
11/07/2025
É inegável: o ser humano, em sua essência mais profunda, parece sentir uma necessidade quase incontrolável de flertar com o caos. Não se trata de uma busca desenfreada pela destruição, mas de um mergulho nas águas turbulentas do desconhecido, do imprevisível. Como bem observou Carl Jung, na sua exploração do inconsciente e dos arquétipos, há uma sombra em nós que nos impulsiona para o limite, para o lado selvagem da existência.
Essa atração pelo caos pode ser vista como uma forma de testar nossos próprios limites, de sentir a vida em sua plenitude, mesmo que isso signifique confrontar a angústia. É na beira do abismo que, paradoxalmente, muitos encontram um sentido. Talvez seja um eco da pulsão de morte freudiana, não no sentido de autodestruição, mas de uma busca por desorganização para, quem sabe, reorganizar-se de uma nova forma. É no desarranjo que a criatividade pode florescer, que novas perspectivas se abrem. Afinal, parafraseando Nietzsche, o que não nos mata nos fortalece, e muitas vezes, é no caos que a vida se revela em sua forma mais crua e autêntica.
Você já se pegou buscando essa intensidade, essa “desordem organizada” em sua própria vida?
“Pois quase sempre que está tudo bem, damos um jeito de estragar tudo, seja lá qual for a instância!”