Dr. Guenael Freire

Dr. Guenael Freire Dr. Guenael Freire é médico especialista em Clínica Médica e Infectologia. É Mestre em Ciência
(7)

http://bit.ly/2RNV1Fl
17/12/2019

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06/06/2018

HEPATITES VIRAIS: PERGUNTAS E RESPOSTAS

O que causa a hepatite? Quais são os sintomas observados?

De maneira resumida, podemos dizer que a hepatite é a inflamação do fígado. Essa condição pode ter uma série de causas, entre elas alguns medicamentos, álcool, obesidade e agentes infecciosos, como vírus e bactérias. As hepatites de maior interesse na medicina são as provocadas por vírus. Dentre esses, destacam-se os vírus A, B e C, pela elevada prevalência em todo o mundo.

No caso das hepatites recém adquiridas (agudas), o sintoma mais característico é a cor amarelada da pele, chamada icterícia. Outros sintomas, como febre, náuseas, vômitos, dores abdominais e fezes claras também são freqüentes. Devemos ter em mente que a icterícia pode ser vista em outras doenças e pode não ser observada na hepatite aguda. Alguns pacientes não apresentam qualquer sintoma nessa fase.

Há cura? Há tratamento?

Para a hepatite aguda, a cura ocorre sem deixar sequelas e sem tratamento específico na grande maioria dos casos, se for a hepatite A. Se for hepatite B, a cura ocorre na grande maioria dos adultos mas, no caso de crianças, o vírus pode persistir por vários anos ou décadas, especialmente se o contato ocorrer nos primeiros dias de vida. A hepatite C torna-se crônica em cerca de 70% das pessoas que tem contato com o vírus C.
Então as crianças podem ser infectadas?

Sim. As crianças podem ser expostas ao vírus durante o trabalho de parto, no caso do vírus B ou durante a infância, por meio de
água e alimentos contaminados, para o vírus A. A transmissão do vírus C não ocorre no parto. Nenhuma das hepatites são transmissíveis pelo aleitamento

O que é hepatite crônica?

Com o passar do tempo, se o vírus persistir no organismo, o paciente pode desenvolver a hepatite crônica, que normalmente não apresenta sintomas nos primeiros anos, mas aumenta o risco para cirrose hepática e câncer de fígado ao longo do tempo.

A cronificação é vista com bastante freqüência na hepatite C, mas é incomum na hepatite B e não acontece na hepatite A.

Devemos ficar atentos às hepatites virais por causa da ausência de sintomas nos primeiros anos de infecção. O diagnóstico precoce evita a transmissão e proporciona maiores chances de tratamento.

Todos que tem hepatite crônica vão apresentar cirrose e câncer de fígado?

Não. Para a hepatite C, a cada 100 pessoas infectadas, de 5 a 30 vão desenvolver cirrose, isso após mais de 20 anos, em média. Um proporção menor poderá apresentar o câncer de fígado. Essa evolução é muito variável, podendo ser mais rápida em determinados pacientes, como em obesos, alcoolistas e pessoas com HIV. Mulheres e crianças podem ter uma evolução mais lenta para cirrose.

A proporção de pacientes com hepatite B crônica que vão apresentar cirrose é semelhante à hepatite C, porém alguns pacientes podem ser curar espontaneamente, ao longo dos anos.

Como ocorre a transmissão?

A transmissão, no caso da hepatite A, ocorre por meio da ingestão de água ou alimentos contaminados.

Na hepatite B, a transmissão é principalmente por via sexual, embora possa ocorrer em exposições acidentais a sangue contaminado, durante o trabalho de parto, uso de agulhas e seringas contaminadas, entre outros.

Já na hepatite C, a via sexual parece ter uma importância menor. O contágio é mais comum em caso de exposição a sangue contaminado, transfusão de sangue, agulhas e seringas contaminadas, entre outros.

Qualquer objeto capaz de furar ou cortar a pele ou provocar sangramento, como alicates de unha, lâminas de barbear, escovas de dente e agulhas de tatuagem podem transmitir os vírus B e C, portanto devemos usar sempre nossos próprios objetos pessoais ou exigir que os mesmos sejam abertos no momento do uso e depois descartados.

