18/10/2022
Impossível traduzir em palavras o que essa experiência foi para mim.
As fotos mostram a beleza da jornada, mas quando você sai de casa disposto a ser transformado pelo desconhecido você descobre que nunca esteve preparado para isso.
Você conhece pessoas que sentem o mundo assim como você. Que sonham, têm fé, lutam, riem, choram, sentem fome, frio, amam… assim como você.
Elas podem ser fisicamente diferentes, mas são seres humanos: uma dualidade ambulante que oscila entre a força e a vulnerabilidade.
Imagine você em uma realidade tão diferente da sua: é ótimo se ela for melhor e muito doloroso se ela for pior.
Você vê milhares de pessoas como você, porém muitas passando fome, longe das suas famílias, doentes, sentadas no chão em filas esperando um prato de comida no meio da sujeira.
E por mais que você pense: “tudo bem, eu já vi isso antes, pessoas sofrem, é a vida”, nesse momento, você só quer ir para casa, você quer desesperadamente todo o conforto e a segurança que você tem.
Então, no meio do caos, você começa a encontrar muitos sorrisos, pessoas que nunca te viram na vida, que vivem em um verdadeiro universo paralelo e que mesmo assim parecem ver em você qualidades que nem você sabia que estavam lá.
Você começa a conversar com elas e descobrir mais sobre si mesmo e analisar o que realmente importa para você, a origem dos seus sofrimentos e a razão das suas escolhas.
Você aprende muito.
Depois de uma longa, porém necessária, crise existencial, você percebe que precisa SOLTAR algumas coisas. SOLTAR o sofrimento que você insiste em carregar consigo. Aquela obsessão pelo controle, o medo, as expectativas…
A jornada pode até ter um início do lado de fora, pegando um avião, experimentando um tempero novo, conhecendo um monumento histórico, mas ela realmente começa quando você olha para dentro.
E você, o que está precisando soltar hoje?
Texto de