21/02/2025
CARTA DE UMA MÃE DE ADOLESCENTE.
De repente os brinquedos foram deixados de lado e aquele pedido: "mãe, br**ca comigo?" está cada vez mais escasso.
De repente, os finais de semana que eram esperados para curtir os pais que trabalham a semana toda, foram trocados pela companhia dos amigos.
De repente, os conselhos da mãe, que eram tão úteis e escutados, foram trocados por "mãe, me deixa!" ou "mãe, só me escuta!"
De repente, o beijo de "boa aula" passou a ser um mico em frente à escola.
De repente o colo da mãe passou a ser menos procurado.
E os olhinhos brilhando quando papai e mamãe chegavam do trabalho? E a tagarelice na hora de dormir para aproveitar os últimos minutos da companhia do papai e da mamãe? Estão se perdendo!
E a mãe como f**a? Triste por ter que abrir a asa e sentir seu filho ir voando pra longe. E feliz por ver que está fazendo um bom trabalho até agora.
Triste por ter que ser "trocada" pelos amigos, e feliz por ver o filho buscar sua individualidade e poder ser quem ele quer ser.
Triste por ter que lidar com sentimentos sombrios, como o próprio egoísmo de achar que o filho é seu, e na verdade não é.
E o tão sonhado dia que ansiávamos chegar : quando vou poder ter tempo pra mim? Quando vai aprender a se virar sozinho e largar do meu pé? Quando vou poder descansar e fazer o que eu quiser? Chegou! E agora? Não quero mais! Quero os abraços de urso, quero os olhinhos brilhantes e apaixonados, quero mais tempo junto.
Por mais que nos preparamos para esse momento, parece que nunca vai chegar, pois nunca estaremos preparados para "soltar" um filho.
E lembro sempre daquele texto que diz que mãe boa é a mãe desnecessária, que direcionou seu filho para a vida.
E aqui começa o meu caminho em direção a ser uma mãe desnecessária. Caminho sofrido e feliz, que espero que ainda seja longo. E ainda com a confiança de ser sempre o porto seguro deles , nas alegrias e nas tristezas. E que saibam sempre que podem voltar para o nosso colo quando quiserem.
Deixo aqui todo o mix de confusão de sentimentos que de repente chegou, e convido você, que está passando pela mesma fase, deixar seu depoimento nos comentários.
Por Gaby, mãe da Bruna 15a e Marina 11a.