21/08/2025
Sou o granulado de mim mesmo: imperfeito, mas real e autêntico. Hoje, vivo bastante entre silêncios e risadas. Carrego perguntas que não cessam e respostas que ainda não tive coragem de dar.
Também sou voz. E quando falo, não é para enfeitar o ar. Aprendi a dar valor às palavras. Sempre busco a urgência de existir com sentido, mesmo quando o mundo tenta convencer do contrário.
Não sei mais se sou sério. Antes achava que sim. Mas sei que quebro a seriedade sempre que posso, pois a vida já é dura demais. Eu escolho, de vez em quando, a leveza do lúdico. Consigo ser lúdico sem esculhambar.
Sigo sendo menino: sonhador, esperançoso e carente. Com desejo de abraçar o mundo (já dizia minha mãe) e, ao mesmo tempo, precisando ser abraçado.
Pedalo contra meus próprios excessos: a teimosia, a insolência, as repetições que me prendem. Entre tropeços, construí alguns músculos, disciplina e uma maturidade que respeito. Não posso dizer que estou insatisfeito com minhas conquistas.
Não sei o que quero do futuro. Às vezes acho que descobri, mas logo vejo que era apenas superfície. Continuo na busca, entre encontros que fazem sentido e desmanches que o desfazem.
Não sou inteligência artificial, mas uma inteligência natural que reconhece minha limitação. Reconheço a tendência à rigidez e por isso escolho me atualizar, me mover, me abrir ao que o mundo traz. Nunca é fácil, mas é o desafio.
Sou viajante, mas não de destinos geográficos. Estes são interessantes, mas os melhores estão dentro de mim e esse nunca deixou de ser o meu lugar favorito.
No fundo, carrego um coração molenga, canceriano, emotivo, família. E, apesar de tudo, gosto disso. Gosto de ser comum assim.
Não sou legenda pronta. Com certeza sou mais paradoxo do que molde.