25/08/2025
Ela tem 40 anos. Aos olhos dos outros, parece uma mulher forte, independente, até bem-sucedida. Mas por dentro carrega uma luta silenciosa.
No trabalho, entrega mais do que pedem, revisa e corrige três vezes antes de enviar um e-mail, porque teme ser criticada ou vista como incompetente.
Nas relações, pede desculpas rápido demais, aceita migalhas de atenção e se molda ao que o outro deseja, acreditando que, se for perfeita, finalmente será amada.
No espelho, se cobra: “Ainda não sou magra o bastante… bonita o bastante… interessante o bastante”.
Com a família de origem, ainda busca aprovação: um comentário de desaprovação da mãe/pai pesa mais do que todos os elogios que recebe no mundo.
Carrega um vazio: por mais que conquiste, nunca se sente realmente realizada, porque a régua interna foi construída para ser inalcançável.
Ela vive na ilusão de que, se se tornar impecável, alguém, especialmente aquele pai ou mãe que nunca validou, vai finalmente dizer: “Você é suficiente, eu tenho orgulho de você.”
Mas a verdade é que esse reconhecimento nunca veio e talvez nunca venha.
E aí está o ponto de virada: aos 40, começa a perceber que a cura não é ser perfeita para eles, mas aprender a ser inteira para si mesma.
Essa é a história de muitas mulheres que chegam em atendimento sem entender por que vivem se sentindo culpadas, erradas ou nunca boas o suficiente. Elas procuram respostas para o peso que carregam, e aos poucos descobrem que aquilo que parecia ser um “defeito nelas” é, na verdade, a marca de terem crescido em um lar com pais narcisistas.
✅️ É nesse momento que a dor começa a se transformar em clareza.
✅️ E a clareza abre caminho para a cura.
✅️ Porque elas percebem: “não sou eu que tenho algo errado, foi a forma como aprendi a sobreviver que me deixou presa nesse ciclo”.
No consultório, o encontro se torna o lugar onde a mulher finalmente se vê, se entende e começa a se reconectar com quem ela realmente é, sem a lente distorcida da aprovação dos outros.
Se identificou? Então reflita: até quando vai tentar ser boa o suficiente para os outros, e não inteira para si mesma?