Quantos casos de hepatites virais existem no Brasil?

Em estudo recente divulgado pelo Ministério da Saúde, estima-se que cerca de 40% dos brasileiros já tiveram contato com o vírus A. Para o vírus B e C, a prevalência encontrada foi 0,3 e 1,4%.

Existem vacinas para a prevenção das hepatites? Elas estão disponíveis para a população?

Atualmente, temos vacinas contra as hepatites A e B, sendo necessárias duas doses para a primeira e três doses para a segunda. O Sistema Único de Saúde e as clínicas privadas disponibilizam as duas vacinas, no entanto apenas para alguns grupos prioritários. A vacina contra a hepatite B deve ser ministrada nos recém-nascidos ao nascer, e repetida após um e seis meses. Crianças e adolescentes não vacinados também podem receber a vacina contra hepatite B. A vacina contra a hepatite A deve ser ministrada aos 12 e 18 meses de vida. Existe ainda uma vacina que imuniza contra as hepatites A e B simultaneamente.

Os adultos devem ser vacinados?

Sim, todos podem ser vacinados, caso não haja contra-indicações. Na rede pública, a vacina é restrita a grupos prioritários para que não haja desabastecimento. Mas antes de se vacinar, é melhor ser avaliado por médico de confiança, para avaliar a indicação da mesma e se serão necessários exames prévios. Às vezes, o adulto já está imune e desconhece isso, então não precisa vacinar.

E para a hepatite C? Existe vacina?

Infelizmente, ainda não existe vacina contra a hepatite C.

Quem deve realizar exames para a detecção de hepatite?

Qualquer pessoa que já vivenciou uma situação de risco pode ser testada, mas alguns grupos devem ser priorizados, como gestantes, usuários de dr**as, pessoas com problemas hepáticos, pessoas que viajam para locais de alta transmissão, pessoas que receberam transfusão de sangue.

Após os exames, avaliamos a necessidade de vacinação. Atualmente a orientação é testar todos as pessoas que nunca fizeram o exame. Ele pode ser incluído, por exemplo, dentro de exames de rotina.

Onde posso realizar os exames?

Os exames podem ser feitos em laboratórios privados ou públicos. Tem também os te**es rápidos nos CTAs ou nos Postos de Saúde.

Por que as gestantes são prioritárias?

Existe a possibilidade de transmissão da gestante portadora da hepatite B para o recém- nascido, durante o trabalho de parto, chamada de transmissão vertical. Essa medida pode ser reduzida significativamente com a adoção de medidas simples, como a administração de soro específico no recém-nascido. Testar todas as gestantes também é importante porque, na criança, a doença pode tornar-se crônica na grande maioria das infecções. E isso pode ser facilmente prevenido.

Existe tratamento para as hepatites crônicas?

Sim, há tratamento tanto para a hepatite B quanto para a hepatite C. Existe uma ampla gama de medicamentos disponíveis fornecidos pelo Sistema Único de Saúde, já que são muito caros.

O paciente pode ser curado?

Sim, na grande maioria das vezes no caso da hepatite C. O objetivo do tratamento sempre é a cura, mas às vezes o controle de multiplicação viral, sem a cura, é suficiente para estabilizar a doença. É o que buscamos na hepatite B. O tratamento da hepatite C dura de 3 a 6 meses e da hepatite B geralmente exige uso continuo do medicamento.

Quais são as medidas de prevenção das hepatites virais?

Para a hepatite A e B, a vacina é a medida mais eficaz. Além disso, devemos sempre ter cuidado com a qualidade da água que consumimos. Evitar água de procedência desconhecida, dando preferência para água tratada, é medida fundamental para não adoecer.

Já nas hepatites B e C, o uso regular de pr*********os e de material estéril ou de primeiro uso fora do domicílio nos salões de beleza, ao fazer tatuagens ou colocar piercings reduz significativamente o risco.

