Consultório Regiana Lamartine

Consultório Regiana Lamartine Atendimento psicanalítico on-line e presencial.

Eu Ainda Estou AquiEu ainda estou aqui. Eu estou aqui. Faça sol ou faça chuva, estou aqui. A hora chega e eu estou aqui;...
03/03/2025

Eu Ainda Estou Aqui

Eu ainda estou aqui. Eu estou aqui. Faça sol ou faça chuva, estou aqui. A hora chega e eu estou aqui; os ponteiros caminham, tic-tac.

Olho o relógio novamente e já se passaram 5 minutos. E continuo ali, aguardando. Começo a pensar: “Será que não vem?”, olho o telefone e não há nenhuma mensagem. Folheio um livro, começo a ler, mas a leitura não flui; outra pergunta surge: “O que será que aconteceu?”.

Na tentativa de acalmar os pensamentos, insisto na leitura: “Calma, logo logo chega”. Mas os ponteiros do relógio continuam a caminhar; já se passaram 15 minutos.

As indagações persistem, não há espaço para mais nada, só para a falta. Me questiono: “Será que não compreendi suas colocações, não percebi sobre o que realmente estava me falando?”.

Minha mente volta ao passado, tentando recordar cada detalhe do último encontro, procurando por algum sinal, algum fragmento que explique a demora, ou na verdade a falta que, à essas horas, já se tornou real.

Vou repassando nossos encontros, tentando entender o que pode ter acontecido, buscando alguma resposta. E de repente, diante de tamanho vazio, percebo que eu ainda estou aqui, mesmo quando a ausência se faz presente.

E, tentando entender, percebo que não há mais falta, há só uma ausência pulsante, um espaço vazio que me toma por inteira.

Então, vou buscando, a todo custo, aplacar a ausência do outro dentro de mim. Os minutos passaram e a sessão chega ao fim; dei-me conta de que a presença do paciente não veio, mas sua ausência viva sim. E, seja na presença ou na ausência, eu ainda estou aqui.

Regiana Lamartine - CRP04/36539

Dias de intensa alegria chegaram, mais especificamente, 5 dias de festa, um país inteiro em comemoração. Chegou o Carnav...
02/03/2025

Dias de intensa alegria chegaram, mais especificamente, 5 dias de festa, um país inteiro em comemoração.

Chegou o Carnaval, uma celebração que arrasta para a folia crianças, adultos e idosos. Tão poderosa que o ano só começa, mesmo, de verdade, depois dele.

O país entra em outro ritmo, tudo paralisa para que os foliões tomem conta das ruas e movimentem a cidade. O Carnaval tem em seu DNA a brincadeira e a fantasia. E brincando e se fantasiando, é possível ser o que se quiser, transformando-se no próprio desejo, metamorfoseando-se.

O desejo se torna rei no Carnaval. Desejos que, tantas vezes, são reprimidos, adiados, negados, têm no Carnaval a oportunidade de se fazerem presentes, vivos, intensos e sem pudor. Homens vivem seu lado feminino, se montando de mulher; as mulheres se mostram mais sexy, com seus corpos livres. É possível se fantasiar e ser o que se quiser: ser Deus, um abacaxi, uma frase, personagens de filmes, e até mesmo trazer de volta à vida pessoas que já se foram.

E o mais incrível é que a nossa criança interior é livre para sair e brincar. O Carnaval é esse lugar, no tempo e no espaço, repleto de magia, onde o encanto não se quebra, a rigidez se flexibiliza e as regras têm mais exceções.

E assim vivemos, nesses 5 dias, como num sonho, momentos espetaculares. Viva o Carnaval!!!

Regiana Lamartine - CRP04/36539

Você conhece a dito popular que diz: “cabelo curto é um caminho sem volta”? Embora possa parecer uma afirmação simples s...
24/02/2025

Você conhece a dito popular que diz: “cabelo curto é um caminho sem volta”? Embora possa parecer uma afirmação simples sobre estilos de cabelo, ela pode ser uma forma interessante de descrever o processo de mudança no trabalho analítico.

Imagine que você está passando por um processo de análise e, ao longo do caminho, você começa a entender melhor seus pensamentos, sentimentos e comportamentos. No entanto, chega um momento em que você precisa decidir se continua em frente, rumo à mudança, ou se volta ao que é familiar e conhecido.

