10/10/2021
“Onde o amor impera, não há desejo de poder; e onde o poder predomina, há falta de amor. Um é a sombra do outro.” (JUNG)
O sentimento de amor começa como uma semente levada pelo vento e depositada no solo: não se escolhe muito onde irá cair. Entretanto, pousar no solo não é o suficiente para uma planta se desenvolver. A partir dessa acomodação é preciso que este solo nutra, aqueça, cuide dessa semente para que ela cresça e só então se torne o que ela realmente é, seja uma árvore, uma flor, um arbusto…
Com o amor humano é bem parecido.
Por vezes nos apaixonamos, mas não somos capazes de nutrir em conjunto o amor. Assim como a planta necessita de Sol, necessita também de água, são os dois cuidadores básicos para elas se desenvolverem. O amor só se mantém em trabalho conjunto.
Uma vez que as partes envolvidas persistem a querer disputar por poder, controle, modo de fazer as coisas, através de imposições e posturas orgulhosas ao invés da partilha, do diálogo em busca do melhor para cada um, é o mesmo que deixar de nutrir e até mesmo violentamente arrancar esta planta que tenta florescer.
Amar não é ser passivo. Muito menos ser um tirano.
O amor exige confronto entre os envolvidos para que cada um possa ter seu próprio espaço e se desenvolver enquanto ser humano dentro da relação. Com a disponibilidade para a escuta e compreensão de cada lado é possível construir e nutrir um amor criativo e estimulante, mas, nem por isso, sem conflitos.
Conflito e confronto são importantes, inevitáveis e são diferentes de brigar, disputar. A briga/disputa buscam um lado certo e outro errado, o ganhar ou perder. Já os conflitos e confrontos são apenas duas ideias/visões distintas que precisam ser lapidadas para encontrar uma síntese, um ponto em comum, ou, ao menos, um ponto mais confortável para todos. Nelas não existe perdedor, pois a questão está em pensar juntos permitindo que o amor possa ser trabalhado, nutrido, aperfeiçoado. A partir destes diálogos o casal pode se conhecer mais e gerar ainda mais conexão.