31/10/2025
🫂🤎 À medida que muitas pessoas buscam diagnósticos, respostas rápidas e frases prontas, eu prefiro olhar o humano que existe por trás dos sintomas. Porque antes de qualquer diagnóstico, existe uma história e é nela que o sofrimento ganha sentido.
Nesse aspecto eu vejo que falta.
E o que mais tem faltado, no meio de tanto conteúdo sobre “autoconhecimento” e “inteligência emocional”, é profundidade.
O que eu percebo, na prática, é que as pessoas não querem apenas entender o que sentem, elas querem aprender a sustentar o que sentem.
Querem parar de reagir no automático, de se cobrar tanto, de carregar o peso de ser “fortes o tempo todo”.
O que chega nem sempre é o transtorno, mas a tentativa de continuar vivendo apesar dele.
É o cansaço de quem tenta se encaixar em expectativas que não cabem, o medo de falhar, o silêncio de quem aprendeu a engolir o que sente.
Eu vejo a psicologia como uma ponte… não entre o “normal” e o “anormal”, mas entre o que foi fragmentado e o que ainda pode ser integrado.
E isso exige mais do que técnica: exige presença, olhar clínico e uma escuta que não se apressa em resolver, mas se dedica a compreender.
Vivemos um tempo em que há muito conteúdo sobre saúde mental, mas pouca profundidade na forma de lidar com ela.
Não é que falte psicólogos, é que falta preparo emocional, o tipo que não se ensina em manuais, mas se constrói na relação, na escuta e na ética do encontro humano.
Pra mim, a psicologia não é sobre rotular, é sobre revelar.
E o que eu mais desejo é que cada paciente consiga se ver além da dor, não como um diagnóstico a ser tratado, mas como uma história que merece ser compreendida.
Porque, no fundo, o que eu busco todos os dias no meu trabalho é isso: encontrar pessoas por dentro das pessoas.