É aqui que a metáfora do cabelo curto entra em cena. Imagine que você está no meio desse processo de mudança. Seu cabelo está crescendo, mas ainda não está no comprimento que você deseja. É um momento desconfortável, pois você não está mais no estilo antigo, o cabelo parece estranho, sem forma, e você ainda não alcançou o novo estilo que você deseja.

É aqui que muitas pessoas se sentem tentadas a “cortar o cabelo” novamente - ou seja, a voltar ao que é familiar e aparentemente confortável e se veem repetindo. Mas, se você continuar em frente, rumo à mudança, conseguindo tolerar esse lugar de estar “entre”: entre o que se era e o que se busca ser, você pode alcançar um estilo novo.

Essa metáfora pode ser uma forma útil de entender o processo de mudança no trabalho analítico. Lembre-se de que a mudança é um processo contínuo, lento que requer esforço e dedicação, mas que também pode levar a resultados significativos e positivos.

Regiana Lamartine - CRP04/36539

O início do fimQuatro anos pareciam muito tempo para os Seminários da Formação em Psicanálise, e o fim dessa etapa parec...
21/02/2025

O início do fim

Quatro anos pareciam muito tempo para os Seminários da Formação em Psicanálise, e o fim dessa etapa parecia tão distante. Então, não tão de repente, mas de repente, chegamos ao último ano. Juntas, Ana Carolina, Daniela, Cássia, Fabrizia e eu vivemos uma pandemia, vivemos o online, vivemos o reencontro presencial, vivemos maternidades, vivemos o cansaço de estudos numa quinta à noite e sexta à tarde. Mas calma, é o início do fim, mas ainda não é o fim. Ainda estamos vivendo e temos uma caminhada, de trocas, de encontros, desencontros e momentos para aprender e, quem sabe, para não esquecer.

Regiana Lamartine - CRP04/36539

Expectativas para o anoDepois de me tornar mãe, um desejo se tornou mais nítido e necessário. Pois, sem ele, todas as ou...
17/02/2025

Expectativas para o ano

Depois de me tornar mãe, um desejo se tornou mais nítido e necessário. Pois, sem ele, todas as outras coisas ficam nubladas. Para tudo o que se faz na vida, é essencial. Meu desejo para este ano é ter saúde (e paz), afinal, “o resto, a gente corre atrás”.

Saúde para viver as delícias e durezas da vida. Saúde para ver meu filho crescer e ajudá-lo nessa tarefa árdua. Assim como no meu trabalho, saúde para acompanhar os meus analisandos que confiam em mim suas histórias, na tentativa de escrever novas.

E, quando falo sobre saúde, englobo a saúde mental. E espero que cada vez mais se entenda que o cuidado com a mente é cuidar não só de pensamentos intrusivos ou da ansiedade nossa de cada dia, mas sim daquilo que sentimos, como sentimos e por que sentimos.

Meu desejo para esse ano, e para os outros, é saúde, agora e sempre!

Regiana Lamartine - CRP04/36539

Senta que lá vem mais uma confissão! Neste Instagram, o que mais se tem são confissões, muitas mascaradas de textos teór...
14/02/2025

Senta que lá vem mais uma confissão!

Neste Instagram, o que mais se tem são confissões, muitas mascaradas de textos teóricos e reflexões, mas no fundo são sempre uma confissão daquilo que sou e daquilo que penso.

Talvez a análise também seja, no fundo, um trabalho de confessar, um espaço no qual confessamos. Lembro-me muito bem das palavras da minha supervisora: “Há coisas que a gente só fala para o padre, o advogado e o psicanalista”.

O peso dessa constatação feita a mim me revelou que o trabalho do analista é lidar com aquilo que poucos dão conta, é guardar segredos não para se fazer conluios, mas que certas coisas são difíceis de revelar até para si mesmo.

Então, na análise, se confessa, mesmo sem querer confessar, aspectos estranhos, traumas, sonhos, desejos, loucuras. Confessa-se pelos poros, pelo olhar, através do choro, do silêncio. Confissões, frequentemente, de dor: “Confesso que sofro, que sou atormentado por isso”.

Como analista e analisanda, confesso que é difícil fazer confissões; melhor seria ser beata e nenhum pecado ter para confessar. Bem, mas confesso também que assim pouca graça a vida teria, não é?!

