Neila Moreira Psicóloga

Neila Moreira Psicóloga Psicoterapeuta
Psicoterapia individual, família e casal. Idealizadora do curso ‘A Mulher e o Femi

A solidão da mulher negra é um fenômeno complexo e multifacetado, fortemente entrelaçado com questões de racismo e machi...
07/06/2024

A solidão da mulher negra é um fenômeno complexo e multifacetado, fortemente entrelaçado com questões de racismo e machismo. Esta solidão, frequentemente relacionada à falta de um parceiro, ao abandono parental e/ou do próprio parceiro, e ao preterimento afetivo-s*xual, evidencia a profunda intersecção entre preconceitos raciais e de gênero.

O racismo se apresenta como um fator determinante dessa solidão. Na sociedade brasileira, o racismo estrutural marginaliza a mulher negra, relegando-a a posições de inferioridade e desvalorização. Esse racismo, muitas vezes velado, perpetua estereótipos negativos que afetam diretamente as relações interpessoais e a percepção social da mulher negra. Em um contexto onde a beleza e a dignidade são frequentemente medidas por padrões eurocêntricos, a mulher negra é muitas vezes preterida em cenários afetivo-s*xuais. Essa exclusão afeta profundamente sua autoestima e seu sentido de pertencimento.

Além do racismo, o machismo também desempenha um papel crucial na solidão da mulher negra. O machismo, ao ditar rígidos papéis de gênero, muitas vezes invisibiliza as mulheres negras, relegando-as a papéis subalternos e negando-lhes o direito ao afeto e à valorização. O abandono parental e do parceiro são reflexos diretos desse machismo, que desumaniza e desqualifica a mulher negra, negando-lhe o direito à proteção e ao amor.

Portanto, a solidão da mulher negra não é apenas um resultado de circunstâncias individuais, mas sim um reflexo de sistemas opressivos interligados que perpetuam a desigualdade e a exclusão. Reconhecer e combater esses sistemas é essencial para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva, onde todas as mulheres, independentemente de sua raça, possam desfrutar de relacionamentos saudáveis e significativos, livres do peso da discriminação racial e de gênero.

É importante sempre lembrarmos e nos atentarmos como essa busca por relacionamento amorosos, que foi ensinada de forma t...
03/06/2024

É importante sempre lembrarmos e nos atentarmos como essa busca por relacionamento amorosos, que foi ensinada de forma tão forte a nós mulheres, pode nos levar a um lugar de intensa solidão. Nós podemos enxergar além dessa visão limitada.

Entender e aceitar que os nossos desejos podem, e devem, ser mais do que voltados a relações amorosas é: válido; necessário; e maravilhoso!

• Fonte da pesquisa •

Little evidence for s*x or ovarian hormone influences on affective variability. In: Scientific reports

Estudo destrói o mito de que as mulheres são mais emotivas que os homens. In: IstoÉ

Mulheres são mais emotivas do que homens? Não é o que diz a Ciência. In: Mega Curioso

Responder a essa pergunta é simples, mas precisamos lidar com uma resposta cheia  de nuances. Uma vez que crescemos com ...
31/05/2024

Responder a essa pergunta é simples, mas precisamos lidar com uma resposta cheia de nuances.

Uma vez que crescemos com a ideia que precisamos sermos salvas, que somos bombardeadas por discursos sociais que nos dizem que precisamos sermos escolhidas; é possível que, de modo automático, entendamos que, sim, queremos ser escolhida! No entanto, um exercício cuidadoso deve ser feito ao examinarmos esse "desejo":

• ele é realmente meu?
• Quem disse que deve ser assim?
• E se eu não quiser?

Não que haja em si um problema em escolher se relacionar com alguém. O perigo está em comprar a narrativa que nos convence que o principal objetivo das nossas vidas é ser escolhida e acolhida, principalmente por um homem. Ainda não conseguimos em um passo de mágica mudar os pensamentos sociais problemáticos em relação às mulheres, o que elas deveriam ser e fazerem, mas podemos refletir sobre aquilo que, às vezes, não configura um desejo autêntico, mas uma tentativa desenfreada de fazer aquilo que nos dizem que devemos fazer.