06/06/2018
04/11/2017
Infecção urinária - pontos essenciaisDor ao urinar, urinar em pequenas quantidades, urina avermelhada e dolorimento na p...
19/08/2017

Infecção urinária - pontos essenciais

Dor ao urinar, urinar em pequenas quantidades, urina avermelhada e dolorimento na parte de baixo do abdome são sinais de infecção urinária, quando a bexiga é afetada. A presença de febre, calafrios, náuseas e dor nas costas pode significar infecção renal (pielonefrite).

Embora na maioria das vezes não seja grave, o impacto na qualidade de vida pode ser enorme, com visitas frequentes a médicos, pronto-atendimentos, além do desconforto que parece escolher momentos de lazer e de intimidade.

Há pouca informação sobre o tema, por isso detalhei a seguir algumas questões que geram dúvida e que chegam ao meu consultório.

* Muitas pacientes me procuram relatando diversos tratamentos prévios para erradicar uma bactéria que insiste em aparecer em um tipo de exame de urina chamado urocultura. Quando não há sintomas, só em casos muito excepcionais (como em gestantes), nós tratamos. Via de regra, a orientação é não tratar (e nem ficar repetindo esse exame);

* Infecção urinária em mulheres jovens, na maioria das vezes, não significa problemas graves, e podem ser tratadas com antibióticos comuns. Não há a necessidade de se realizar exames para o diagnóstico e tratamento nos casos mais simples, basta tratar.

* Alguns pacientes com infecção urinária de repetição (mais de 2 episódios em 6 meses ou mais de 3 episódios por ano) podem viver melhor adotando medidas simples, que envolvem o uso de alguns antibióticos preventivos em doses baixas, reposição hormonal e orientações gerais.

* A culpa não é da bactéria, mas sim do trato urinário. É frequente o paciente culpar a bactéria e desejar um antibiótico que acabe de vez com ela. Se ela está lá, é porque existe uma condição predisponente, algo que facilita a permanência do micro-organismo. A bactéria simplesmente aproveita a oportunidade.

* Duchas genitais e sabonetes íntimos não resolvem a questão. A infecção urinária está relacionada a fatores como relação sexual, alteração no formato do trato urinário, alterações no tecido da bexiga que favorecem a instalação de bactérias etc. O uso de sabonetes pode irritar ainda mais o local e alterar as bactérias normais da região.

* Infecção urinária em crianças, em homens em qualquer idade e em mulheres idosas SEMPRE devem ser investigadas com exames complementares, porque podem ser o primeiro sinal de doenças mais complexas. O profissional indicado para esses casos é o médico urologista ou nefrologista, que pode contar com o apoio do infectologista.

* Por fim, a qualidade da alimentação e a quantidade de água bebida parecem não influenciar na infecção urinária. Continuo a recomendar beber pelo menos 30 mL/kg/dia de água por dia, por me parecer plausível e lógico. Recomendo ainda tentar esvaziar a bexiga depois da relação sexual pelo mesmo motivo.

Fiz uma revisão sobre o papel da vitamina D na imunidade de pessoas vivendo com o HIV há 1 ano. Os baixos níveis dessa v...
19/02/2017

Fiz uma revisão sobre o papel da vitamina D na imunidade de pessoas vivendo com o HIV há 1 ano. Os baixos níveis dessa vitamina parece piorar a imunidade e a suplementação seria necessária, segundo alguns autores. Mas outros estudos não demonstraram essa relação. Há clara comprovação dos baixos níveis de vitamina D com osteoporose e risco de fraturas em idosos. Como obter esse nutriente de maneira natural? Tome sol.

De acordo com os cientistas, o nutriente evita ainda outras infecções respiratórias, incluindo pneumonia, bronquite e ataques de asma

24/01/2017

15 perguntas e respostas sobre vacina contra a febre amarela

1) Qual é a eficácia da vacina contra a febre amarela?
Estudos demonstram que a eficácia da vacina é superior a 95%, sendo necessárias duas doses para se obter a imunização completa.