Regiana Lamartine - CRP04/36539

Eu gostaria que o feminismo não existisse. Ser feminista é tão cansativo, aliás, é exaustivo. O feminismo envolve uma lu...
12/02/2025

Eu gostaria que o feminismo não existisse.

Ser feminista é tão cansativo, aliás, é exaustivo. O feminismo envolve uma luta diária, uma luta que já começa injusta, visto que mulheres e homens não possuem os mesmos direitos.

Eu gostaria que o feminismo não existisse, porque isso significaria que as mulheres não sofrem discriminação, que as mulheres podem ir e vir tranquilamente na rua, sem medo de que suas vidas corram risco.

Eu gostaria que o feminismo não existisse, assim também não existiria o feminicídio. E os corpos femininos seriam livres e não seriam obrigados a corresponder a padrões de beleza ou ao Estado. Isso significaria que, no trabalho, as mulheres ganhariam o mesmo que os homens e que elas não precisariam provar seus conhecimentos e capacidades a todo momento.

Eu gostaria que o feminismo não existisse, pois, deste modo, as mulheres teriam a mesma carga horária de trabalho que os homens e não haveria dupla jornada. Assim, o trabalho doméstico e o cuidado dos filhos seriam reconhecidos pelo que são: trabalho.

Por fim, eu gostaria de não precisar do feminismo, mas eu preciso.

Regiana Lamartine - CRP04/36539

“Problema é isso: alguma coisa que perturba ou impede um curso de ação. Mas não é só isso. O que caracteriza um problema...
06/02/2025

“Problema é isso: alguma coisa que perturba ou impede um curso de ação. Mas não é só isso. O que caracteriza um problema é a possibilidade de solução… Se não tem solução não é problema.”

Quando li essa frase, Rubem Alves alugou um triplex na minha mente e me fez rir. Achei tão óbvio e surpreendente: problema tem solução! Se há um problema, há uma solução. Se não tem solução, não é um problema.

Como diz aquele ditado: “o que não tem remédio, remediado está”. Após rir por nunca ter me dado conta deste fato, eu senti um alívio. Ufa! Então, quando eu estiver de frente com um problema, eu também terei uma solução para encontrar.

Quantas vezes me deparei com momentos que achei que fossem um problema e não eram. Ou pior: criei uma situação condenada na minha mente que correspondia muito pouco à realidade e, infelizmente, me impediram de resolver o que realmente estava acontecendo e que, como bem explicou Rubem Alves, tem solução. Isso teria me poupado muito tempo.

Cada vez mais percebo a riqueza disso (mas isso é conversa para outro texto). Não posso ser leviana e simplificar situações sem solução, mesmo que não se possa fazer nada para mudá-las. Há acontecimentos que são capazes de nos deixarem em frangalhos, que nos ocupam com um grande vazio.

Portanto, desejo que essa frase lhe traga alívio e tranquilidade e que possamos ter sabedoria para separar aquilo que não merece nossas noites em claro daquilo que seguramente nos tirará o sono.

Regiana Lamartine - CRP04/36539



Citação: Alves, R. (1999). E aí? Cartas aos adolescentes e a seus pais (pp. 10-11). Campinas, SP: Papirus.

EsperançaDesejo que, assim como eu, você também tenha esperança. Quem tem esperança busca novas possibilidades e tem o p...
01/02/2025

Esperança

Desejo que, assim como eu, você também tenha esperança. Quem tem esperança busca novas possibilidades e tem o poder de mudar. Eu tenho esperança no mundo onde meu filho irá crescer e, se eu tiver sorte, os filhos dele também.

Um mundo melhor, mais calmo, onde as crianças tenham muitos amigos, possam voltar a brincar na rua e os carros passem devagar, pois a pressa será vista com maus olhos.

Meu sonho é de um mundo onde a reciclagem seja algo do cotidiano, como respirar. Um mundo onde a produção de lixo e o consumo sejam mínimos. A única produção em massa seja plantar árvores, com um ritual a cada indivíduo nascido e a cada despedida, uma árvore plantada. Assim, saberemos a potência de uma vida e a saudade que ela deixa, no tamanho de uma árvore.

Tenho fé em um futuro sem guerras, sem intolerância racial, religiosa, de gênero ou social. Meu filho verá as belezas desse mundo, respeitará o próximo, a fauna e a flora. Ele me ensinará mais sobre esse novo mundo e eu aprenderei com ele admirada.