Isso nos leva a outra problemática: em uma sociedade em que nosso corpo é colocado como o principal capital, somos muitas vezes não-preenchedoras de uma série de pré-requisitos elencados socialmente, de forma que nos deslegitimam a partir da nossa imagem. Isso pode nos levar a uma busca incansável de sermos algo diferente para poder sermos escolhidas na prateleira. E isso, inclusive, pode nos levar para uma situação ainda pior: relacionamentos ruins, que nos fazem mal, que nos deixam desconfortáveis; autoestima em frangalhos, que pode afetar nossa vida social e funcional.

Enfim, como eu disse, uma resposta cheia de nuances, mas uma reflexão sempre necessária, que precisamos até mesmo visitarmos de tempos em tempos.

Você já se viu na situação de se questionar o porquê de não ser escolhida?

O conceito de "A Prateleira do Amor" refere-se à ideia de que as mulheres são frequentemente tratadas como objetos em ex...
27/05/2024

O conceito de "A Prateleira do Amor" refere-se à ideia de que as mulheres são frequentemente tratadas como objetos em exposição, avaliadas com base em critérios que atendem aos desejos e expectativas masculinas.

Essas expectativas estão enraizadas em normas patriarcais que valorizam aspectos físicos e comportamentais específicos, colocando as mulheres em uma posição de constante julgamento e comparação.

A metáfora da "prateleira" sugere que as mulheres estão sempre à espera de serem "escolhidas" por um homem, sendo assim medidas pelo seu valor de mercado, similar a produtos de consumo.

A origem desse conceito está profundamente entrelaçada com as estruturas patriarcais que ditam o valor das mulheres baseado em sua aparência, idade, comportamento e capacidade de atender às necessidades emocionais e s*xuais dos homens.

A percepção social das mulheres, sob essa ótica, torna-se restritiva e limitante. As mulheres são frequentemente ensinadas a internalizar esses padrões, buscando incessantemente atender a esses critérios para serem consideradas dignas de amor e respeito.

Esse processo de objetificação não apenas desumaniza as mulheres, mas também perpetua uma dinâmica de poder desigual, onde o valor feminino é constantemente negociado e avaliado por padrões externos e, muitas vezes, inatingíveis.

E você, já sentiu como se estivesse em uma prateleira, esperando para ser "escolhida"?
Me conta aqui nos comentários.

O COMPLEXO DE CINDERELA - O desejo de salvação Esse desejo está profundamente enraizado na socialização feminina e nas n...
24/05/2024

O COMPLEXO DE CINDERELA - O desejo de salvação

Esse desejo está profundamente enraizado na socialização feminina e nas narrativas culturais que promovem a dependência e a passividade feminina. O desejo de salvação refere-se à aspiração de ser cuidada, protegida e resgatada por outra pessoa. Este desejo é comparável à história da Cinderela, onde a protagonista encontra a felicidade e a segurança através do casamento com um príncipe encantado.

Desde cedo, muitas meninas são ensinadas a valorizar a gentileza, a beleza e a submissão, e são expostas a contos de fadas e narrativas que glorificam o resgate feminino por heróis masculinos. A cultura popular frequentemente perpetua a ideia de que a verdadeira realização feminina é alcançada através de relacionamentos românticos, reforçando a dependência emocional e econômica. As expectativas sociais históricas que ditam que as mulheres devem ser cuidadas por homens – seja pelos pais, maridos ou outros familiares masculinos – reforçam a ideia de que a independência não é desejável ou alcançável.

Para muitas mulheres, especialmente acima dos 35 anos, superar o desejo de salvação implica fazer escolhas mais alinhadas com seus verdadeiros desejos e valores. Este processo é crucial para a construção de uma vida autônoma e satisfatória.