2) Quanto tempo demora para a vacina fazer efeito?
Se for a primeira dose, deve-se aguardar pelo menos 10 dias para que haja a proteção. Já na segunda dose, não precisa aguardar.

3) Quem deve ser vacinado?
Todos devem receber a vacina, que está no Programa Nacional de Imunizações, aos 9 meses de idade, com um reforço aos 4 anos.
Adultos e crianças com mais de 5 anos que nunca foram vacinados devem receber duas doses, com intervalo de 10 anos entre elas.

4) Há risco de a febre amarela atingir as cidades?
Os surtos de febre amarela ocorrem na estação mais chuvosa e quente, por causa da proliferação dos insetos vetores: Haemagoggus e Sabethes. Esses vetores se encontram em áreas de matas e florestas e as pessoas que vivem nesses locais, muitas vezes agricultores, são os mais afetados.
Nas cidades, o Aedes aegypti pode transmitir a doença, no entanto a última ocorrência de febre amarela urbana no Brasil foi em 1942. No ambiente urbano, geralmente a cobertura vacinal atinge a maior parte da população, tornando a urbanização da doença pouco improvável.

5) Quais são os sintomas de febre amarela?
Na maioria das vezes, febre, dor de cabeça, dor muscular e mal estar geral que resolve espontaneamente em poucos dias e pode confundir com a dengue. Em cerca de 10% dos casos, a doença é grave, com destruição do fígado, insuficiência renal, encefalopatia e hemorragias.

6) Quais são as áreas de risco?
Praticamente todo o país hoje é considerado área de risco, exceto as regiões litorâneas. A transmissão ocorre especialmente nas áreas de matas e florestas, portanto trabalhadores rurais e praticantes de ecoturismo são os mais expostos.
Em Minas Gerais, em 2017, as áreas consideradas de risco estão nas regiões de Coronel Fabriciano, Governador Valadares, Manhumirim e Teófilo Otoni. O Estado de Minas Gerais tem indicação formal de vacinação para todas as pessoas conforme
calendário do Programa Nacional de Imunização.

7) Qual é a relação do macaco e a epidemia de febre amarela?
A doença silvestre afeta primeiro os macacos, causando grande mortalidade. Durante a epizootia (epidemia entre animais), o homem pode ser infectado e adoecer também. Um dos sinais de febre amarela em uma região é o encontro de macacos mortos.
8) O que fazer se não puder tomar a vacina contra a febre amarela?
O ideal é não se deslocar para as áreas onde há casos registrados, até o fim da epidemia. Se não for possível, recomenda-se o uso de repelentes (se usar filtro solar, passe o repelente por cima), roupas de mangas compridas, telas e mosquiteiros e preferir ficar em ambientes com ar condicionado.

9) Onde posso ser vacinado?
A vacina está disponível na rede pública, nos postos de vacinação e também na rede privada.

10) É obrigatório ter o cartão SUS?
Não precisa ter o cartão SUS nem ser residente do município para ser vacinado.

11) Preciso de encaminhamento ou guia para receber a vacina?
Seria bom ter o cartão de vacinação, para ser avaliado pelo profissional de saúde. Se a pessoa apresentar alguma restrição à vacina, mesmo assim ela poderá ser vacinada mediante relatório médico, em situações que o risco supera o benefício.

12) Quais são as contra-indicações da vacina contra a febre amarela?
Crianças menores de 6 meses de idade;
Pessoas com imunodepressão grave por doença ou uso de medicação;
Pacientes HIV sintomáticos ou CD4 abaixo de 200 células/mm3 (crianças menores do que 6 anos com

Vai viajar?  Vale à pena consultar seu médico Estima-se que um terço das pessoas que viajam ao exterior experimenta algu...
09/09/2016

Vai viajar? Vale à pena consultar seu médico

Estima-se que um terço das pessoas que viajam ao exterior experimenta algum tipo de problema de saúde, como diarreias e infecções respiratórias, que pode comprometer até 20% do tempo disponível na viagem.
Outro desgaste é tentar obter auxílio médico em países estrangeiros, se comunicar em outra língua e arcar com as despesas.
Muitas doenças são facilmente identificáveis e tratáveis mediante uma simples avaliação médica antes de embarcar.