Sendo assim, eu tenho fé nas pessoas, em nós.

Regiana Lamartine - CRP04/36539

Uma nota sobre a Desigualdade Andando pelas ruas de Belo Horizonte, a desigualdade se escancara. Em um quarteirão, casas...
31/01/2025

Uma nota sobre a Desigualdade

Andando pelas ruas de Belo Horizonte, a desigualdade se escancara. Em um quarteirão, casas luxuosas e prédios chiques contrastam com uma comunidade, cujas casas de tijolos sem reboco revelam uma realidade diferente.

Ao pensar na desigualdade, logo nos vem à mente seu antônimo: a igualdade. No entanto, a igualdade não é capaz de resolver questões de desigualdade social. No Brasil, estamos anos-luz distantes de alcançar uma igualdade pura e simples. Há um abismo social que parece intransponível.

Para “tapar” esse buraco, levará muitos anos, provavelmente mais tempo do que foi necessário para criá-lo. É imperioso, portanto, buscar a equidade para diminuir as desigualdades (sim, são muitas). Assim, a desigualdade e a diferença deixarão de ser vilões e poderão gerar criatividade, pois é na diversidade que surge algo novo.

Enquanto isso não acontece, a desigualdade continuará a promover a segregação.

Regiana Lamartine - CRP04/36539

MaternidadeCom a maternidade, se instala um outro tempo: o tempo do outro. Mais do que se dedicar, é preciso abdicar-se....
31/01/2025

Maternidade

Com a maternidade, se instala um outro tempo: o tempo do outro. Mais do que se dedicar, é preciso abdicar-se. Abdica-se de si mesmo para cuidar do bebê, que vive no tempo da necessidade. Quem necessita não consegue esperar, vive no tempo da urgência.

O tempo toma um novo rumo: não há tempo para mais nada além do bebê, e o tempo transcorre curto e lento. E, quando se vê, já são 21 horas.

Regiana Lamartine - CRP04/36539

Neste momento da minha vida, como mãe recém-nascida, fiquei com receio de assistir ao filme “Canina”. Medo de que, de al...
30/01/2025

Neste momento da minha vida, como mãe recém-nascida, fiquei com receio de assistir ao filme “Canina”. Medo de que, de alguma forma, a obra pudesse tocar em áreas sensíveis da minha maternidade e assim me remexesse ainda mais. A maternidade é selvagem, diz a divulgação do filme. Entretanto, a maternidade passa longe de ser pintada desta forma; é tão romantizada.

A protagonista do filme, interessantemente, não tem nome; talvez seja proposital, pois todas nós, mães, temos um pouco dela. Então, não faria sentido nomeá-la; ela é apenas “a mãe”.

O filme nos conta que, ao nos tornarmos mães, corremos um grande risco: sermos apenas mães. Ser mãe, apenas mãe e só mãe, pode ser aprisionante, enfadonho e enlouquecedor. Corre-se o risco de deixar de ser quem se é.

A verdade é que não há como voltar atrás e ser quem se era antes da maternidade; há uma metamorfose. Posto que é sim possível não ser apenas uma mãe, mas, com certeza, você é uma nova pessoa, ainda desconhecida para você mesma.

No filme, a mãe procura entender quem ela é depois do filho, já que, ao se tornar mãe, deixou de se conectar com várias partes suas. A obra não faz um ataque à maternidade nem levanta a bandeira para se odiá-la, ou mesmo os filhos, mas sim à forma como a maternidade é retratada e vivenciada. Questiona a divisão das responsabilidades e, principalmente, das tarefas que envolvem cuidar de um filho.

Inegavelmente, a vida do homem pouco muda quando se torna pai; já a vida, o corpo, a mente, a disponibilidade e o trabalho da mulher que se torna mãe mudam demasiadamente.

No processo de reencontro consigo mesma, para se reconectar com suas origens, a mãe se torna uma cadela. A maternidade, ao longo dos séculos, foi colocada mais próxima do celestial, deixando de fora sua parte animal.

Nos humanos, precisamos nos lembrar de que somos bichos e que uma mulher, ao parir, está mais próxima das feras do que dos anjos; ela grita, se contorce, sente dor e alívio, defeca, transpira, se descabela e coloca no mundo um filhote; um filhote humano. E não é que é isso mesmo: a maternidade é selvagem.

Regiana Lamartine - CRP04/36539

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Belo Horizonte, MG

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