10/08/2025
Domingo, Dia dos Pais. O café ainda quente, o celular vibrando com mensagens da família, e eu, sentada no sofá, pensando nele. No meu pai.
Durante anos, nossa relação foi um duelo silencioso. Eu achava que ele exagerava. Que controlava demais. Que criava regras que não faziam sentido.
Um exemplo? Eu não podia dormir na casa dos meus avós ou tios. Para mim, era um absurdo. Para ele, era segurança. Só que eu não via assim.
A adolescência chegou, e com ela a certeza arrogante de que eu sabia mais da vida do que ele. Quantas vezes, mentalmente, eu revirei os olhos para suas ordens?
Mas a vida é uma professora paciente. Um dia, ela me deu a lição mais transformadora: a maternidade.
Foi aí que eu entendi o medo que ele tinha de me perder. Entendi o cuidado disfarçado de proibição. Entendi que, por trás de cada "não", havia um "eu te amo" que ele talvez não soubesse dizer de outro jeito.
Mais do que isso, percebi que ele me deu o melhor dele. E que esse "melhor" era muito mais do que ele havia recebido na vida.
O melhor dele construiu quem eu sou. O melhor dele me ensinou que amor também é limite. O melhor dele me mostrou que cuidar, às vezes, dói mais em quem cuida.
Hoje, no Dia dos Pais, eu só consigo pensar em uma coisa: obrigada, pai. Pelo controle que era cuidado. Pelos "nãos" que eram amor. Pelo melhor que você podia — e que, para mim, foi mais do que suficiente.
Feliz Dia dos Pais. Te amo.