No seu retorno, só traga boas lembranças

Em um estudo de viajantes para áreas de alto risco para malária ou hepatite A, 42% dos viajantes que consultaram apenas seus médicos de família adoeceram. Por outro lado, apenas 22% dos viajantes atendidos em clínicas de viajantes adoecem.
Viajantes que pretendem permanecer tempos maiores nos destinos estão mais sujeitos a riscos. Regiões do planeta com maior ocorrência de malária, febre amarela, febre tifóide e hepatite A são as mais preocupantes, mas mesmo destino para países desenvolvidos, como Europa, Japão e Estados Unidos.

A consulta pré-viagem

A primeira avaliação deve ser agendada pelo menos quatro a seis semanas antes do embarque, já que muitas vacinas demandam este período para iniciar a proteção e outras necessitam de duas ou mais doses.
Infelizmente, muitos viajantes deixam a avaliação para a última hora e outros chegam sem reunir as informações completas sobre o destino. Mesmo assim, ainda há benefícios em consultar um médico.
Informações essenciais na consulta
• Como está a sua saúde atualmente? As doenças cardiovasculares são as principais ameaças à saúde dos viajantes. Para as pessoas com problemas cardíacos, é necessária revisão completa com o cardiologista antes de viajar. Para os que não têm nenhum risco conhecido, vale a pena se submeter a exames complementares. Algumas pessoas, por problemas de imunidade (às vezes, que desconhecem), não devem receber determinadas vacinas. Outras têm risco aumentado para tromboses, complicação possível durante vôos prolongados. Algumas pessoas com determinados tipos de anemia podem sofrer hipóxia durante o vôo (baixos níveis de oxigênio no sangue), por causa da menor pressão atmosférica na cabine (os níveis de pressão são equivalentes a 1800 a 2400 metros de altitude (La Paz, na Bolívia, está a 3.600 m!).
• Aonde vai? É necessário saber os nomes dos países, cidades visitadas e até mesmo as atividades de lazer ou trabalho realizadas. A época do ano também influencia na distribuição das doenças, por isso é importante saber as temperaturas médias no local e a incidência de chuvas. Às vezes, distintas regiões dentro do mesmo país apresentam riscos muito diferentes, principalmente em países muito grandes. Curiosamente, algumas autoridades internacionais apontam o Brasil como área de alto risco de malária para turistas, sem considerar que os principais destinos turísticos no Brasil estão na Região Sudeste e no litoral, bem distante das áreas malarígenas (Amazônia Legal).
• Quanto tempo pretende ficar em cada local? Viagens rápidas demandam menores cuidados com doenças infecciosas, mas devemos redobrar os cuidados relacionados ao trajeto, como as tromboses.
• Quais são as condições das instalações? Hotéis e pousadas mais bem estruturadas oferecem menor risco. Em locais de selva, melhor se instalar a pelo menos 200 metros da mata.
• Histórico vacinal. O programa brasileiro de imunizações é bastante completo, mas nem todos os países contam com este benefício. Vírus que estão erradicados ou circulam muito pouco em nosso país provocam doenças com alguma freqüência em outros países. Em regiões da Europa, há registro de casos de sarampo e rubéola, por exemplo. O vírus da pólio, erradicado no Brasil, ainda circula em algumas regiões do globo, como no subcontinente indiano e na África. Por isso, todo viajante deve ter seu cartão de vacina atualizado para garantir imunidade a estas doenças, mesmo se estiver indo para países desenvolvidos.
• Histórico de alergias e reações adversas às vacinas. Reações adversas graves às vacinas no passado contra-indicam novas doses. Vacinas feitas em ovos embrionados são contra-indicadas em pessoas com alergia grave a ovo.

