Psiconeurologia Fabiana da Silva

04/11/2025

Muita gente tem medo da própria raiva.

Aprendemos que pessoas boas não se irritam, que sentir raiva é feio, e assim, vamos empurrando pra dentro o que merecia ser olhado.

Mas quando a raiva é calada, ela se transforma: vira culpa, tristeza, ansiedade, ou dor física.
A raiva, quando escutada, mostra onde algo te fere, onde um limite foi ultrapassado, onde você se perdeu de si.

✨ Sentir não é o problema, o problema é fingir que não sente.
A raiva, quando compreendida, deixa de ser destruição e se transforma em clareza.

30/10/2025

A angústia é uma das experiências mais difíceis de descrever.
Ela aperta, paralisa, sufoca, e muitas vezes surge “do nada”.
Mas na verdade, não é nada. É o inconsciente se manifestando.

🌻 Na terapia, esse mal-estar encontra escuta, e o que parecia sem nome pode ganhar sentido.
Referência: Freud, S. (1926). Inibições, sintomas e angústia.

28/10/2025

Freud chamava os sonhos de “via régia” para acessar o inconsciente.

Isso significa que, quando sonhamos, aquilo que não conseguimos dizer durante o dia encontra um jeito de se manifestar.

O sonho pode parecer confuso, sem lógica, até absurdo… mas traz pistas do que sentimos, desejamos ou tememos.

Na análise, falar dos sonhos não é sobre adivinhar significados prontos, é sobre compreender o que eles dizem para você, na sua história, no seu momento de vida.

✨ Quando damos espaço à palavra, até o que parecia sem sentido ganha um novo lugar.

24/10/2025

Esse é um medo comum: chegar ao consultório e não ter nada para falar.

Mas a análise não é uma entrevista nem um interrogatório. Aqui, até o silêncio tem valor.

É justamente nesse espaço livre, sem julgamentos, que as palavras começam a surgir aos poucos, no seu ritmo, do seu jeito.

Você não precisa vir com respostas prontas ou discursos bem organizados.

✨ O que importa é estar disposto a se ouvir, mesmo que, no início, isso venha em fragmentos.

Na análise, o processo começa justamente aí: quando você se permite não saber, mas se abre para falar.

22/10/2025

Quantas vezes você já se pegou sentindo-se culpado por algo que nem estava sob o seu controle?

A culpa, quando exagerada, se transforma em um fardo que consome energia, aumenta a ansiedade e mina a autoestima.

Na análise, olhamos de onde vem essa culpa:
👉 É realmente sua responsabilidade?
👉 Ou é um peso herdado de histórias familiares, exigências externas, cobranças internas?

A culpa fala muito sobre nossas relações e sobre a forma como fomos ensinados a existir no mundo. Escutá-la é o primeiro passo para colocá-la em seu devido lugar e liberar-se do que não precisa carregar.

🌱 Você não precisa viver em dívida com o mundo inteiro.

16/10/2025

Assim como o corpo, o cérebro pode perder ou ganhar vitalidade dependendo de como é estimulado.

Atividades cognitivas, leitura, novos aprendizados e interação social são formas de fortalecer conexões neurais.

Estudos mostram que esse hábito reduz o risco de demências e melhora a qualidade de vida em qualquer idade.

🌱 Cuidar da mente é investir em autonomia.
Referência: Stern, Y. (2012). Cognitive reserve in ageing and Alzheimer’s disease.

14/10/2025

Muitos pacientes chegam dizendo: “parece que vivo a mesma história em diferentes capítulos da vida”.
Esse sentimento não é por acaso.

Na psicanálise, chamamos isso de repetição. O inconsciente busca reviver experiências passadas, tentando resolver feridas antigas.

O problema é que, sem escuta, essa tentativa se transforma em ciclos de sofrimento.

✨ A análise é o espaço onde você pode se escutar, reconhecer esses padrões e, pouco a pouco, abrir espaço para escolhas diferentes.

11/10/2025

Muitas crianças são vistas como “preguiçosas” ou “desatentas”, quando na verdade podem estar enfrentando transtornos de aprendizagem ou TDAH.

A avaliação neuropsicológica ajuda a diferenciar se a dificuldade vem de fatores pedagógicos, emocionais ou neurológicos.

👉 Esse olhar especializado evita rótulos injustos e possibilita intervenções corretas, que fazem toda diferença na vida escolar e emocional da criança.

🌱 Escutar a criança além da nota do boletim é um cuidado fundamental.
Referência: Barkley, R. A. (2015). Attention-Deficit Hyperactivity Disorder.

10/10/2025

Todos os dias alguém acorda travando uma guerra que ninguém vê.
E ainda assim, levanta, trabalha, sorri, diz “tá tudo bem”, quando, por dentro, o mundo está em ruínas.

A saúde mental não grita. Ela sussurra.
Às vezes, no corpo exausto.
Às vezes, no silêncio que pesa.
Às vezes, no choro que ninguém presencia.

Por isso, o Dia da Sáude Mental não é sobre frases prontas.
É sobre lembrar: ninguém é forte o tempo inteiro.
E pedir ajuda não é cair, é escolher não afundar sozinho.

Que a gente normalize dizer “não estou bem”.
Que a gente acolha mais e julgue menos.
Que a gente aprenda a perguntar: “Como você está, de verdade?”

🕊️ Todos estão tentando. Seja abrigo, não tempestade.

07/10/2025

Quando o corpo fala, é porque a palavra não encontrou espaço.

Muitos analisandos chegam com sintomas persistentes que nenhum exame explica. Dores de cabeça, fadiga, falta de ar, palpitações…

Na psicanálise, entendemos que o corpo é também lugar de inscrição do inconsciente. Ele registra o que não foi dito, o que não foi elaborado.

✨ O processo analítico permite dar voz ao corpo, transformando o sintoma em palavra.
E quando a palavra encontra lugar, o corpo não precisa mais gritar tão alto.

04/10/2025

03/10/2025

Os relacionamentos repetem histórias que, muitas vezes, não começamos com o parceiro, mas dentro de nós.

🌷 Escutar o que se repete é abrir espaço para não viver sempre a mesma dor.

Referência: Freud, S. (1920). Além do Princípio do Prazer.