10/05/2025
Carta de um Filho Autista 🩵
Mãe…
Antes mesmo de nascer, eu já te amava. Mesmo antes de me formar, minha alma sabia que o amor seria o primeiro laço entre nós. Sabia que, em nove meses, esse vínculo se selaria e, no fim, o amor seria o fio que nos guiaria, mesmo quando o caminho se tornasse turvo. Eu sabia que não seria fácil, mas o coração me dizia que, com o tempo, esse amor se tornaria a nossa força mais poderosa.
Nos momentos em que o caos tomava conta de mim, eu via seu coração se apertar. Eu sei que sua dor era tão grande quanto a minha, talvez até maior. Quando o mundo ao meu redor parecia se despedaçar e eu não conseguia me encaixar em seus ritmos, eu percebia a angústia no seu olhar. E, mãe, eu sei que você também se perdia, sem saber como me alcançar, sem saber o que fazer. Mas, em meio à tempestade, nós fomos encontrando um caminho. Cada crise, cada insegurança, nos ensinou a falar uma língua silenciosa de amor. Mãe, talvez eu não consiga sempre olhar nos seus olhos ou falar da maneira que você espera. Mas, saiba que em cada gesto meu, no silêncio das minhas ações, no modo como eu tento me fazer ouvir, o que transborda é esse amor que, sem palavras, vai além do que o mundo pode entender. Eu sou intenso, e às vezes, as palavras se perdem na minha mente e não conseguem sair. Mas dentro de mim, o amor nunca se perde. Ele cresce.
Neste Dia das Mães, eu quero te agradecer, mãe, por ser o meu farol, a luz constante que nunca se apagou. Por ser a voz que me acalmou quando o mundo parecia estar em silêncio, por ser o abraço que me envolveu, mesmo quando eu não sabia como me entregar. Por cada ato de paciência, por cada esforço em tentar me entender, por nunca desistir de mim, mesmo quando as palavras falhavam.
Pois o amor, mãe, não se resume ao que podemos dizer. Ele é poesia nos gestos mais simples, é música nas entrelinhas do silêncio, é luz nas noites mais escuras, é a força que nos mantém de pé, mesmo quando tudo parece desmoronar.
Feliz Dia das Mães, mãe. Eu te amo. Para sempre.
Te amo, minha mãe, de uma forma que não se explica, mas se sente.