À medida que as mulheres envelhecem, muitas enfrentam a necessidade de redefinir seus papéis e questionar as normas que guiaram suas vidas até então. Desvencilhar-se do desejo de salvação é parte desse processo de autopercepção.

Como é construído o sentimento de desamparo feminino? Desde a infância as mulheres são incentivadas a buscar por seguran...
20/05/2024

Como é construído o sentimento de desamparo feminino?

Desde a infância as mulheres são incentivadas a buscar por segurança externa, por auxílio masculino, sendo sempre reforçada a dita "fragilidade feminina". Ocorre o afastamento da mulher com a autonomia, com lugares de liderança, e, uma supervalorização da submissão e a incredulidade na capacidade das mulheres. Resultando em: mulheres adultas com uma carga enorme de insegurança e distúrbio de imagem.

Vamos nos aprofundar um pouco mais nesse tema essa semana e trazer para discussão um termo popularizado por Colette Dowling: "O complexo de Cinderela".

Se interessou pelo assunto?
Quer saber mais?

Acompanhe as postagens e me conta aqui nos comentários, o que você acha sobre isso? Identifica alguma dessas características em você?

O PODER DE ESCOLHERApesar de ser difícil e complexo, é por meio das nossas escolhas que conseguimos alinhar e desenvolve...
17/05/2024

O PODER DE ESCOLHER

Apesar de ser difícil e complexo, é por meio das nossas escolhas que conseguimos alinhar e desenvolver o nosso EU.

AO EXERCER A NOSSA AUTONOMIA NOS POSICIONAMOS COMO SUJEITOS DA NOSSA PRÓPRIA HISTÓRIA!

Você tem exercido o seu poder de escolha?

É por meio das escolhas que nos tornamos quem somos, edificamos nossa identidade e trilhamos o nosso caminho. Mas, qualq...
13/05/2024

É por meio das escolhas que nos tornamos quem somos, edificamos nossa identidade e trilhamos o nosso caminho. Mas, qualquer escolha requer CORAGEM para abrir mão de outro caminho.Especialmente para as mulheres.

Escolher é um ato de resistência e enfrentamento.

Um teto todo seu - ensaio de Virgínia Woolf "É a liberdade de pensar por si mesma, de perseguir seus sonhos e aspirações...
11/05/2024

Um teto todo seu - ensaio de Virgínia Woolf

"É a liberdade de pensar por si mesma, de perseguir seus sonhos e aspirações sem as amarras da pressão social."

Ao pensar no envelhecimento, e na vida independente e autêntica, o que podemos aprender e desenvolver com base nas reflexões de Woolf?

O tempo pode ser um grande aliado, ou, um mar de pressões e escolhas.A relação do nosso EU e o tempo nos mostrará isso, ...
08/05/2024

O tempo pode ser um grande aliado, ou, um mar de pressões e escolhas.
A relação do nosso EU e o tempo nos mostrará isso, se a passagem dele nos trará reflexões que nos permitem contemplar as nossas mudanças, ou reflexões que nos levam a angústia.

Conhecer a nós mesmos é uma jornada exaustiva, mas também recompensadora, e, o tempo é nosso companheiro nessa jornada. Através da reflexão sobre o passado, o presente e o futuro, podemos identificar os padrões que moldam a nossa vida e tomar decisões mais conscientes e alinhadas com a nossa essência.

Você aceita o desafio de pensar em como podemos transformar esse sentimento de angústia que o tempo pode aflorar?

Você se encontra em um lugar que os sentimentos predominantes são: angústia, frustração, vazio e incompletude? Você sabe...
03/05/2024

Você se encontra em um lugar que os sentimentos predominantes são: angústia, frustração, vazio e incompletude?
Você sabe de onde eles surgem e como romper com esse lugar?

Por meio da análise podemos explorar o AUTOCONHECIMENTO.
Separa e identificar o que é SEU.
Trocar o peso da expectativa dos outros pela sua essência!

Me conta aqui nos comentários, você tem vívido por você?

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