11/07/2025
“É tarde, é tarde...”
Diz o coelho, tropeçando no próprio fôlego, enquanto corre sem saber pra onde.
Eu também corro.
Tenho prazos pra entregar, sorrisos pra performar, conteúdo pra produzir, metas pra alcançar.
Corro pela casa dos sonhos, que virou dívida.
Pelo carro, pela roupa, pela estética da felicidade.
É tarde, é tarde... e eu nem sei pra quê.
Corro em círculos, me comparo, me cobro, me culpo.
Me sinto pra trás, mesmo indo rápido demais.
Assim como o coelho de Alice, seguimos lutando contra o tempo
mas... qual tempo, exatamente, a gente teme?
O tempo do mundo?
O tempo do outro?
O tempo do algoritmo?
E o teu tempo... você ainda escuta?
Passar correndo por ele é como atravessar a vida sem vivê-la.
É como estar no País das Maravilhas sem nunca parar pra se encantar.
Hoje, talvez, a maior revolução seja simplesmente... pausar.