar e Pensar. Em 1991 começou a acompanhar a mãe nos cursos de formação por todo o mundo e em 1997 passou a assumir a formação em diversos lugares e a ampliar o conteúdo neurológico nos cursos e palestras do Método Padovan.
Atualmente existem cinco associações espalhadas pelo mundo: Synchronicité (França), AQMP (Canadá), ASS (Alemanha), CECAMP (Rio de Janeiro), CENOMP (Recife, Natal e João Pessoa). Diversas clínicas especializaram-se no atendimento de pacientes utilizando o Método Padovan assim como é utilizado em muitos consultórios. Muitos terapeutas em todos os países onde há a formação, das mais diferentes profissões das áreas da saúde, utilizam atualmente esta técnica, além de atendimentos em hospitais, UTI’s e atendimentos domiciliares a pacientes em estado grave, impossibilitados de se locomover.
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