Alguns problemas durante o vôo

“Pressão” nos ouvidos – Antes do avião pousar, a pressão na cabine é reduzida. Os seios da face e o ouvido médio às vezes permanecem com a pressão mais elevada que a cabine, gerando desconforto e dor nos ouvidos, às vezes insuportável. Recomenda-se engolir saliva, mascar chicletes e bocejar. Se isso não resolver, inspire fundo, tape o nariz e a boca e expire forçadamente. Para crianças, geralmente dar algo para mastigar quando o avião começar a descer resolve o problema. Estas manobras equilibram as pressões de dentro com a pressão no ambiente. Pessoas gripadas ou com outras infecções respiratórias devem pensar em adiar a viagem ou avaliar com o médico o uso de descongestionantes locais na partida e no final do vôo.
Trombose venosa profunda (TVP) – A contração dos músculos da perna, durante o movimento de caminhar, promove o “bombeamento” do sangue, evitando assim quem a circulação venosa fique lenta ou interrompida. A interrupção do fluxo favorece a coagulação do sangue no interior dos vasos, causando a trombose. O risco aumenta de duas a três vezes em vôos com duração maior que 4 horas. Inchaço e dor nas pernas são os sintomas mais freqüentes. A TVP pode ser prevenida com pequenas caminhadas (ex. ir ao banheiro) a cada 2 a 3 horas, durante o vôo. Estender as pernas de tempos em tempos, não deixando nenhuma bagagem de mão em local que dificulta este movimento, também é uma medida protetora.
Jet lag – Nosso corpo utiliza um ritmo para as funções fisiológicas a cada 24 horas, regulado pela exposição à luz do dia. Quando viajamos de Oeste para Leste (Ex. Europa e África) ou de Leste para Oeste (Ex. Ásia, Oceania, Costa Oeste dos EUA, Havaí e outras Ilhas do Pacífico, etc) e cruzamos três ou mais fusos horários, podemos experimentar algumas alterações como mal estar, insônia, excesso de sono durante o dia, dificuldade de concentração, problemas na digestão e nos hábitos intestinais, tudo isso combinado com o cansaço da viagem. Estes são os efeitos do jet lag. Viagens para o Leste (Ex Europa, África, Oriente Médio, Índia) estão relacionadas à dificuldade em adormecer na hora de dormir (no destino) e dificuldade em acordar pela manhã. Viagens para o Oeste (Japão, China, California, Havai) são relacionadas à sonolência no início da noite e despertar muito cedo no destino da viagem. Geralmente adaptar-se a segunda situação é mais fácil que a primeira.
Boas medidas preventivas são descansar bastante antes e durante a viagem, fazer refeições leves, evitar o abuso de álcool e cafeína durante o vôo e nos primeiros dias no local de chegada. No destino, tente dormir pelo menos quatro horas durante a noite. Se não for possível se manter acordado durante o dia, tire pequenos cochilos de no máximo 30 a 60 minutos.
Alguns medicamentos podem trazer alívio dos sintomas, em casos selecionados. Tentar agendar os compromissos para horários quando você normalmente estaria acordado pode ser uma estratégia em viagens curtas, de dois a três dias. Manter o horário de origem em viagens curtas (até dois dias) também minimiza o problema.


Problemas no local de destino

Prevenir a diarreia do viajante

A diarreia é o problema de saúde mais comum do viajante para países tropicais. Perder dois a três dias da viajem pode trazer impactos financeiros e causar má impressão em reuniões de negócios.
Na maioria das vezes, a bactéria Escherichia coli é o agente, adquirido pelos alimentos ou água contaminada.
O CDC, Centro de Controle de Doenças e Prevenção dos EUA, resumiu a regra de prevenção de diarreia na seguinte frase:
Ferva, cozinhe, descasque ou esqueça!
Ferver ou cozinhar é suficiente para neutralizar a maioria dos agentes. Viajantes devem preferir alimentos bem cozidos e evitar frutos do mar, pratos frios e iguarias com molhos, maionese etc. O congelamento dos alimentos não garante segurança aos mesmos, uma vez contaminados. Dependendo das circunstâncias, deve-se evitar tomar a água da to****ra e até mesmo escovar os dentes com ela, preferindo assim água mineral engarrafada.
Gelo? Só se for de água mineral! Por mais apetitosa que pareça, pense duas vezes antes de comer saladas e frutas (as descascadas são mais seguras). Alimentos servidos quentes são relativamente seguros. Alimentos preparados no dia anterior ou há horas atrás, como em buffet, merecem maior cuidado. Alimentos secos, como bolos, biscoitos e pães são razoavelmente seguros. Bebida que vem fechada de fábrica, como um refrigerante, também é uma boa opção. Restaurantes finos não são sinônimos de segurança, portanto mantenha os cuidados mesmo em locais mais sofisticados. Carne crua ou mal passada e frutos do mar sem cozimento devem ser evitados sempre.
Pastilhas de cloro ou iodo podem ser opções rápidas de desinfecção de água, caso não tenha água potável a disposição.
Em caso de diarreia, é necessário aumentar a hidratação e, às vezes, automedicação orientada, prescrito pelo médico antes da viagem (deve acompanhar a receita).

