
09/02/2019
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"Sorvete faz mal!"; "Refrigerante faz mal!"; "Fritura faz mal!"; "doce faz mal!"; "carboidrato faz mal!"; "fruta faz mal".
..Espera.
Você alguma vez na vida ouviu falar de Paracelso? Ele foi um médico, químico, físico, astrólogo e pesquisador suíço-alemão que viveu no século XVI.
E por que raios eu estou falando dele? Porque ele foi o cara que determinou que: "Não existe veneno sem DOSE". E na Nutrição esse entendimento é muito importante.
É muito mais cômodo acreditar em verdades prontas. É mais fácil repetir que algo "faz mal" do que refletir sobre as inúmeras circunstâncias do consumo de um alimento: Quantidade, contexto, frequência.
🔹"Sorvete faz mal!" - Ok. Quanto sorvete? Uma casquinha ou um caminhão?
🔹"Bolo faz mal" - Ok. Qual é o contexto? Faz sentido comer frango com batata doce numa festa de aniversário?
🔹"Refrigerante é veneno!" - Ok. Qual é a frequência do consumo? Todos os dias, em todas as refeições... Ou ocasionalmente, quase nunca?
Rotular alimentos como "bons" e "ruins" é mais confortável para nosso cérebro, porque ele f**a repetindo frases feitas e não raciocina sobre as inúmeras variáveis envolvidas na alimentação do ser humano, que é uma criatura biopsicossocial.
"Alimentação saudável" não quer dizer cortar o consumo de todos os alimentos "do mal". Isso é um pensamento generalista e dicotômico. Alimentação saudável é: Saber se relacionar com TODOS os alimentos, sabendo administrar o consumo com mente aberta e flexível.
Um consumo exacerbado das coisas "saudáveis" também pode culminar em envenenamento (você sabia que existe intoxicação por ÁGUA?)... E a obsessão por comer "limpo" pode se tornar um transtorno grave chamado ortorexia.
Portanto... Nada faz mal, tudo faz mal. Tudo depende da dose.
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