02/07/2025
É possível amar profundamente o que se faz e, ainda assim, sentir vontade de desistir.
Esse é um sentimento que não vem da frustração ou da falta de vocação, mas da forma como você tem vivido o exercício da sua prática profissional.
A vontade de “jogar tudo para o alto” pode surgir em diferentes momentos da trajetória.
Para algumas, aparece logo nos primeiros passos, diante das inseguranças naturais da construção de carreira.
Para outras, surge depois de anos de trabalho, quando a rotina se torna repetitiva, os vínculos começam a pesar e o propósito parece ter se diluído na sobrecarga.
De um jeito ou de outro, alguns sinais costumam ser os mesmos: vontade de cancelar pacientes, menor preocupação com os horários, desmotivação com o processo terapêutico…
E isso acontece pelo mesmo motivo que poderia acontecer em qualquer outra profissão: o ser humano carrega suas angústias existenciais, dúvidas sobre o próprio caminho e o peso dos dias difíceis.
Não se trata, portanto, de uma falha individual, mas da realidade de um trabalho que exige estrutura interna e suporte externo para se manter viável.
Procurar terapia, mesmo sendo terapeuta, é um gesto de honestidade e cuidado consigo mesma. É reconhecer que, se continuar carregando tudo sozinha, os dias seguirão com um peso cada vez maior.
Então, se você tem sentido essa vontade de desistir, descanse. Encontre espaço na agenda para se cuidar. E, além disso, busque por um espaço onde você possa tirar o jaleco e ser paciente também.