03/09/2020
A troca entre as pessoas que compartilham práticas regulares de yoga é singular assim como em qualquer ambiente de troca.
Guardo memórias especiais do tanto de práticas que já dividi nessa missão em lugares diferentes, desde o chão da Cinelândia e Arcos da Lapa até um grande centro de yoga na Gávea (Nirvana), mas entre um e outro são histórias cumpridas carecendo mais tempo e atenção que talvez compartilhe aqui.
Hoje quero falar das lembranças do “todo dia ela faz tudo sempre igual”, de segunda à sexta, de primavera à primavera, com temporal carioca (daqueles que inunda mesmo), dos dias ferventes que a gente num aguenta nem olhar para as mantas e dos dias frios em que somos gratxs por elas fazerem parte da nossa vida yoguica rsrs. Hoje quero falar do olho-no-lho sob o mesmo teto sobre e dos pés sobre mesmo solo, os comandos ao vivo sem a voz metálica das telas. Quero falar daquele ajustezinho mínimo que duas mãos podem fazer pra tanto dizer sobre um alinhamento no ásana, daquele bloco extra, daquela manta que chega salvadora do pescoço, do nosso “mantramento” abrindo e selando as práticas, do papo livre, leve, solto, das pontes de conhecimento que só os encontros ao vivo proporcionam, de varrer a sala no final, de apagar as luzes, fechar aportas pra voltar daqui umas horas e fazer tudo de novo com se fosse novo, trikonasana nosso da cada dia, savasana nosso de todo dia.
Mas hoje quero falar de hoje também, falar que está tudo bem, que a caminhada é reta, curva, declives e aclives, é zoom, fixar vídeo, desligar microfone, ajustar tela, dá um jeito de se caber dentro dela, de ajustar a iluminação (sempre sempre na busca luminosa), é internet que cai, material que falta, gato, cachorro, filha, filho, marido, mulher, gente de casa pra lá e pra cá na frente da tela. Que a caminhada continua a mesma, com os mesmos desafios mentais e emocionais afinal praticamos yoga para a mente, para acessar a mente por detrás desse colorido saturado que faz o mundo girar.
Hoje é dia de tbt das práticas presenciais celebrando a oportunidade das práticas remotas que sustenta, que mantém, que cria e também transforma como a gente diz Brahma (criador), Vishnu (mantenedor) e Shiva (transformador).
Om Namah Shivaya! Jay Mata Durgha!
Hari Om!
Que Oxalá abençoe, amém!