
07/06/2025
Normal x Patológico na Saúde Mental: Onde Está o Limite?
Falar sobre saúde mental é, antes de tudo, reconhecer a complexidade do ser humano em suas múltiplas dimensões. Muitas vezes, somos levados a categorizar comportamentos como “normais” ou “patológicos” sem considerar os inúmeros fatores que influenciam esse julgamento. Mas afinal, o que realmente diferencia um estado de sofrimento comum de um transtorno mental que exige atenção especializada?
A linha que separa o normal do patológico na saúde mental não é rígida nem universal — ela é profundamente influenciada pelo contexto sociocultural em que o indivíduo está inserido. Em determinados ambientes, por exemplo, a tristeza diante de uma perda pode ser vivida coletivamente e com amparo; em outros, pode ser vista como sinal de fraqueza ou improdutividade. Além disso, culturas diferentes interpretam emoções, comportamentos e expressões de sofrimento psíquico de maneiras distintas, o que nos mostra o quanto a noção de “normalidade” é construída socialmente.
Do ponto de vista fisiológico, o equilíbrio neuroquímico e hormonal desempenha um papel fundamental na saúde mental. Alterações persistentes em neurotransmissores, como a serotonina e a dopamina, podem contribuir para quadros clínicos como depressão ou ansiedade. No comportamento, o que diferencia uma reação esperada de uma resposta patológica é, em grande parte, a intensidade, frequência e prejuízo funcional que ela provoca. Ou seja: sentir-se ansioso antes de uma apresentação é normal — mas se essa ansiedade paralisa o indivíduo com frequência, há um sinal de alerta.
Em um mundo em constante transformação, é fundamental que líderes, profissionais de RH e todos nós tenhamos um olhar mais atento, empático e informado sobre saúde mental. Identificar o sofrimento psíquico e compreender seus múltiplos determinantes é o primeiro passo para acolher, orientar e, quando necessário, encaminhar para o cuidado adequado. Afinal, promover saúde mental no ambiente de trabalho não é apenas uma questão de bem-estar individual — é um compromisso coletivo com a humanidade.