17/04/2025
Cito Spinoza, para quem o desejo não é falta, mas potência: potência de existir, de agir, de desfrutar a vida. E me detenho em reflexão, diante de um questão: quantos seres encontro pela vida a fora que, podendo desfrutar, não se autorizam a fazê-lo? Adiam para o amanhã, para um depois indefinido, em nome dos descendentes, do patrimônio, da culpa, de uma dívida imaginária com o passado ou com o futuro.
É sobre exercer a liberdade, as possibilidades ,a criatividade e a reinvenção eterna da própria forma de viver. O desejo, nessa perspectiva, não é um vazio a ser preenchido, mas uma força vital que pode ser sufocada por interditos internos, por mandatos herdados, por uma superinvestimento no futuro que esvazia o presente...
Poucos se autorizam a viver, a se apropriar de sua potência de existir, a se permitir o prazer, sem que isso seja vivido como transgressão ou dívida ou culpa .Não se trata de hedonismo ingênuo, mas de reconhecer que a vida se realiza no "aqui e agora", e que o desejo, longe de ser falta é fonte de criação e transformação.
Falo para poucos eu sei...
A grande massa sofre privações, eu sei...
Mas esse lugar paradisíaco não é para ricos!
Há muitas possibilidades de ficar e estar por aqui ! É roça mineira! Para todos os gostos, digamos assim.
Mas quem se esforça para ter o que deseja ? Quem se aventura?
O que mais escuto em minha vida: " Amanhã eu vou!" Depois....
PS: Tive um grande amigo que adiou a viagem da sua vida. Trabalhou por mais de 40 anos, sem férias, sem conhecer absolutamente nada. Quando finalmente tinha tudo marcado para a tão sonhada viagem... veio a pandemia.