
20/10/2024
A Apneia Obstrutiva do Sono (AOS) é o distúrbio do sono mais comum em homens de meia idade e estudos epidemiológicos indicam que está associada ao aumento da incidência e progressão da hipertensão, doença cardíaca coronária, insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral, bem como arritmias, particularmente a fibrilação atrial.
A Fibrilação Atrial (FA) é a arritmia cardíaca com maior incidência clínica populacional, aumenta com o avanço da idade, está associada a morbidade e mortalidade significativas, ao mesmo tempo em que coexiste com outras doenças crônicas.
Foi encontrada uma forte ligação entre esses dois distúrbios e a incidência de FA é 88% maior em pacientes com AOS.
Os mecanismos pelos quais a AOS predispõe ao desenvolvimento de FA incluem comprovadamente: ativação simpática, hipóxia intermitente, alterações de pressão transmural, aumento da câmara atrial esquerda, inflamação sistêmica e disfunção endotelial; o papel de um terceiro ator, a obesidade, também contribui de forma importante para o desenvolvimento de complicações desfavoráveis.
Dentre os pacientes com FA, a AOS é um fator de risco independente para eventos neurológicos e, mais especificamente, o acidente vascular encefálico.
A idade e a hipertensão fortalecem independentemente essa associação e indicam que o tratamento da AOS pode ajudar a reduzir a recorrência da FA.
Pacientes que sofrem de ambas patologias necessitam de mudanças de estilo de vida e um atendimento otimizado, portanto, devem ser encaminhados precocemente para um acompanhamento clínico rigoroso e realização de diversos exames complementares (Holter, MAPA, Polissonografia, etc.).
O tratamento da AOS por Terapia de Pressão Aérea Positiva (PAP) pode não somente ajudar a compensar as doenças crônicas, como prevenir a recorrência de FA pós-cardioversão elétrica e ajudar a melhorar as taxas de sucesso pós-ablação de FA.