Malária e outras doenças transmitidas por insetos
Malária, dengue, febre amarela, encefalite japonesa são exemplos de doenças transmitidas por insetos.
Devemos proteger as áreas expostas do corpo com repelentes à base de DEET, aplicado na pele e reaplicado a cada 3 a 4 horas. Se for usar filtro solar, aplique o repelente sobre ele. Alguns insetos têm hábitos noturnos, portanto telas (ou mesmo o ar condicionado) podem evitar estas más companhias durante seu descanso.
Os repelentes tópicos à base do composto químico DEET são os mais comuns (Autan, OFF, OFF KIDS, Super Repelex Kids Gel), sendo que somente esses dois últimos podem ser usados em crianças, recomendados a partir de dois anos de idade. A Icaridina é outra opção de composto para as crianças e adultos, encontrada em produtos como o Exposis. Esse último oferece proteção mais prolongada, por até 10 horas.

Malária

A transmissão da malária ocorre principalmente em locais de selva, em regiões tropicais, mas não exclusivamente, pois há áreas de intensa transmissão nas cidades. É causada por protozoários do gênero Plasmodium (P. malariae, P. vivax e P. falciparum), transmitido ao homem pela picada do mosquito anofelino. Os horários preferenciais de picada são ao entardecer a ao amanhecer, embora na Amazônia haja picadas durante a noite.
Febre alta acompanhada de calafrios, suores e dor de cabeça, que ocorrem em padrões cíclicos (por exemplo, a cada 24 horas ou a cada dois dias), são manifestações da malária. Uma fase inicial, caracterizada por mal estar, dor de cabeça, cansaço e dores musculares, geralmente antecede a febre da malária.
Em região endêmica, em qualquer quadro febril deve-se suspeitar da malária.
A doença pode ainda se manifestar meses após o retorno, portanto devemos ficar atentos após a volta pra casa.
Repelente, uso de telas e mosquiteiros, roupas compridas e ar condicionado são medidas eficazes de proteção.

Mal das montanhas

O mal das montanhas decorre da elevação da altitude durante as viagens, que acarreta na redução da pressão atmosférica e em baixa pressão de oxigênio. Há prejuízo das atividades físicas e intelectuais habituais, cansaço fácil e indisposição. Geralmente ocorrem em altitudes superiores a 3.000 metros. Estas altitudes se apresentam freqüentemente aos turistas nas regiões andinas da América Latina. Os sintomas são muitas vezes pronunciados e podem ser prevenidas com o uso de medicamentos, mas é bom evitar atividade física moderada a intensa nestes locais até a completa adaptação.

Raiva

O paciente deve ser instruído sobre o cuidado adequado de uma mordida de uma fonte de raiva em potencial (cães, gatos, morcegos, macacos, etc) e procurar atendimento médico. A ferida deve ser limpa com água e sabão durante 15 minutos para remover qualquer resquício de saliva, o que provou ser eficaz em experiências com animais.

