04/06/2024
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Uma das razões de que o tratamento da obesidade é tão difícil e com altíssimas taxas de falha é a percepção equivocada que a parte mais importante do tratamento é a perda de peso, e a quase ausência de discussão sobre como recuperar o peso é o caminho natural de se tratar agudamente (apenas durante a fase de perda) uma doença crônica, em que o corpo “defende” um peso corporal elevado.
👉Assim, proliferam infinitos livros, “clínicas de emagrecimento”, “dietas da moda ou detox”, “fórmulas emagrecedoras” etc, etc, que prometem emagrecimento em tempo curto, e, de fato, durante o tempo em que está seguindo aquilo, seja um plano adequado ou completamente maluco, se consegue perda de peso, o que cria uma ilusão que o tratamento proposto foi bem-sucedido. Se uma restrição calórica for feita, a perda de peso ocorrerá, e quanto maior a restrição, maior a perda. Posso inventar em minutos diversas “dietas” restringindo vários alimentos e todas elas serão bem-sucedidas se houver a adesão de curto prazo.
👉E depois? O verdadeiro tratamento da obesidade está em conseguir manter o peso perdido, contra a “correnteza” fisiológica que quer que você volte a engordar. A maioria desses “tratamentos” de emagrecimento irão “lavar as mãos” dizendo que o longo prazo é apenas ter hábitos saudáveis, mas não é assim.
👉Na manutenção, há poucas estratégias de fato que serão efetivas. Um estudo com pessoas bem-sucedidas a longo prazo lista algumas delas: vigilância (pesar-se e estabelecer peso alerta), exercício físico regular (média de 300min/semana), controle alimentar estrito, com alimentos que ajudam na saciedade (legumes, frutas, verduras, proteínas magras), levando em conta preferências culturais e individuais, entre outras. Em relação a medicações, “fórmulas mágicas” não são seguras nem toleradas a longo prazo, e por isso existem opções estudadas e aprovadas, que devem ser usadas cronicamente se bem indicadas, e se a tolerância for boa (ninguém passará a vida com efeitos colaterais).
👉Ou seja, o q determina o sucesso do tratamento não é quanto você perdeu e enquanto tempo, e sim quanto você consegue, no dia-a-dia, a longo p