24/04/2025
É comum projetarmos nas nossas relações atuais padrões inconscientes que foram desenvolvidos em relações anteriores ou até na infância. Para refletirmos sobre o tema, apresento recortes de um caso clínico, desenvolvido em terapia de casal, com nomes fictícios.
Lurdes (36 anos) e Paulo (40 anos), casados há nove anos e com uma filha de seis anos. Queixas de conflitos constantes, dificuldades de comunicação, falta de comprometimento, desconfianças, ciúmes, baixa libido. Lurdes sentia-se ignorada pelo marido, buscava apoio na casa dos pais. Paulo não se sentia amado, por elas estarem distantes. A relação havia perdido o encanto.
Na psicoterapia foram investigadas as causas, levando o casal a falar sobre seus sentimentos, dificuldades e preferências. Destaco como importante: o desvendar dos traumas, das crenças limitantes de ambos e a repetição dos mesmos problemas nos relacionamentos anteriores.
Lurdes se sentiu rejeitada pelos pais e irmã mais velha na infância. Paulo se sentia rejeitado pela família, por ter ficado no colégio interno dos oito aos 15 anos. Ambos possuíam a mesma crença: não sou amado, sou rejeitado. Ela os conduzia a padrões inconscientes de comportamentos, confirmando os sentimentos de não serem dignos de amor.
A desconfiança, o desamor e a ausência de diálogo os afastavam cada vez mais. Os traumas detectados foram reprocessados através da abordagem EMDR. Eles entenderam que possuíam padrões comportamentais inconscientes, os quais estavam sabotando o relacionamento deles. A eles foi ofertada uma oportunidade de uma reconstrução desta relação, apoiados no sentimento de serem aceitos e amados.
Por Claudete de Morais
CRP 12/01167 - Doutoranda em Psicologia Clínica
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