Febre amarela e o certificado internacional de vacinação

Uma das doenças tropicais mais graves é a febre amarela, caracterizada por febre, icterícia (coloração amarelada da pele e mucosas) e sangramento, entre outros sintomas. No Brasil, a doença está restrita a zonas rurais e locais de mata. Casos urbanos não são registrados há mais de 50 anos. As regiões litorâneas brasileiras são consideradas de baixo risco.
A febre amarela é endêmica em muitos países, por isso exige-se que seja feita a vacinação dez ou mais dias antes da chegada ao destino. A vacina tem validade de 10 anos, embora a OMS pretenda considerar uma única vacina na vida, sem a necessidade de reforço a cada 10 anos, como suficiente. O cartão de vacina deve ser validado pela ANVISA para ter aceitação internacional.

Outros riscos

Pessoas devem ter em mente sempre a possibilidade de precisar de pr********vo no local do destino. É necessário carregá-los na mala e ficar atendo quanto à data de validade. Se existe a pretensão de engravidar na viagem, é necessário consultar o ginecologista pelo menos um mês antes da partida e se atentar para a transmissão da zika.
Acidentes, crimes, queimaduras solares e perda de documentos são outros riscos a serem sempre considerados.

Poliomielite

Nos últimos anos, epidemias de pólio foram registradas em países da África, Leste Europeu e na Ásia.
A transmissão ocorre pela ingestão de água ou alimentos contaminados pelo vírus da poliomielite.
O quadro clínico mais sugestivo é paralisia súbita de um membro. Menos de 1% de casos de pólio resulta em paralisia permanente dos membros (geralmente nas pernas). Cinco a 10% das pessoas com paralisia morrem quando a paralisia atinge os músculos respiratórios. A taxa de mortalidade aumenta com o aumento da idade.
É possível prevenir com vacina, que pode vir junto com a Vacina contra difteria, tétano, coqueluche e pólio inativada adulto.

Sarampo e Rubéola: Pragas no Velho Mundo

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta para epidemia de sarampo na Europa que afeta 33 países, principalmente a França, que tem quase cinco mil casos notificados e seis mortes em 2011. A Espanha registrou mais de mil casos este ano. Orienta-se que os brasileiros que pretendam viajar para fora devem estar vacinados contra o sarampo (a tríplice viral inclui ainda rubéola e caxumba). A orientação vale também se o destino for outros países com grande circulação de europeus, como os Estados Unidos.

Os principais sintomas do sarampo são:
Febre (>38ºC)
Manchas avermelhadas em todo o corpo com duração de pelo menos três dias
Tosse, coriza, olhos avermelhados e com secreção (conjuntivite)

A França também lidera o número de notificações de rubéola. Casos também foram registrados na Alemanha, Espanha, Leste Europeu, Rússia e Bélgica. A doença é de fácil prevenção, por meio de vacina.

Os principais sintomas da rubéola são:
Manchas em todo o corpo, semelhante a uma alergia
Febre baixa (>37,5ºC, mas geralmente menor que 40 ºC)
Ínguas atrás das orelhas e pescoço, olhos avermelhados

A consulta pós-viagem
Ao retornar, recomenda-se avaliação clínica minuciosa para avaliar qualquer dano à saúde ao retorno. Exames complementares podem ser necessários. Esquemas vacinais incompletos podem ser atualizados e infecções incubadas podem ser eliminadas.

Ao fazer a mala, não se esqueça:

Medicamentos de uso contínuo (com prescrição)
Óculos de grau, óculos escuros, lentes de contato
Medicamentos para automedicação (antiinflamatórios, analgésicos, antibióticos, etc)
Termômetro clínico
Se for fumante, não se esqueça que não poderá fumar durante o vôo. Converse com o médico caso isso represente um grande problema.
Cartões de vacinação e certificado internacional de vacinação contra febre amarela
Pastilhas para desinfecção de água, em caso de necessidade
Cartão de visita do médico, com email e telefone
Documentos do seguro-saúde
Endereço e telefone das embaixadas brasileiras e clínicas de viajantes
Pr*********os
Roupas apropriadas para o clima no local de origem
Absorventes

Endereço

Avenida Prof Cristovam Dos Santos 491 Belvedere
Belo Horizonte, MG
30320-510

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